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Da euforia à desilusão: como os rumos da SAF impactaram os vascaínos

Quando surgiram os primeiros ventos de que o Club de Regatas Vasco da Gama poderia se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), grande parte dos vascaínos parecia sonhar. 

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A gestão Jorge Salgado surgiu no comando do então clube associativo como a esperança de pacificação e profissionalização, para muitos cruzmaltinos. Isto porque, o gestor tinha como credencial uma vasta experiência no meio financeiro, passagem pela CBF, uma ampla fortuna e a promessa de vice-presidentes (VPs técnicos).

Mas não demorou muito para as primeiras frustrações surgirem. Se os personagens e a forma de administrar mudaram, o futebol passou longe de grandes transformações, com o clube penando para se manter de pé esportivamente. Diante disso, os protestos não demoraram a aparecer.

Eis a última cartada da gestão: a venda do clube para a SAF. Apesar das especulações de grandes empresas internacionais, a escolhida foi a 777 Partners, em um processo rigorosamente sigiloso, que ainda hoje se torna desconhecido e obscuro para dirigentes e torcedores. 

Com um discurso inflamado de competir financeiramente com o maior rival, de estar entre os melhores clubes do país, promessa de investimentos no Centro de Treinamento, e vultuosos investimentos, a torcida rapidamente comprou a briga, e os sócios decidiram pela aprovação do negócio.

O início parecia promissor. Salários em dia, profissionais de renome no mercado, mas, outra vez, o futebol não decolou. Contratações de peso, como o astro Payet, o artilheiro Vegetti, o goleiro Léo Jardim, convocado para a Seleção Brasileira, e o lateral-esquerdo Lucas Piton, considerado o melhor do país na posição, se somaram.

Mas como explicar que, entre tantos talentos, vendas bem-sucedidas financeiramente de promessas da base, aportes em dias, as coisas ainda não se desenvolviam dentro das quatro linhas? Um dos principais problemas da empresa norte-americana logo se tornou visível: o distanciamento do torcedor e o silêncio enigmático diante de inúmeras pautas.

Mais de R$ 300 milhões foram investidos, treinadores dançaram, atletas perderam espaço e o time seguiu o mesmo roteiro dos últimos anos: eliminações precoces, desempenhos pífios e o tão temido fantasma do rebaixamento, diante de um início de Campeonato Brasileiro preocupante.

O estopim foi a grave crise financeira que rondava os gringos que assumiam o Vasco. Em toda a parte do mundo, escândalos passaram a surgir, colocando em questionamento a solidez financeira da empresa. Sob nova gestão, o presidente Pedrinho, que antes não conseguia acesso aos documentos e aos próprios acionistas majoritários, rapidamente mostrou que não seria um fantoche no conselho.

Com o discurso de que precisaria salvar o Vasco da Gama de um eminente colapso da 777 Partners, o dirigente conseguiu na justiça reaver o controle do clube, em um litígio que promete se tornar uma novela sem prazo para ter fim. 

A medida agradou a alguns torcedores, mas também trouxe preocupação com um possível retorno à modalidade associativa e à conturbada briga política, que perdurou por décadas nos bastidores do clube. Segundo o presidente, a possibilidade está descartada.

Com a sua experiência no futebol, Pedrinho tratou de reformular o departamento, fazendo também acenos importantes para o torcedor, a exemplo da possível volta de ídolos do clube, como foi o caso de Philippe Coutinho. Era o momento de glória do ídolo e presidente com os sócios e torcedores.

Embora o cenário financeiro ainda seja incerto e os rumos do Vasco da Gama estejam longe de se tornarem claros, dentro de campo o time tenta, a qualquer custo, ensaiar uma retomada. O fato é que hoje, nem o melhor dos astrólogos, conseguiria prever o futuro do clube.

Será mais um ano desafiador, na luta contra o rebaixamento? Surgirá um novo investidor com bala na agulha? Novas contratações de peso virão? Os salários se manterão em dia? Não há respostas. Enquanto isso, o vascaíno segue, como sempre, navegando contra o mar revolto, lutando contra tudo e contra todos, acreditando até o fim, sem saber quando o fim irá chegar, e qual será esse fim.

Fonte: SUPERVASCO.COM