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Cristóvão Borges comenta sobre bastidores do líder Vasco

Líder do Campeonato Brasileiro de 2012 e co-responsável (ao lado de Ricardo Gomes) pelo título da Copa do Brasil e pela excelente campanha do Brasileirão de 2011. Este é o técnico Cristóvão Borges, comandante do Vasco da Gama, que participou neste sábado do programa Show da Galera, da Super Rádio Tupi.

Dentre assuntos do dia-dia da equipe cruz-maltina, Cristóvão comentou as situações de alguns ídolos da torcida e de outros jogadores importantes que nem sempre recebem o apoio do torcedor. O bom momento da equipe tática e tecnicamente, a ausência de Dedé e a parceria com Ricardo Gomes antes e depois do AVC que o afastou da beira dos campos foram outros tópicos debatidos na mesa redonda do programa. Confira abaixo a íntegra do bate-papo com o técnico vascaíno.

Manutenção da liderança

Cada rodada é uma decisão. Todo ponto vale ouro, seja hoje, na penúltima, ou na última rodada. Sabemos disso e estamos bem concentrados e atentos. Conseguimos colocar ‘uma frente’, somos líderes do campeonato, vamos procura manter uma regularidade e permanecer na dianteira.

‘Química’ do time

Trabalhamos bastante para que isso acontecesse, mas claro que ainda não é o ideal. Não está fluindo ainda, mas nos deixa esperançosos de que pode dar certo no futuro. A equipe tem vocação ofensiva, então, desde o ano passado, às vezes ela oscilava um pouco. Perdemos alguns jogadores de velocidade e força, mas ganhamos alguns de mais técnica. Trabalhamos para melhorar isso e equilibrar. Já evoluímos na marcação.

Perda de Dedé

Tínhamos o Rodolfo, que teve dificuldade de adaptação por ter jogado muitos anos fora do Brasil e, em sua primeira partida no Grêmio, quebrou o tornozelo. Veio para a gente no começo da temporada e encarou logo uma competição duríssima, que é a Libertadores. Não foi muito bem nos primeiros jogos, ficou fora, mas a gente trabalhou bastante, recuperou a boa forma e voltou a jogar bem. ‘Casou’ com o Renato e, os dois crescendo, favoreceram toda a equipe. Claro que o Dedé faz falta a qualquer equipe do mundo, mas conseguimos suprir essa ausência dele.

Apelidos de ‘aprendiz’ e ‘estagiário’

Essas coisas são inevitáveis, sempre vão acontecer, temos que saber conviver com as diferenças de opinião. O meu foco é procurar fazer com que a equipe evolua, jogue bem. Me considero um aprendiz sim, aprendo o tempo inteiro, observo, pergunto. Temos que ser curiosos para melhorar sempre e tem dado certo. Minha entrada no Vasco foi bastante difícil pois eu fazia parte de um trabalho vitorioso criado pelo Ricardo Gomes. Então, a desconfiança da torcida era natural, ninguém me conhecia, não sabia o que eu poderia aguentar e apresentar numa equipe de tradição, com toda pressão que é dirigir o Vasco da Gama. Mas a comissão técnica é muito competente e eu tive todo o respaldo da diretoria.

Fórmula da união do grupo

Quando se implanta uma filosofia saudável, positiva, como a gente conseguiu, se percebe o quanto é importante. Quem chega não tem dificuldade de se integrar, é bem recebido, o ambiente é muito agradável. Existem diferenças e uma de nossas virtudes é saber conviver com elas para um objetivo comum, que é o melhor para o Vasco.

Vasco x Lanús e Fellipe Bastos

Ele é um garoto com muita vontade, daqueles que você pode conversar porque ele vai dar atenção e procurar pensar. Ele tem muito futuro. Naquele jogo, fizemos um primeiro tempo com uma dinâmica muito alta, dominamos com uma vantagem de 2 a 0. No segundo tempo, eles começaram a pressionar a gente e aí, havia necessidade de reforçar o meio de campo, pois o Felipe e o Juninho estavam começando a sentir. Só que o Fellipe Bastos é um jogador que a torcida pega muito no pé, ele é o Rômulo de ontem, que era perseguido e hoje está na Seleção. Então, quando eu o chamei e substituí o Felipe, tomamos o gol. Foi muita coisa pra minha conta e levei uma vaia absurda (risos).

Quando eu saí andando, eles me acompanharam e disseram: vamos juntos. Foi um dos momentos mais bacanas da minha carreira. Fui para casa, conversei com minha família e dormi muito bem. Se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo de novo, pois tenho certeza de que, se não tivesse feito essa mudança, teríamos perdido aquele jogo.

Diego Souza e as faltas

A gente conversa e orienta, mas o Diego Souza, especificamente, usa o corpo tanto no ataque quanto na defesa, mas como atacante, não defende bem. Por ter um tipo físico avantajado e muita força, ele às vezes exagera.

Entrosamento

O ideal é poder repetir a equipe, mas isso só acontece quando se acha a melhor fórmula. Mas, às vezes, se joga um campeonato inteiro sem conseguir isso. Mas, quando se consegue, é possível impor seu jeito de jogar.

Força fora ou em casa

Temos algumas metas. Uma das que está começando a dar certo é jogar da mesma maneira dentro de casa ou como visitante. Nossa equipe joga no ataque, porque temos que marcar bem sempre.

Fonte: Superesportes