Futebol

Da desconfiança ao resgate do Vasco: Luxemburgo enfrenta o Flamengo

Vanderlei Luxemburgo chamou a atenção em outubro de 2010. Era técnico do Flamengo às vésperas de um clássico contra o Vasco. Na última coletiva antes da partida, tudo caminhava dentro do protocolo. Ele falava da ansiedade antes do duelo, da rivalidade que existia na sua época de jogador. Mas depois cruzou a fronteira do politicamente correto, deu uma canelada, na visão dos vascaínos, usando o termo presidencial. Luxa revelou que, como rubro-negro assumido, sempre torcia contra o time da Colina. O mesmo que hoje vê nele a principal liderança na tentativa de recuperação dentro de campo. 

A transformação, do secador para o redentor vascaíno, foi lenta e gradual, levou nove anos de resultados abaixo do esperado. De ambos. O prestígio que ele tenta resgatar, vale tanto para o do Vasco, quanto o próprio. Luxemburgo já é apontado como o principal responsável pela saída da equipe da zona de rebaixamento. E assim recupera os elogios que já foram tão frequentes na carreira. Uma vitória colocaria fim a um jejum de três anos do Cruz-maltino contra seu maior rival.

Em São Januário, ganhou carta branca para trabalhar. Com a estrutura enxuta do departamento de futebol, com apenas o presidente Alexandre Campello e o diretor de futebol André Mazzuco acima dele no organograma, tem liberdade para dar seus pitacos. É voz ouvia atentamente por todos.

Com os jogadores, bate insistentemente na tecla da recuperação da grandeza vascaína. Mais do que mero discurso motivacional, ele fala com conhecimento de causa. Nos tempos de lateral-esquerdo, sofreu nas mãos do Vasco. Foram cinco derrotas, quatro vitórias e três empates. O último, na decisão do Campeonato Carioca de 1977, terminou com o título do Cruz-maltino nos pênaltis. A decepção encerrou uma geração rubro-negra de jogadores da qual Luxa fazia parte.

Como técnico rubro-negro, ele foi à forra com juros e correção monetária. Somando as quatro passagens dele pelo Rubro-negro, foram cinco vitórias do técnico sobre o Vasco, quatro empates e uma derrota, resquícios de dias melhores que ambos já viveram no futebol. Sábado, tentarão repetir esses momentos de glória no Clássico dos Milhões. Dessa vez de mãos dadas em vez de lados opostos.

- Isso não tem nada a ver (ter sentimento por enfrentar o Flamengo). Eu sou profissional - afirmou Vanderlei Luxemburgo.

Fonte: Extra Online