Futebol

Cristovão Borges já vestiu a camisa 8 do Corinthians

Nos últimos meses Cristovão Borges precisou assumir a responsabilidade de substituir Ricardo Gomes no comando do Vasco. Mas, nos tempos de jogador, antes de acrescentar o Borges ao nome, ele também precisou enfrentar uma grande pressão ao ostentar a camisa 8 do Corinthians - adversário deste domingo -, número que pouco tempo antes pertencia a ninguém menos do que Sócrates, um dos maiores ídolos da História do clube paulista.

Ainda pouco conhecido no futebol brasileiro, Cristovão foi contratado pelo Timão ao Atlético-PR em 1986. Apesar de, até então, já ter passado por clubes como Bahia e Fluminense, ele, inicialmente, sentiu a pressão. Dois anos antes, Sócrates, que eternizou a camisa 8 do Corinthians, havia se transferido para o Fiorentina (ITA), deixando saudades no Parque São Jorge.

- Foi uma passagem importante. É um clube de vibração grande, mas que ferve muito. Eu era um meia de técnica e tive a chance de jogar lá - disse Cristovão.

Apesar de toda pressão sofrida à época, Cristovão destaca que o papel de substituto que exerce atualmente tem sido bem mais complicado. Além de ter passado pelo susto com o AVC de Ricardo Gomes, amigo de tantos anos, ele garante que a função de treinador exige mais responsabilidade:

- Não sei se dá para medir qual pressão é maior. Mas, como jogador, era mais individual, de entrar e poder tentar resolver. Hoje é diferente. Nos primeiros meses, foi sofrido. E muito. Uma responsabilidade imensa, dar continuidade ao trabalho do meu amigo. E, como treinador, tem que controlar mais coisas, pensar o jogo, mas não pode entrar em campo.

Na década de 1980, Cristovão enfrentou a pressão, vestiu a 8 e buscou seu espaço, apesar de ficar pouco tempo no Timão. Agora, no comando do Vasco, levou a equipe à liderança do Brasileiro. Bom, com Cristovão, não basta substituir, tem de fazê-lo à altura...

\"Faz do teu jeito\"
Cristovão Borges já havia substituído Ricardo Gomes como treinador. Ele lembra que, em 2004, em uma partida contra o Coritiba, o comandante não pôde ir à beira do campo, pois estava gripado. Na ocasião, ouviu a seguinte recomendação:

- Faz do teu jeito.

E é na base dessa confiança que a dupla conseguiu construir a atual campanha no Brasileiro.

- Pelo Fluminense, fomos jogar em Curitiba. Ele não estava legal, com febre. Tive de dirigir o time. Ricardo, então, falou algo que falaria agora: \"Faz do seu jeito\" - lembrou Cristovão, destacando que, nas últimas semanas, durante visitas ao amigo, procura não falar muito de futebol:

- Às vezes até comento sobre o que faço, mas ele não tem a preocupa ção de dar palpites. Não faz nenhuma questão de responder. Apenas diz que está bom assim.

Saiba como foi a carreira de Cristovão:

Início
Nascido em Salvador, Cristovão começou a carreira no Bahia, mas, pouco tempo depois que virou profissional, acertou transferência para o Fluminense. Ficou nas Laranjeiras por quatro temporadas. Busca por espaço Cristovão ainda rodou por Operário-MS, Santa Cruz e Atlético-PR, até acertar com o Timão. Desconhecido, precisou buscar espaço no meio de campo do time.

Sucesso no Sul
Meia habilidoso, ganhou vaga no time, mas, um ano depois, foi para o Grêmio, onde viveu uma de suas melhores fases, chegando, inclusive, à Seleção Brasileira.

No comando
Cristovão encerrou a carreira em 1994 para tentar ser treinador. Pouco tempo depois, já foi logo trabalhar como auxiliar de Ricardo Gomes.

Vasco
Neste ano, chegou o Vasco ao lado de Gomes. Após AVC sofrido pelo pelo amigo, acabou assumindo o time.

Fonte: Lancenet!