Conheça o token dos atletas formados no Vasco
Você já imaginou ganhar dinheiro torcendo pelo desempenho de vários jogadores formados em São Januário e que hoje estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo? O Mercado Bitcoin e o Vasco da Gama realizam este sonho!
O que é um token (criptoativo)
Antes de explicarmos como funciona esta novidade, precisamos falar sobre o token, que nada mais é do que um bem digital registrado em banco de dados públicos e distribuído utilizando a criptografia. São estes alguns dos elementos que os diferenciam, por exemplo, dos demais ativos digitais, como milhas aéreas de programas de fidelidade.
Tudo isto é possível através do uso de blockchain, as redes de computadores que não dependem da coordenação de uma entidade central. Em resumo, o token pode ser utilizado para representar um ativo real, por exemplo, um título de consórcio ou uma determinada quantia de ouro.
Como funciona o token do Vasco, chamado de Vasco Token?
Quem comprar o Vasco Token terá direito a receber uma parte de eventuais transferências de determinados jogadores formados pelo Clube através do Mecanismo de Solidariedade. Este incentivo, criado pela FIFA, obriga o clube formador a ser remunerado em um valor de até 5% quando há a transferência de um atleta criado em sua base. Para este token, foi selecionado um grupo de 12 jogadores formados nas categorias de base do Vasco da Gama. São eles:
Quando houver alguma transação definitiva envolvendo algum desses atletas, o valor que o Vasco tem direito pelo Mecanismo de Solidariedade será dividido entre os detentores do token. O percentual sobre o valor das transações que o Clube possui varia conforme o tempo que o atleta passou pela base em seu período de formação (dos 12 aos 23 anos). No grupo selecionado, o percentual do Vasco varia entre 1,76% (caso de Nathan) e 4,59% (caso de Luan).
O volume tokenizado é de R$ 50 milhões, e foram gerados 500.000 Vasco Tokens. Deste modo, o valor unitário em seu lançamento será fixado em R$ 100.
Qual a perspectiva de retorno?
Depende, especialmente, do número de transferências definitivas realizadas ao longo da carreira de cada um destes jogadores. Para a precificação de tais atletas selecionados, foram utilizados modelos estatísticos que levaram em consideração idade, posição, país de atuação e um histórico de transações de atletas com características similares. O valor estimado foi de R$ 60 milhões. Ou seja, como o valor total que está sendo tokenizado é de R$ 50 milhões, temos uma oportunidade estimada em retorno na ordem de 20%.
Além disso, toda a precificação deste tipo de ativo é feita em euros, moeda mais comum em transações de jogadores de futebol de primeira linha. É de se esperar, portanto, que o valor do token também seja influenciado pelo preço da moeda europeia, ou seja: quanto maior a cotação do euro, maior o valor da transação em reais, e maior o valor do crédito sobre o mecanismo de solidariedade.
Qual o benefício para o Vasco da Gama?
Primeiramente, o Mercado Bitcoin adquiriu 20% dos tokens pelo valor de R$ 10 milhões, pagos antecipadamente ao Clube, antes mesmo das vendas serem abertas ao público. O Vasco da Gama irá deter 75% dos tokens em circulação, podendo vendê-lo mais adiante, se assim desejar, desde que mantendo uma participação mínima de 25% do total dos tokens fora de circulação, o chamado lock up.
Quais os riscos envolvidos nesse ativo?
Os principais riscos estão relacionados às carreiras dos atletas. O pagamento ao Vasco do valor relativo ao mecanismo de solidariedade depende de uma transação se concretizar. Em tese, isso ocorre quando um jogador tem atuações de destaque, marque gols, é convocado para a seleção brasileira… Por outro lado, atuações ruins e até mesmo lesões podem tornar uma transferência menos provável ou menos lucrativa para o clube formador.
Existe também a questão cambial, ou seja, a flutuação do euro. A cotação será convertida em reais na data de fechamento do contrato de câmbio de cada pagamento. O euro pode variar tanto para cima quando para baixo.
Outro ponto importante é o repasse dos valores das transferências. O clube comprador pode eventualmente não cumprir com a obrigação de repassar os valores recebidos dos clubes formadores, o que prejudicaria o pagamento da transação do jogador aos detentores de tokens. No entanto, caso isso aconteça, o clube devedor estará sujeito a severas punições da FIFA como a proibição de registro de novos jogadores por até três janelas inteiras e consecutivas
Outra mudança possível é quanto ao percentual, que hoje chega a no máximo 5%, mas que pode ser alterado para menor por determinação dos órgãos competentes. No entanto, acredita-se que o risco seja remoto em função da essência pela qual o Mecanismo de Solidariedade foi criado e sua importância para fomentar a formação de jogadores por parte dos clubes em suas categorias de base.
Além disso, o fluxo de entrada de capital depende da continuidade do Mecanismo de Solidariedade, estabelecido há quase 20 anos, mas que pode sofrer mudanças. Cabe lembrar, no entanto, que a última dessas mudanças foi positiva, já que desde julho de 2020 as transações nacionais (entre clubes do mesmo país) também passaram a ser incluídas no Mecanismo.
Esta oferta está registrada na CVM?
No início de outubro de 2020, o Mercado Bitcoin e o Vasco da Gama receberam um ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) eximindo o registro da oferta. De fato, a autarquia não viu características no ativo que atraíssem a competência da CVM para a oferta.
Como será a negociação?
No lançamento, será disponibilizado apenas a função de compra para o usuário. O Mercado Bitcoin colocará à venda 20% do total de tokens por R$ 100 cada. Deste modo, pretende cobrir exatamente o montante que foi pago ao Vasco da Gama.
Há, entretanto, planos para disponibilizar o token também no mercado secundário, como acontece com os tokens de precatórios e de consórcios lançados previamente pelo Mercado Bitcoin e disponíveis na plataforma. Desta forma, a partir da liberação do mercado secundário, o preço do token flutuará livremente, conforme a oferta e a demanda pelo ativo.
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