Conquista do Vasco apaga frustração de Alex Teixeira

Menos de dois anos como profissional e Alex Teixeira já sentiu na pele como o futebol é capaz de criar heróis e vilões. Num instante, um jogador pode ser o culpado por uma derrota, no outro pode ser o responsável pela explosão de alegria de um estádio inteiro. Sumido em campo, Alex Teixeira havia sido recuado para a lateral direita contra o América-RN. Coube ao jogador receber o passe na área, driblar o zagueiro e marcar o gol da vitória e do título do Vasco na Série B.

Em entrevista ao LANCENET!, o camisa 7 conta como foi o dia seguinte à partida que o ajudou a exorcizar o trauma da perda do título Mundial Sub-20 com a Seleção. Valorizado, Alex Teixeira garante que pretende cumprir contrato com o Vasco e que entre os jogadores existe uma unanimidade: Dorival Júnior precisa ficar, custe o que custar.

Bruno Marinho: Como é se sentir campeão e herói do título do Vasco na Série B?

Isso tudo está sendo especial para mim. Sou cria da base do Vasco, cresci no clube. O Vasco é a minha vida. Marcar este gol foi importante. Comemorei muito com a minha família, jantei com ela e depois fui festejar com os meus companheiros. Terei até terça-feira para comemorar.

B.M: Esta conquista da Série B tem sabor especial para você, pouco tempo depois da decepção no Mundial Sub-20?

O vice-campeonato havia ficado engasgado na garganta. Mas, graças a Deus, pude fazer este gol tão importante. Acho que no futebol é assim, perdemos lá atrás, mas conseguimos ganhar mais na frente.

B.M: Como foi marcar aquele gol num momento da partida em que você estava improvisado na lateral direita?

Dorival teve de me colocar na posição, mas não estranhei. Já havia jogado dois jogos naquela função. Eu tenho força e habilidade para vir de trás e chegar na frente. Fui muito feliz, consegui tirar do zagueiro e acertar o gol.

B.M: Já é possível imaginar Fagner e Paulo Sérgio preocupados com a concorrência de Alex Teixeira na lateral direita?

Não, não, que é isso (risos). O meu negócio é lá na frente, perto do gol, com os atacantes. Deixo a lateral para eles brigarem entre si. A disputa já está muito difícil.

B.M: Hoje, talvez você seja o jogador mais valorizado do elenco vascaíno. Qual será o seu destino em 2010?

Olha, eu sempre escuto muita coisa, mas estou tranquilo. Nem o Vasco nem o meu empresário falaram qualquer coisa. Meu contrato vai até 2011, sou jogador do clube e a minha intenção até o momento é continuar. Ainda posso fazer mais.

B.M: Do que o Vasco precisa para repetir ano que vem a mesma campanha vitoriosa deste ano?

Eu acho que se este grupo for mantido, não precisaremos de mais nada. A união entre os jogadores é muito grande. Isso foi muito importante este ano.

B.M: Qual foi a importância de Dorival Júnior nisso tudo?

Olha, para mim, ele foi como um segundo pai. Pegou no meu pé, me ajudou muito. Foi me colocando aos poucos. Devo muito a ele, esta boa temporada.

B.M: Dá para dimensionar o prejuízo que o Vasco teria caso ele não renove?

Vai ser uma perda muito grande. Ele é um treinador excelente, faria muita falta ao time.

B.M: Os jogadores pensam em fazer algo para tentar convencê-lo a ficar?

Olha, não conversamos ainda sobre isso, mas pode ter certeza, o que pudermos fazer para que ele fique, nós vamos fazer.