CT em Duque de Caxias pode ser uma maldita herança

A gestão de Roberto Dinamite começou, mas o dirigente já vai encarar seu primeiro problema judicial à frente do Vasco. Desta vez, a origem dos problemas cruzmaltinos é o Centro de Treinamento Almirante Heleno Nunes, que fica à beira da Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias. Segundo denúncia de uma ONG local, o clube estaria cometendo crime ambiental com as obras em andamento para ampliação do CT. Parte do terreno, cedido pela prefeitura de Caxias, fica num manguezal, tipo de área protegida por lei.

E os problemas com o meio ambiente não são novidades em São Januário. Em 2003, o clube não cumpriu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado junto ao Ministério Público Federal (MPF) no qual se comprometia a recuperar os danos causados ao manguezal, o que provocou novas denúncias no ano passado. Na ocasião, o então presidente do Vasco, Eurico Miranda, declarou que a responsabilidade pela proteção da área ambiental era da prefeitura local.

Cerca de um ano depois, o problema novamente veio à tona. Além de exigir que o clube cumpra o acordo do qual se comprometeu a participar no reflorestamento da área, a Justiça pode ainda determinar que as obras do CT sejam interditadas até que o Vasco possa se adequar às exigências judiciais. Ainda existe o risco de que, para proteger a área, o governo vete novas construções no local, o que arruinaria as pretensões cruzmaltinas.



Velho sonho

O Centro de Treinamento Almirante Heleno Nunes faz parte de um velho sonho do Vasco, cuja idéia é criar sua própria Vila Olímpica. Em 2005, o prefeito da cidade, Washington Reis, e o ex-presidente Eurico Miranda, acertaram uma parceria entre o clube e a prefeitura acelerando o ritmo das obras.

No entanto, muitos acusam o Vasco de não dar atenção devida às obras do local, que teria se tornado uma plataforma política para o prefeito. O desenrolar judicial da questão deve acontecer nos próximos dias. Até a conclusão do assunto, quem fica no prejuízo são as divisões de base vascaínas em atividade no município, cujo destino continua indefinido.