Futebol

Dedé lembra de sua antiga rotina e volta a dizer que quer ficar

Em 2009, Dedé apenas acompanhava de longe a movimentação da imprensa e dos torcedores entrevistando e pedindo autógrafos para seus companheiros de Vasco. Dois anos depois, o cenário mudou. Na manhã desta quinta-feira, o Mito arregalou os olhos quando viu o batalhão de jornalistas que ele teria de enfrentar na última entrevista coletiva desta temporada. Antes de se sentar, tirou fotos e distribuiu autógrafos para crianças e até oficiais da Polícia Militar que estavam no Centro de Treinamento João Havelange, em Pinheiral, a poucos minutos de Volta Redonda, sua cidade natal. Tudo parte de sua nova rotina.

Brincalhão e com seu jeito todo autêntico de ser, Dedé pegou o microfone e admitiu a surpresa pela presença de tanta gente e, consequentemente, o nervosismo por ter de encarar todo mundo. Sorrindo, pediu desculpas se alguma palavra saísse errado: tudo culpa
da ansiedade. Mas ao mesmo tempo, a nova rotina é algo que motiva e muito o camisa 26 do Vasco. E a prova de que passou a ser uma referência no Brasil foi dada durante a festa de premiação do Campeonato Brasileiro.

- A quantidade de gente que vinha pedir para tirar foto comigo foi impressionante. Até mesmo torcedores do Corinthians. Fiquei muito sem graça. É tudo muito novo para mim ainda. Há dois anos vinham três ou quatro me entrevistar. Agora é esse batalhão todo. Impressionante. Só posso agradecer e continuar lutando para melhorar cada vez mais - afirmou Dedé, que abre o largo sorriso quando vê crianças pedindo autógrafos e dizendo que querem seguir a carreira de zagueiro.

- É demais. Eles viram a minha trajetória e agora querem imitar. Alguns até estranham que atendo tudo numa boa. Chegam falando que querem ser zagueiro e não mais atacante. É legal, mas o meu filho eu vou falar para jogar na frente. Atrás dá muito mais trabalho (risos) - brincou.

Libertadores e seleção seguem como os grandes sonhos

O assédio da imprensa e dos fãs segue muito grande. Mas, ao mesmo tempo, crescem os olhos dos representantes de todos os cantos do mundo querendo tentar a contratação do zagueiro. Seu contrato com o Vasco vai até o fim de 2014, mas isso não significa muito. O acordo feito garante Dedé ao menos até o fim da Libertadores. Depois, uma nova negociação terá de ser feita. O Mito já avisou que prentende continuar até o fim do compromisso para ficar mais perto da Seleção Brasileira, mas reconhece que isso não depende só dele.

- O assédio existe sim. Meu empresário me mostra muita coisa legal. Mas o meu objetivo e grande sonho é disputar a Libertadores e ficar por mais tempo no Vasco. Consequentemente vou chegar ao outro sonho que é me manter no grupo da Seleção Brasileira e jogar a Copa do Mundo. Mas depende de um projeto feito pelo Vasco. A cabeça e o coração estão no clube, mas sou profissional e se aparecer algo bom vamos ter de conversar - afirmou Dedé, que aponta Espanha e Itália como países ideais para ele mostrar seu futebol.

Esperando por Ricardo Gomes

Ao relembrar o ano 2011, citado por ele como o melhor da carreira, Dedé aponta uma pessoa como responsável pela sua reviravolta dentro de campo: Ricardo Gomes. Segundo o zagueiro, o treinador, que brilhou na mesma posição, deu dicas e conselhos fundamentais para ele melhorar o seu desempenho. Agora, ele só espera o retorno do professor o mais rapidamente possível ao seu convívio diário.

- Tomara que ele volte logo. A chegada do Ricardo foi fundamental para mim e para o Vasco. Em 2010 eu tive uma crescente após a Copa do Mundo. Eu já estava mais maduro, mas tudo mudou depois que ele chegou. A confiança aumentou. Nosso time ficou mais aguerrido e isso vai continuar ano que vem. Suportamos muita coisa juntos. Agora é buscar mais alegrias - finalizou.

Fonte: ge