Futebol

Convocado para seleção, Dedé viaja rumo ao sonho

Rio - Três anos antes da convocação para a seleção brasileira, Dedé teve outro motivo para ficar sem dormir. Foi na Itália, na primeira e até hoje única viagem internacional da vida de Dedé, que o zagueiro passou os piores momentos de sua curta carreira. Sozinho, ele seguiu para Udine, onde ficou quatro dias treinando na Udinese. Desacostumado ao fuso horário e com saudade da família, ele logo retornou a Volta Redonda. Agora, ele está a poucos dias de embarcar para a Alemanha, de olho num novo sonho.

\"Quero ir para a Copa. Para isso, preciso manter esse sonho, não deixar que ele se apague. Tomara que dure por muito mais tempo. Esperei tanto essa oportunidade, agora quero ficar entre os grandes zagueiros brasileiros\", diz Dedé, que ontem visitou Volta Redonda, sua cidade natal.

Foi numa quadra bem próximo de sua rua que o zagueiro deu os primeiros passos no futsal, ainda com seis anos. Ele e o irmão mais velho, Gleidson, que seguiu carreira militar. Rodeado da família, dos amigos e da namorada, ele passeou ontem pela cidade, atendeu aos fãs, acenou nas ruas e lembrou do início de tudo.

\"Comecei no futsal do meu bairro, nesta quadra. Como era grande, fui para o gol. Era um bom goleiro até. Na quadra, não sei, não, mas era melhor do que o Prass\", brinca Dedé, que agarrou dos 8 aos 11 anos e conta ter sido procurado por Flamengo e Fluminense, ainda como camisa 1 de futsal.

No campo, o time era o Estrela do Amanhã, no qual Dedé começou como volante. Foi nessa posição que começaram as aventuras para ele realizar, \"passo a passo\", como gosta de falar, os seus sonhos. Quando tinha 12 anos, um aprendiz de empresário disse que ia levá-lo para um teste no Santo André. Dedé pegou ônibus e foi. Ficou dois dias.

\"Ele foi numa terça-feira, à meia-noite, e voltou na quinta. Fiquei muito preocupada, ele era muito pequeno. Olho o risco que ele correu!\", lembra Maria Helena, mãe de Dedé, que foi a São Paulo buscar o filho.

Embora a preocupação de mãe sempre exista, Maria Helena confia no filho. Ela conta que, após as partidas do Vasco, ele sai correndo para Volta Redonda.

\"O jogo acaba às 21h, dá meia-noite ou meia-noite e meia e ele está aqui\", diz a mãe, que fazia tudo para manter o sonho do menino, desde vender salgadinhos até pedir dinheiro emprestado. \"Já era um sonho ele no Vasco. Agora, na Seleção, é muito mais que um sonho. Na hora da lista, eu estava na casa dele, mas saí para comprar pão. Quando voltei, os porteiros estavam reunidos, me avisaram. Aí começou a festa\".

Fonte: O Dia