Futebol

Decisão de Adilson por afastamento de atletas não surpreende elenco

Desde que chegou ao Vasco, Adilson Batista procurou ouvir o maior número possível de relatos sobre o elenco. Consultou os integrantes da comissão técnica para identificar motivos que, além do aspecto técnico, influenciavam o baixo rendimento no Campeonato Brasileiro. Ouviu que alguns jogadores vinham tendo um comportamento que mostrava falta de comprometimento com a causa. A partir disso, o treinador deixou claro que não daria moral a quem não estivesse disposto a se sacrificar pelo clube, mesmo que isso significasse perda de opções para as partidas decisivas.

Nesta sexta-feira, foi escrito mais um capítulo dessa espécie de caça às bruxas, no que diz respeito à não utilização de quem, na visão da comissão técnica, não se mostra disposto a ajudar como poderia. Adilson Batista relegou o grupo formado por André, Willie, Sandro Silva, Francismar e Montoya a um futevôlei nos fundos do campo de São Januário, enquanto ele comandava um treino tático visando ao jogo contra o Náutico. Aqueles são atletas que, pelo conjunto da obra, não estão nos planos para as duas rodadas que vão definir o destino do Vasco em 2014. Assim, a medida tomada pelo treinador não surpreendeu o grupo cruz-maltino. Alguns jogadores admitiram, em conversas privadas, que esperavam que isso pudesse acontecer em algum momento.

 Os nomes de André e Willie, por exemplo, eram visados desde os tempos de Dorival Júnior, que, no entanto, preferiu não abrir mão da qualidade técnica da dupla, apesar de igualmente insatisfeito com o comportamento deles no dia a dia dentro e fora de campo. Mas logo em sua primeira partida no comando do Vasco, Adilson Batista afastou o camisa 9, que chegou atrasado a seus dois primeiros treinos e não enfrentou o Coritiba, em Macaé.

Em relação a Montoya, entretanto, houve uma surpresa, até certo ponto. O colombiano não é identificado como um jogador displicente ou indisciplinado. Em São Januário, o que se fala é que se trata de um atleta ainda imaturo, principalmente no aspecto tático. Ao comentar a situação de Montoya em entrevista coletiva nesta sexta-feira, Adilson Batista disse:

- Não quero fazer pré-julgamento de ninguém com um mês de trabalho. Mas a situação do Vasco não é para ficar fazendo... você sabe. Se quiser colocar palavra na minha boca, pode. Futebol é muito sério.

Em relação ao recém-chegado Francismar e a Sandro Silva, os relatos são de aparente falta de compromisso em jogos e treinos. Não teria agradado ao treinador, por exemplo, a atuação do volante ao entrar no fim da partida contra o Grêmio. O Vasco já perdia por 1 a 0, e Sandro jogou de forma displicente, segundo avaliação feita no clube. O jogador foi cortado da partida seguinte, contra o Corinthians, sob a alegação de dores nas costas. No Pacaembu, foi a vez de Francismar ganhar uma oportunidade e, segundo observação interna, não ser incisivo no momento de decidir.

Por outro lado, a comissão técnica passou a identificar uma mudança positiva de comportamento em Rafael Vaz. O zagueiro também foi cortado por Adilson Batista do jogo contra o Coritiba e, até mesmo com Dorival Júnior, vinha sendo o segundo reserva da posição (atrás de Renato Silva), principalmente por um comportamento fora de campo considerado inapropriado. No entanto, os relatos atuais são de que o jogador tem se mostrado no dia a dia mais comprometido com a causa vascaína.

Dos jogadores cortados da partida contra o Náutico, André, Willie e Francismar estão emprestados somente até o fim do ano. O contrato de Montoya vai até julho de 2015 e o de Sandro Silva termina em fevereiro de 2016. Já Rafael Vaz assinou contrato com o Vasco até junho de 2016.

Fonte: ge