Cruzada Vascaína emite nota pessoal sobre viagens e chefia de delegação
CARTA ABERTA AOS VASCAÍNOS - NOTA PESSOAL SOBRE VIAGENS E CHEFIA DE DELEGAÇÃO
É preciso falar sobre as viagens da delegação do Vasco, a notória instrumentalização política do tema e o espancamento virtual a membros dessa gestão a partir da manipulação da verdade.
Vamos lá! Eu viajei duas vezes como chefe de delegação. A primeira para uma partida contra o América Mineiro, em setembro do ano passado. A segunda, também em 2018, para o jogo contra o Corinthians, quando fomos roubados no Itaquerão.
Na primeira, eu me ofereci ao presidente Alexandre Campello. Eu me recordo que havia uma reunião do Conselho Deliberativo convocada para o mesmo dia. Como não sou conselheiro poderia ir sem prejuízo à reunião, que, posteriormente, acabou sendo transferida. Na segunda ocasião, eu fui convidado a viajar oficialmente porque, representando a Diretoria Administrativa, teria uma reunião em São Paulo para discutir um projeto para o Clube.
Em hipótese alguma me passou pela cabeça em subtrair o clube. A chefia de delegação, além de ser uma honra, é uma honraria tradicional no clube. Vale, inclusive, pontuação para benemerência. Mas esse ponto nem é o importante. Fui com o espírito de servir o Clube. Aprender como funciona a dinâmica do futebol.
Chefiar uma delegação não é um passeio, como muitos pensam. Temos uma responsabilidade enorme, nada pode faltar para os atletas e sócios que interagem com a gente. E também temos a responsabilidade de passar para os próximos dirigentes como funciona uma delegação de futebol. O Vasco fica e os dirigentes passam. Não pode haver mais um vácuo na liderança. Além de gerir o Clube, também temos a responsabilidade em formar novos líderes.
As duas experiências foram bem profícuas. Pouco tive que intervir, pois o time que dá suporte ao Futebol é muito competente e cumpre com eficiência suas enormes responsabilidades. O time da logística trabalha muito. Tudo é cronometrado. Desde o transporte para aeroporto e os eventos no Hotel. Cada jogador recebe um papel com os horários de lanche, preleção até a partida para o estádio. O time da nutrição também organiza a alimentação e garante que a alimentação seja adequada. O time do marketing também recompensa os torcedores que fizeram os resgates dos seus pontos do sócio gigante. O dirigente precisa ter uma postura ali. Não é lugar de tietagem, é preciso dar espaço ao jogador para ele se concentrar para a partida. Nossa atuação de fato acontece quando acontece um imprevisto. Quando aparece algum sócio com problema, ou algum serviço no hotel ou no estádio falha.
Também temos a responsabilidade de representar o Vasco com os dirigentes do time mandante. Um dirigente do América MG ficou satisfeito quando eu falei do recorde mundial do Coelho em títulos consecutivos. Só ele foi decacampeão de qualquer coisa (1916-25) e a Arena Independência foi estádio da Copa do Mundo (1950).
Enfim. Voltando aos ataques, não me resta a deselegante tarefa de advogar em causa própria e desta diretoria. É maldosa a definição de “voo da Alegria”. Nessas duas ocasiões eu era o único dirigente acompanhando o presidente. Também colocar dirigentes como aproveitadores não é correto. Quem me conhece sabe que eu estou sempre aberto ao diálogo, já promovemos diversas mudanças no clube, desenvolvi projetos, participamos de comitês diversos. Colocamos dinheiro no clube do próprio bolso e também com patrocínios. Um deles eu tive a felicidade de intermediar.
Nunca quis me promover com os meus feitos. Tudo isso é doação e tem que ser feito de forma silenciosa. Me dirijo a todos com a consciência tranquila de que não subtrai nada do clube e ajudei muita gente a ter boas experiências com o Vasco. Desde tratamentos ortopédicos até cotizar viagens de atletas. Posso ter falhado com alguns mas nunca com dolo ao Clube.
Quando decidimos participar dessa gestão sabíamos de todas as dificuldades estruturais e política. Estava no radar o ódio. Acontece que as coisas estão passando dos limites. O ódio e a guerra política estão prevalecendo o amor ao Clube. O Vasco não pode ser secundário em nada.
Além do assassinato de reputação fomos surpreendidos por uma divulgação equivocada do workshop de em como lidar com informações confidenciais e a assinatura de um termo de confidencialidade (peça comum em muitas empresas) foi transformado em censura aos funcionários para salários atrasados coisa que nunca foi segredo. A realidade sobre os salários sempre foi de conhecimento público. Bobagem achar que isso se esconde.
Todo agente político tem a oportunidade de transigir mais. É inalienável o direito de questionar as ações desta diretoria mas fazer das redes sociais uma esculhambação difamatória não agrega, afasta potenciais parceiros e cria um desnecessário ambiente de desesperança para o sócio e o mercado. A Cruzada Vascaína já teve dois mandatos no Conselho Fiscal. Votamos contra contas e demos ciência publicamente porque fomos contra, mas nunca vazamos um documento sequer ou usamos de fakes e memes para difamar. Sempre tivemos muita responsabilidade com o Vasco. Não pensem que essa forma de política é saudável.
Se eu fosse uma pessoa diferente do que eu sou uma imagem dessas poderia me prejudicar no meu local de trabalho e ou causar espécie com meus parentes e amigos. Mas graças a Deus não é o caso. Essa forma de fazer política é canalha.
Na imagem em questão, estou no Allianz Park. Fui dirigindo para São Paulo com os três amigos da foto. O camarote não custa R$ 27.000,00 para o Vasco. É oferecido pelo time mandante. Nesse caso foi custo zero para o Clube. Essa mentira já tem uma consequência ruim. Já fui avisado de que estou ameaçado em São Januário. É preciso pensar nas consequências dessas mentiras. Infelizmente nem todos procuram saber a verdade dos fatos.
Muitos de nós, envolvidos diretamente nesse imbróglio envelheceremos juntos assistindo jogos do Vasco em São Januário. Pra que fazer dessa vida política um inferno? Existe a possibilidade de perguntar o que aconteceu sem precisar vazar informações que só o Conselho Fiscal tem.
Pra finalizar eu agradeço o apoio de todos, desde meus pares na Diretoria, amigos e funcionários do Clube. Os gestos dão a certeza do caminho certo.
Horacio Junior
Assessor Especial da Presidência
1º Vice Presidente da Cruzada Vascaína