Conselho analisa vendas de camarotes da presidência na gestão Campello
O Conselho Fiscal do Vasco analisa a venda de cinco camarotes da presidência do clube no fim da gestão de Alexandre Campello. Os espaços foram negociados a R$ 5 mil cada, quantia considerada menor do que o estimado para o local, e de forma irregular, uma vez que o Estatuto do clube não permite a venda de bens sem autorização do Conselho Deliberativo.
Entre os compradores de um dos camarotes está o próprio ex-presidente. Alexandre Campello nega qualquer irregularidade nas vendas. Segundo ele, em outras gestões, espaços semelhantes aos comercializados foram doados, sem qualquer contrapartida financeira. Mas não especificou quais.
“São lugares sem uso que não têm um valor determinado. Estávamos precisando arrecadar. Isso é fruto de perseguição política”, disse o ex-presidente.
Os camarotes da presidência são estes espaços entre as grades, acima das cadeiras com a cruz de malta — Foto: Paulo Fernandes / Vasco
Além de Campello, entre os compradores estão aliados políticos e pessoas que integraram a gestão do ex-presidente. Após tomar ciência das vendas, que considera irregular, o Conselho Fiscal do clube devolveu os R$ 5 mil a Campello, considerando nula a compra do camarote por ele adquirido. O mesmo será feito com os demais compradores.
O CF entendeu que as vendas foram irregulares uma vez que o artigo 81 do Estatuto do clube, no parágrafo II, determina que somente o Conselho Deliberativo pode autorizar "empréstimo, hipoteca ou alienação de bens do fundo social”. E os camarotes da presidência são considerados bens.
Além disso, na visão do CF, o artigo 87, parágrafo II, também determina que o Conselho de Beneméritos tenha ciência desse tipo de transação, ao estabelecer que os conselheiros devem "exercer fiscalização direta sobre à administração do patrimônio social”.
“Nem sabia que tinham devolvido o dinheiro, estou sabendo por você. Por mim, não precisava devolver. O Vasco pode ficar com o camarote e com o dinheiro”, afirmou Campello.
Ao ser questionado se daria esta orientação aos demais compradores, que devolvessem o camarote, ele disse:
“Eles, eu acho que deveriam entrar na Justiça. Compraram de forma regular”.
De acordo com levantamento feito pelo Conselho Fiscal, os únicos camarotes que podem ser comercializados são os de sócios e os valores giram entre R$ 15 mil e R$ 25 mil. As informações sobre estas vendas foram anexadas no parecer das contas da antiga gestão.
Fonte: Blog da jornalista Gabriela Moreira - geMais lidas
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