Crias de Flu e Vasco, Torres e Bismarck de olho no clássico
O JORNAL DOS SPORTS ouviu a opinião de dois ex-jogadores que atuaram por Fluminense e Vasco, em épocas distintas, sobre o clássico de hoje. Algumas curiosidades em comum marcam a carreira de ambos. Enquanto Alexandre Torres foi revelado nas Laranjeiras e depois jogou em São Januário, Bismarck fez o caminho inverso: é cria do Vasco e anos depois atuou pelo Fluminense. Além disso, eles atuaram no Japão, onde se tornaram ídolos.
Natural de São Gonçalo, o atacante foi revelado no Vasco fazendo parte da vitoriosa geração comandada por Romário. Juntos, eles conquistaram o bi carioca de 1987/88. Além de possuir um bom passe, Bismarck também se destacava pela técnica. Em 1990, foi convocado pelo então treinador da Seleção Brasileira, Sebastião Lazaroni, para disputar a Copa do Mundo, na Itália.
Já o zagueiro Alexandre Torres, filho de Carlos Alberto Torres, capitão do tri, em 1970, no México, acabou carregando durante toda sua carreira esse rótulo. Porém, devivo aos títulos que conquistou, aos poucos foi se desvinculando desse “problema”. Torres, assim como Bismarck, no Brasil, somente foi campeão no Vasco.
Com será o jogo de hoje?
Alexandre Torres: Concordo com quem diz que o Vasco não é o pior entre os quatro grandes. O time é jovem, está buscando identidade e afirmação, mas tem muito potencial. É verdade que falta experiência, porém, isto pode ser compensado com um ritmo de correria que a garotada pode imprimir no jogo. Os garotos estão muito empolgados. O Fluminense é o contrário do Vasco. Tem jogadores mais experientes e o favoritismo que estão jogando nas costas deles, pode se tornar uma pressão durante os 90 minutos e acabar prejudicando-os.
Bismarck: O Fluminense tem um time melhor no papel mas o Vasco, apesar da inexperiência, possui uma garotada que é boa de bola. Porém, futebol só se ganha dentro de campo. A superioridade do Fluminense pode não prevalecer nas quatro linhas, assim como, a falta de experiência do Vasco pode fazer com que os seus jogadores corram ainda mais para superar essa deficiência.
Quais as principais qualidades e defeitos de cada um?
A.T.: O forte do Fluminense é a qualidade individual dos seus jogadores. Além disso, o Renato (Gaúcho) tem uma jogada muito forte pelo lado esquerdo e nas bolas paradas. A zaga também é bastante sólida. De negativo para o Fluminense, pode ser o fato de o time se atirar para cima do Vasco, acabar deixando alguns espaços e sofrer com os contra-ataques dos velozes jogadores vascaínos. O Vasco tem como principais qualidades o lado direito e a velocidade. Porém, as constantes falhas no setor defensivo e a falta de concentração e atenção podem ser fatais.
B: O Vasco peca por ter um elenco jovem, porém, com qualidade técnica e muita velocidade. Só falta embalar. O Fluminense tem o melhor time no papel. Mesmo assim, falta um algo a mais para não perderem o foco. O time parece entrar às vezes meio desligado, meio desconcentrado.
Cite alguns destaques de cada time.
A.T.: No Fluminense tem três jogadores que fazem a diferença. O zagueiro Thiago Silva, que para mim não deve nada a nenhum zagueiro que o Dunga vem convocando, e Thiago Neves ao lado de Junior Cesar são fundamentais na criação das jogadas ofensivas. Pelo Vasco, Wagmer Diniz, Morais e, às vezes, Alex Teixeira, fazem triangulações perigosas no ataque.
B: No Vasco, destaco o Morais e o Leandro Bomfim. Pelo Fluminense, o Thiago Silva, na minha opinião, é o melhor zagueiro do Brasil.
Quem é o favorito para hoje?
A.T.: Vai ser um jogo muito equilibrado e, como em todo clássico, não tem favorito.
B: Vai ser um jogo nivelado. Mas acho que o Vasco passa.