Contra voto online, Campello vai à Justiça e ataca Brant, Mussa e juíza
Após a terça-feira agitada nos bastidores políticos, a única certeza em relação às eleições do Vasco é que ela não será mais realizada no próximo sábado. Os cinco candidatos se reuniram, concordaram em adiar a votação e terão um novo encontro nesta quinta, em São Januário.
Pouco depois da reunião desta terça, no entanto, a juíza Debora Maria Barbosa Sarmento, da 7ª Vara Cível, acatou o pedido de Faués Cherene Jassus, o Mussa, presidente da Assembleia Geral, e marcou a eleição para o dia 14 de novembro, com votação exclusivamente online. A decisão surpreendeu os candidatos, especialmente o presidente Alexandre Campello.
Nessa quarta, em contato com ge, Campello recriminou a judicialização das eleições do Vasco e fez duras críticas à juíza que proferiu a decisão na terça, a Mussa e ao grupo político Sempre Vasco, que tem Julio Brant como candidato à presidência. Procurado pela reportagem, o presidente da Assembleia Geral optou por não se pronunciar. Brant, por outro lado, respondeu e afirmou que a ideia do presidente do Vasco é "se manter por mais tempo no poder". A posição do candidato está no fim dessa reportagem.
- Acho um absurdo que o Vasco seja conduzido através de liminares. A gente vê uma série de decisões judiciais estapafúrdias. A Sempre Vasco tem um desembargador e um juiz que querem participar ativamente e vivem no Twitter, colocam seu avatar amarelinho... Será que isso não influencia nessas decisões judiciais? - indagou Campello.
- Estamos propondo uma eleição híbrida para atender a todos, enquanto a Justiça propõe uma eleição exclusivamente online e de forma liminar. A última decisão que li da Justiça é uma vergonha. A juíza confunde tudo, diz que sou presidente do Conselho Deliberativo. Acho que ela nem sabia o que estava escrevendo. Mas escreveu favoravelmente à Sempre Vasco, que conduz o senhor Mussa, que é um senhor senil e deveria ser interditado pelos filhos. Mas é manipulado pelos filhos e pela Sempre Vasco - criticou o presidente do Vasco.
O presidente do Vasco afirmou que recorreu na Justiça para tentar derrubar a liminar que marcou a eleição online para dia 14 de novembro.
- Vamos brigar na Justiça pela legalidade. A reunião nesta quinta está mantida, vamos trabalhar para escolher a empresa e vamos continuar lutando para que a eleição ocorra da melhor maneira. Com Julio ou sem Julio, com Mussa ou sem Mussa. Não é possível que a Sempre Vasco tome o Vasco de assalto, na mão grande e com a conivência da Justiça.
O presidente do Vasco também criticou a postura de Julio Brant durante a reunião entre os cinco candidatos à presidência na terça-feira, em São Januário. De acordo com Campello, o encontro teve muitos momentos de discórdia e tensão.
- Logo no início, o Julio passou, de forma agressiva, a falar com Leven Siano, comigo, a criar uma série de constrangimentos. Houve um momento em que a reunião ficou bastante conturbada, com os ânimos exaltados, especialmente o Leven e o Julio. Eu, Sergio Frias e Jorge Salgado pedimos que a reunião se mantivesse em alto nível, porque era o que o torcedor e o sócio esperavam de nós. Queríamos uma definição.
- O Leven, eu e o Sérgio Frias entendemos que o estatuto determina que ela seja presencial, que a Lei Pelé não obriga que ela seja online, ela faculta, desde que se dê as garantias. Fiz uma apresentação, mostrei parecer de especialistas. Para se fazer uma eleição online segura, são necessários meses de trabalho. A auditoria deve começar durante o processo, com lista de sócios, cadastro.
- O Mussa alegou que teve uma recomendação do médico para não participar da reunião. Mostramos nosso posicionamento e nossa preocupação. O Salgado defendeu a eleição híbrida, e o Julio exclusivamente online. Entendemos que cada deveria ceder um pouco. Depois de muita discussão, chegamos à conclusão que o melhor seria fazer de forma híbrida. Passou-se a discutir quando deveria ser a eleição. Todos concordaram que não poderia ser no dia 7.
Proposta para que eleição aconteça em um mês
O presidente do Vasco disse que a reunião nesta quinta entre os candidatos está mantida. Campello afirmou que as empresas dispostas a realizar a votação virtual serão ouvidas, e cada chapa levará seus técnicos para avaliar as candidatas. Em um primeiro momento, os candidatos propuseram que a eleição seja realizada no prazo de um mês.
- O Julio pediu um mês, mas não quis fixar data. Eu topei um mês, mas ele disse que era muito tempo, o Leven concordou. Mas todos, com exceção do Julio, entendemos que deveríamos sair da reunião com uma decisão. Mas o Julio defendeu que isso deveria acontecer em outra reunião. O clube vai trazer as empresas que se habilitam a fazer a eleição online, ouvir as apresentações, cada candidato vai levar dois técnicos de TI e vamos escolher a empresa. Isso foi o combinado.
Decisão judicial pega presidente de surpresa
Campello também afirmou que foi surpreendido e ficou sabendo sobre a ação de Mussa na Justiça durante a reunião entre os candidatos.
- Como existia uma divergência quanto à data durante a reunião, ligamos para o Mussa. De viva-voz, declarou que faria o que fosse melhor para o Vasco, com o que os candidatos estivessem de acordo. Propus que fosse feita uma ata, mas o Julio não quis. Então decidimos fazer uma nota para dar satisfação ao torcedor. Mas ele fez questão de dizer que era o único que não estava decidido pela eleição híbrida.
- Já durante a reunião, tomei conhecimento através do meu jurídico de que o senhor Mussa tinha entrado com uma ação na Justiça. Tanto o Mussa quanto o Julio agiram de forma dissimulada na expectativa da decisão judicial. Foi dessa forma rasteira que eles trabalharam.
Questionado sobre as próximas providências que tomará caso a Justiça mantenha a decisão de eleição exclusivamente online no dia 14, Campello desconversou.
- Ainda não decidi. Primeiro vamos discutir nesta quinta com os demais candidatos. Depois internamente na minha chapa, com o meu grupo.
Resposta de Brant
Após as duras críticas de Campello, o ge entrou em contato com Mussa e com a Sempre Vasco. O presidente da Assembleia Geral disse que não vai se pronunciar, mas Julio Brant respondeu.
- Desde 2014, luto pela eleição on-line e direta. É a mais inclusiva para os vascaínos do Brasil e de todo mundo. É a terceira eleição que participo no Vasco respeitando as regras determinadas pela assembleia geral, mesmo tendo sido todas direcionadas pelo Eurico contra mim. Aceitei a eleição híbrida, desde que houvesse uma opinião técnica sobre segurança contra fraude, transparência e cumprimento de prazo, já que o Campello tentou jogar a eleição pra dezembro. Temos que pensar no impacto na vida do sócio.
- O Campello durante a AGE e, agora, na AGO tenta assumir um poder que não é dele. Imagina se o Mussa resolvesse demitir o técnico de futebol? É o mesmo que o Campello quer fazer querendo assumir a eleição. E, o pior, como candidato! O único objetivo do Campello é criar confusão para ganhar tempo e se manter no poder. Ou seja, uma nova versão para os golpes do passado. Impossível confiar no Campello para um acordo. Ele descumpriu todos até hoje. Toda e qualquer pesquisa aponta que ele não tem qualquer chance de se eleger. Por isso, antes de abrir mão oficialmente de sua candidatura tenta ganhar alguma sobrevida - concluiu Brant.
Fonte: geMais lidas
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