Futebol

Cristóvão Borges fala sobre retorno ao Vasco e quer time competitivo

O bom filho à casa torna. Um pouco mais experiente do que quando começou em 2011 quando assumiu o time após o AVC de Ricardo Gomes. Mas mesmo com passagens por clubes grandes do futebol brasileiro, Cristóvão retorna ao clube que o revelou como técnico após cinco anos com novos desafios.

Do Vasco, Cristóvão tem boas lembranças. Além da primeira chance como treinador, ele  teve bons números. Entre o período de 2011 e 2012, o técnico dirigiu a equipe em 78 partidas, com 41 vitórias, 18 empates e 19 derrotas, rendendo um aproveitamento de 60,2%. Participou da campanha que rendeu ao título da Copa do Brasil de 2011 para o Vasco.

 O treinador, que falou com exclusividade ao CRAQUE, contou que para ele, a sensação de retornar a São Januário é “de estar em casa”. Mas mesmo com o clima familiar, o técnico do Almirante sabe que tem muita coisa para arrumar no Vasco.

Terceiro colocado no Florida Cup, o técnico fala que a competição foi importante para observar como a equipe responde e detectar os erros que podem ser corrigidos, mas para a atual temporada, Borges promete um time competitivo.

 “Eu estou procurando que o time do Vasco seja uma equipe competitiva”, prometeu.

De volta à Série A do Brasileiro, o Cruzmaltino tem a missão de permanecer na elite do futebol brasileiro, mas antes o Vasco tem o Campeonato Carioca.

Campeão nos últimos dois anos, o Vasco busca o tri no estadual. Com uma derrota e uma vitória, os comandados de Cristóvão enfrentarão o Resende neste domingo às 15h (de Manaus).

Confira a entrevista exclusiva com o comandante do Vasco.

Na pré-temporada do Vasco, vocês jogaram a Flórida Cup e jogaram contra River, Barcelona e Corinthians. Qual a avaliação que você faz do grupo nesses jogos? O que deu pra identificar como pontos fortes e fracos do elenco?

Muito pouco tempo, mas o tempo que tivemos pra jogar um torneio com adversários desse nível, a resposta foi positiva. Nós temos muitas coisas para corrigir porque é natural de início de temporada esses ajustes e construção de equipe. Isso é normal, natural e estamos trabalhando para corrigir e melhorar pra que a equipe tenha performance de bom nível.

Você falou em uma entrevista sobre a dependência que o elenco do Vasco tem em relação ao Nenê. Ele é o craque do time, mas não atuará em todos os jogos. Como você vem trabalhando para que o time não sofra tanto em partidas que não poderá contar com ele?

Nós estamos contratando jogadores para que a equipe seja forte. E os jogadores que estamos trazendo são jogadores que vão fazer que a equipe tenha um bom nível e sendo assim quando a gente perde um jogador ou outro, como é o caso do Nenê, que é um jogador importantíssimo para a equipe, a gente vai ter como substituir de uma forma ou de outra. Mudando a maneira de jogar na substituição dependendo da posição do jogador que vai entrar, mas nós temos que estar preparando e nós estamos procurando estar preparados para isso também.

O Vasco volta para a Série A. Nos últimos três anos, o time subiu, mas não conseguiu se manter na primeira divisão. Esse fato  gera uma pressão no time no time no sentido de: temos que permanecer na Série A?

Isso (manter o Vasco na Série A) sempre foi prioridade independente de estar voltando. O Vasco é um time grande, de tradição é um time forte do brasileiro e futebol mundial. Sabemos disso e sabemos que o nosso trabalho é feito para isso e agora estamos trabalhando bastante para que o time seja forte, seja competitivo e que eu faça uma grande campanha e uma grande temporada.

Na sua apresentação, o Eurico mostrou alguns dos seus números na coletiva. Mostrou confiante com o seu trabalho. Essa questão do presidente do clube te conhecer tão bem, de você conhecer o clube (por ter começado no Vasco como treinador) ajuda o seu trabalho?

Claro que ajuda porque aqui é a casa onde comecei, conheço muita gente que trabalhou comigo, que iniciei minha carreira de treinador e onde me sinto em casa e fico à vontade. Eu cheguei  a partir do momento que eu fui contratado e foi um período de férias. Tivemos muitas reuniões e eu voltar ao clube foi a maneira que eu me senti muito à vontade como se tivesse na minha casa.

O que o torcedor do Vasco pode esperar do time para a temporada?

Eu estou procurando o que futebol exige, que o time seja competititvo buscando uma equipe competitiva que jogue dessa maneira, se porte, que tenha esse tipo de comportamento. Claro que jogue um futebol de qualidade, mas acima de tudo que ela seja competitiva. Isso é tradição do clube e isso que eu exijo e é isso que eu quero.

Seu primeiro trabalho como técnico foi no Vasco. Durante a sua primeira passagem o Vasco teve boas campanhas nos campeonatos que participou.  Você saiu no começo de 2012. Qual a diferença do Cristóvão que saiu do Vasco para o que está voltando?

A diferença muito grande. Já na primeira experiência porque  nesse momento para dirigir sendo o primeiro clube um clube com tanta exigência e pressão, então foi uma experiência assim enriquecedora e isso me deu preparo para que eu pudesse dirigir outras equipes. Quando eu saí daqui, eu dirigi grandes equipes do futebol brasileiro e passado esse tempo, claro que eu aprendi e hoje essas experiências foram enriquecedoras. Volto mais preparado, aprendi bastante. Estou à vontade e com domínio maior da minha função.

O que você faz quando não está trabalhando? Essa tranquilidade à beira do campo é assim também longe dos gramados?

Nos momentos que tem que ser assim (calmo) eu sou assim. Nos momentos que tem que esbravejar, tem que esbravejar. Isso aí é de acordo com o que o momento exige. Fora do futebol estudo sempre. Não paro nunca. Vejo futebol o tempo inteiro para estar atualizado. Isso é a minha vida, o meu trabalho.

 

Fonte: A Crítica