Cria do Vasco, Paulinho recebe título de cidadão honorário do Rio
Atacante do Bayer Leverkusen, Paulinho recebeu, nesta quinta-feira, a medalha Pedro Ernesto em cerimônia realizada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A mais alta honraria da casa é oferecida ao jogador pela sua luta contra o preconceito às religiões afro-brasileiras.
Campeão olímpico em Tóquio 2020, Paulinho comemorou um gol marcado na estreia da Seleção fazendo uma reverência ao orixá Oxóssi, com o gesto de arco e flecha. Durante a solenidade, o jogador se emocionou ao receber a medalha Pedro Ernesto e comentou sobre ser porta-voz da luta contra o preconceito religioso.
– Desde pequeno, eu sempre escutei que a religião afro-brasileira era direcionada para o mal, mas eu tinha exemplos dentro de casa e não era bem assim. Eu segui firme, aprendendo, buscando informação, conhecimento sobre essas religiões as quais eu me sinto muito honrado e muito feliz de cultuar. Hoje, eu fico muito feliz de estar fazendo parte desse momento e espero que a gente continue nessa luta contra o preconceito e contra o racismo religioso – declarou Paulinho.
Teve uma repercussão muito positiva. Muitas pessoas que não tinham a coragem de manifestar a sua religião me mandaram mensagens dizendo estarem representadas por mim. Foi uma das coisas que me emocionaram bastante porque todos nós, povo do axé, sabemos a luta que é contra o preconceito
— Paulinho
Clube que revelou Paulinho, Vasco da Gama participou da homenagem ao jogador mandando uma mensagem. No texto lido na solenidade, o Cruz-Maltino reafirmou seu pioneirismo em lutas de causas sociais e o orgulho de ter o nome de Paulinho na história do Vasco. “Pai Santana certamente estaria orgulhoso de você, Paulinho”, encerrou o recado assinado pelo presidente do Vasco, Jorge Salgado.
A cerimônia no salão nobre da Câmara, organizada pelo vereador Átila Nunes (DEM), também concedeu a medalha Pedro Ernesto para outras personalidades que combatem à intolerância religiosa.
Foram homenageados os carnavalescos da Grande Rio, campeã do carnaval carioca, Augusto Bora e Gabriel Haddad, pelo enredo sobre Exu, que buscou desconstruir a imagem estereotipada do orixá. O ator Demerson D’Álvaro, que interpretou Exu na avenida, também receberá a honraria. Assim como os carnavalescos Fábio Ricardo Rangel, da Mocidade, e o casal Renato e Márcia Lage, da Portela.
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