Copa do Brasil tem nova 'disputa': Liga Forte x Libra; entenda
Envolvidos no meio de uma guerra de narrativas provocada pela tentativa de mudança das datas dos jogos de volta das semifinais da Copa do Brasil, Vasco e Flamengo fazem nesta quarta-feira a primeira partida de seus playoffs no torneio. Os vascaínos contra o Atlético-MG, na Arena MRV, e os rubro-negros, no Maracanã, diante do Corinthians. E por que eu chamo de tentativa? Porque Vasco e Corinthians aguardam que a Justiça Desportiva revogue a decisão conduzida de forma inábil pela CBF. O presidente Ednaldo Rodrigues viajou ao Uzbequistão para assistir à fase final do Mundial de Futsal e cumprir agenda da Fifa.
Os quatro clubes envolvidos nas semifinais do torneio sustentam suas razões de acordo com os interesses de cada um. E é de fato lamentável que tenham de fazer a partida de volta sem os jogadores cedidos às seleções na Data Fifa entre os dias 10 e 15 — uns mais afetados, outros menos. Mas a forma como a questão foi conduzida por Júlio Avelar, o diretor de competições, não foi bem digerida por dirigentes de Vasco e Corinthians. Justamente num momento em que os clubes brasileiros se dividiram em duas Ligas, a CBF atende a pretensões de Atlético-MG e Flamengo, que alinham na Libra. Os oponentes são membros da Liga Forte União (LFU).
Ainda que o Regulamento Geral de Competições (RGC) publicado em abril seja claro quanto ao fato de as Datas Fifa não ensejarem o pedido de alteração nas tabelas das competições da CBF; e ainda que o calendário divulgado antes de a bola rolar já previsse jogos da semifinal da Copa do Brasil 24 horas após o término das Datas Fifa, o correto e sensato seria a tentativa de um acordo em fórum adequado e na presença das principais lideranças dos dois blocos. Simplesmente, porque daqui para frente tudo terá que ser assim. A menos que haja o interesse de se respeitar acordos assinados por todos antes da primeira partida da temporada.
É desanimador que a temporada do futebol brasileiro termine com imbróglios desta ordem, e já em oração para que as dez últimas rodadas do Brasileirão não nos tragam as desagradáveis suspeitas nas arbitragens. Mas tanto essa tentativa de “virada de mesa” mal conduzida pela CBF, quanto as queixas de arbitragem surgidas da falta de educação dos agentes envolvidos comprovam que a gestão futebol brasileiro está mal entregue.
Fonte: Blog Gilmar Ferreira - Extra