Futebol

Conheça um pouco mais sobre Rômulo, o novo xodó de Paulo César Gusmão

De Picos, no interior do Piauí, para São Januário. Essa é a trajetória da vida do apoiador Rômulo, de apenas 19 anos. Da infância difícil, no Nordeste, mas sem passar fome, como o próprio jogador costumar lembrar, à afirmação sob o comando do técnico Paulo César Gusmão. Dificuldades para comprar um par de chuteiras e trabalho no mercadinho do avô, seu João Francisco, são apenas alguns dos momentos marcantes na carreira do garoto, que passou de meia de ligação a volante.

- Foi difícil, mas nunca passei necessidade - relembra o meia vascaíno, sempre com um sorriso no rosto.

Rômulo chegou ao Vasco no fim do ano passado após ser indicado pelo diretor executivo de futebol do clube, Rodrigo Caetano, que já havia tentado em vão a sua contratação nos tempos em que trabalhava no Grêmio. Após muito negociar, o Porto de Caruaru aceitou liberar o atleta para a equipe carioca. No Gigante da Colina, ele tem duas conquistas nas categorias de base - o Torneio Octávio Pinto Guimarães, em 2009, e o Estadual de juniores, em 2010.

E foi de Caruaru que o garoto saiu com a esposa Jéssica e a filha Nicole, de apenas dois anos. Filha? É isso mesmo. Rômulo foi pai cedo. Hoje, as duas moram com o jogador em um apartamento em São Cristõvão, bem próximo do estádio vascaíno. Mas ele não se importa de já ter construído uma família tão cedo.

- Elas veem sempre ver os jogos em São Januário. Gosto muito de criança, a Nicole é muito apegada a mim. Isso foi muito bom para a minha carreira. Foi um salto enorme. E por ela que venho trabalhar todos os dias - contou o jogador, que já prometeu homenagear a filha quando balançar a rede pela primeira vez nos profissionais. 

Mas até chegar ao Vasco, Rômulo precisou trabalhar duro. É com orgulho que ele relembra dos momentos que passou com o avô. Em Picos, ele trabalhou vendendo alimentos em um mercado, que hoje é comandado por sua mãe, dona Luciana. Este mês, por sinal, ela vai fazer uma visita ao filho, que admite muita saudade dos familiares.

- Sempre ajudei no mercadinho. O meu avô já tinha uma certa idade e eu ficava lá com ele. Sou muito apegado aos meus familiares e, às vezes é difícil ficar longe - contou o jogador.

E é justamente do avô que Rômulo tem uma história curiosa. O garoto revelou um diálogo que teve com João Francisco após o início de sua trajetória como titular do Vasco.

- Quando eu vou jogar, ele não assiste. Ele é operado do coração e não aguenta a emoção. Ele diz: \"meu filho, o médico falou que para o coração acelerar e eu morrer pode ser coisa boa ou ruim e por isso eu não assisto\" - lembrou Rômulo.

O apoiador vascaíno iniciou a carreira com 11 anos no Palmeirinha, uma equipe montada por um vizinho de sua família, em Picos. Três anos depois, ele teve a oportunidade de defender o Porto de Caruaru e foi aí que passou pelas primeiras dificuldades.

- Eu fui sozinho, foi muito difícil. Ficava em casa o tempo todo, chorava bastante. Mas eu tinha comigo que realizaria o sonho de ser jogador de futebol um dia - disse.

Em 2009, Rômulo cogitou voltar para casa após uma perda na família.

- O único fato que desestabilizou a minha carreira foi a perda da minha avó (Francisca). Isso me abalou um pouco, mas eu procurei superar para seguir jogando normalmente no Porto de Caruaru - afirmou o jogador.

Um dos pilares da arrancada do Vasco no Campeonato Brasileiro, Rômulo se transformou em titular da equipe durante a pausa da competição para a disputa da Copa do Mundo. De lá para cá, o Gigante da Colina conseguiu quatro vitórias e três empates.

- Fico feliz com os resultados e com o reconhecimento, mas procuro trabalhar para me firmar ainda mais no futebol - disse o jogador.

Fonte: ge