De "gato" à oportunidade no time profissional: Fabrício Baiano
Eu já ouvi de muita gente que o Baiano é gato. Os adversários sempre reclamam. Já ouvi que é gato de quatro anos. Mas vou dizer para você: ele é tão bom que seria o melhor dos juniores. Este que vos escreve ouviu estas palavras em agosto de 2011. Foram ditas por um profundo conhecedor de categorias de base que acompanhava a incrível geração /96 do Vasco naquele ano. A referência era ao volante Heitor Baiano (92), um dos que semanas depois à conversa conquistariam o Sul-Americano Sub-15 e também o Campeonato Carioca Sub-15. A referência também era verdadeira. Ele era mesmo gato.
Com as lesões de Sandro Silva e Guiñazu, Dorival Júnior deve fazer o que Paulo Autuori já pretendia, mas não teve tempo hábil. Baiano, que realmente tinha 19 anos, e não 15, deve ser titular do Vasco na noite de quinta-feira em São Januário diante da Ponte Preta. E isso não é o mais importante para ele, que em março do ano passado assumiu as próprias farsas. Na Colina, Baiano celebrará a oportunidade como jogador nascido em 1992. Se chamado por seu nome de verdade, também é provável que se emocione. Foi assim quando assinou Fabrício pela primeira vez após assumir seus erros. Teve vontade de chorar, admitiu. Segurou porque tinha várias pessoas ao redor.
Natural de Camacan, no interior da Bahia, Fabrício viveu na roça até os 13 anos, conforme contou em entrevista ao colega Raphael Zarko. Começou a jogar futebol em 2007, em uma escolinha, mas aos 15 decidiu pegar um atalho para tentar ser profissional. Seu pai havia sido baleado, ficou paralítico, e a mãe, mesmo bastante humilde, reprovou a adulteração de documentos. De 2007 até a confissão em 2012, foram quase cinco anos de mentiras. Baiano certamente tirou espaço de outros garotos no Vasco. Recebia feliz aniversário no dia errado. Era chamado de Heitor. Muitas vezes tinha vergonha de encarar o espelho.
O discurso oficial do Vasco na confissão do jogador, em março do ano passado, foi de surpresa. Mas a realidade é que todos desconfiavam demais de Baiano. Sua certidão de nascimento era recente, datava 2006, o que é um sinal claro para profissionais da categoria de base. A força descomunal para o desarme, para o corpo a corpo, para o chute de longa distância, deixavam claro que ali não estava um jogador de 15 anos. Prova é que, mesmo assumida a farsa, hoje com 21 anos, Fabrício Baiano ainda se sobressai fisicamente.
Mas ainda houve muita coisa entre a confissão, em março de 2012, e a provável estreia nos profissionais na quinta-feira. O Vasco concedeu uma segunda chance a Baiano para os juniores, mas em seus primeiros treinamentos ele rompeu os ligamentos do joelho. O contrato profissional se encerrou e, por três meses, era um jogador livre. Cheio de incertezas. Até que o Vasco recentemente resolveu dar a terceira chance e assinou um novo vínculo. Já com 21 anos, Fabrício Baiano se apresentou diretamente à equipe de cima. Praticamente não jogou partidas oficiais nos últimos 18 meses.
Apontado como gato, Baiano virou a esperança, um cão de guarda para o meio-campo do Vasco de Dorival Júnior no Brasileiro. Um time em busca de identidade. Quem diria
Agradecimento: Carlos Gregorio Júnior Meninos da Colina
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