Conheça a vascaína Brena Carolina, campeã sul-americana sub-17

Foto: Comitê Organizador do Sul-Americano Feminino sub-17

A jogadora mais promissora do Brasil! É dessa forma que todos os amantes do futebol feminino se referem a Brena, que com apenas 15 anos foi a grande destaque da Seleção Brasileira sub-17 no Sul-Americano realizado na Bolívia no mês passado. Com passes precisos e gols, a jovem encantou o continente e mostrou que o trabalho feito pelo Vasco da Gama no futebol feminino é exemplo.

Tímida fora de campo, Brena é tratada no Gigante da Colina como uma jóia. Há quem diga que a garota possui características semelhantes a de Marta, eleita por várias vezes melhor do mundo e revelada em São Januário. Gláucio Carvalho, técnico da equipe sub-17 do Vasco, acredita que a jovem de Campo Grande, bairro do Rio de Janeiro, será em breve titular da Seleção Brasileira principal:

- Nós que a acompanhamos no dia-a-dia sabíamos que ela iria realizar um grande Sul-Americano. Porém, ela esteve acima da expectativa. Esteve solta, alegre e se sentiu em casa. Não tenho dúvidas em afirmar que a Brena em breve será a Melhor do Mundo. Já buscou ser agora a melhor das Américas com apenas 15 anos. Tem cabeça boa, é dedicada e inteligente. Vai dar muitas alegrias ao Vasco e ao Brasil - afirmou.

Brena iniciou sua trajetória no futebol aos sete anos de idade jogando ao lado de meninos, mas em nenhum momento foi impedida de correr em busca do seu objetivo. Sempre contando com o apoio dos familiares, a garota viu seu sonho começar a se tornar realidade em julho de 2010, quando acertou sua ida para o Vasco:

Foto: Arquivo Pessoal

- Eu comecei a jogar muito nova, com sete anos de idade. Nunca joguei em nenhum clube. Meu primeiro clube foi oVasco e graças a Deus minha família sempre me deu apoio, principalmente meu tio e minha mãe. Eu treinava numa escolhinha só de meninos, eu era a única menina, e o treinador ficou sabendo que o Vasco tinha um time de futebol feminino. Ele meu levou e eu entrei no Vasco em julho de 2010. Estou lá até hoje - lembra Brena.

Um dos responsáveis pela existência do time de futebol feminino do Vasco é o preparador físico Paulo Neves, que convive diariamente com a equipe sub-17 do cruzmaltino. Apesar de saber do enorme talento que a jovem carrega, o profissional preferiu elogiar outros atributos de Brena:

- A Brena será uma grande jogadora. Dando sequência ao trabalho, tendo responsabilidade e a cabeça no lugar tem tudo para se tornar um das melhores do Brasil e do mundo. Tem um talento natural. Vendo ela jogar parece fácil jogar futebol. A Brena é uma jogadora muito aplicada nos treinamentos e com isso facilita a sua evolução física - declarou.

Quem também seguiu a mesma linha do prepador foi a lateral-direita Rafaella Bastos, que revelou algumas características de Brena fora dos gramados:

- É uma meio-campista sensacional. Com a bola no pé ela mostra que tem muita qualidade e joga por ela e pelas companheiras. Tem velocidade e possui um chute muito forte. Sem a bola ela mostra que sabe marca e se impor dentro de campo. Fora de campo ela é uma menina brincalhona e que gosta de conversar. É uma boa companheira, amiga e sabe divertir muito bem as pessoas - falou a companheira.

Bate-papo com Brena Carolina, meio-campista do Vasco:

Quais foram as melhores coisas que aconteceram durante todo esse tempo de Vasco?

“Foi o meu primeiro título pelo Vasco, que foi a Copa Almirante. Eu fiquei muito emocionada, pois nunca tinha sido campeã. Nós fomos campeãs nos pênaltis. Na época, eu nem consegui bater o pênalti de tão emocionada que eu tava. Também fui campeã Carioca sub-17 e das Taças Iguaçuanas sub-17 e sub-20”.

Foto: Arquivo Pessoal

E foram com as boas atuações de Vasco que você conseguiu uma vaga na Seleção. Quando foi a sua primeira convocação? Emocionou-se muito ao saber?Qual foi sua reação?

“Com certeza. Eu não lembro direito, mas acho que foi em novembro. Todas têm o sonho de chegar numa Seleção e graças a Deus eu consegui chegar. Quando soube, não acreditei, mas depois sai correndo, gritando e chorei bastante. Depois disso, foi só alegria”.

Veio o Sul-Americano, a Seleção foi campeã e você brilhou na competição&

“Isso, todas brilharam. O time é muito forte, mas graças a Deus eu consegui fazer os meus golzinhos para ajudar a Seleção”.

Como foi para você conquistar esse título aos 15 anos de idade e fazer parte do grupo da Seleção?

“Foi muito importante. E com 15 anos já tenho um título internacional. Não tem como explicar o grupo, ele é muito bom. Cada uma joga pela outra, é sempre uma ajudando a outra. Eu sempre procurei dar o meu máximo, não importa onde eu esteja. No Vasco sempre procurei me esforçar bastante e foi por conta disso que consegui minha vaga na Seleção”.

Como você gosta de jogar? Se apresente para a torcida vascaína&

“Eu sou uma meio-campista articuladora. Não sou muito de fazer gols não, mas quando tenho a oportunidade eu faço. É sempre bom marcar gols, mas eu prefiro dar um passe e a menina meter o gol.”.

Gláucio, seu treinador na equipe juvenil do Vasco, falou que você é uma jogadora de muito talento e que irá se tornar a melhor do mundo no futuro. O que você pensa dessa afirmação dele? Como se sente ao ouvir isso do seu treinador?

“Ser a melhor do mundo é muito difícil, mas eu estou trabalhando bastante. Quem sabe um dia eu chego aonde a Marta chegou? (risos). Fico feliz em saber que o Gláucio confia no meu talento”.

Foto: Arquivo Pessoal

A Marta começou no Vasco e também iniciou sua trajetória no futebol jogando com garotos em Alagoas. Ele serve de espelho para você? Já te compararam com ela?

“A Marta é um espelho para todas que gostam de futebol e que jogam futebol. Alguns amigos falam que eu pareço a Marta jogando, mas não existe ninguém como ela (risos)”.

Já pensou disputar um jogo profissionalmente pelo Vasco e ver seu nome gritado pela torcida?

“É tudo o que eu mais sonho. Ainda mais pelo Vasco, que é meu time de coração”.

O que representa o Vasco para você?

“O Vasco é tudo para mim. Foi praticamente onde eu comecei. Se eu hoje estou na Seleção é graças ao Vasco”

Como foi essa experiência na Bolívia? Conseguiu se sair bem no espanhol?

“Foi uma experiência muito legal e que eu vou levar para o resto da minha vida. Fui mais ou menos no espanhol (risos).”

O que você espera para o restante da temporada? Acha que suas atuações no Sul-Americano a garantiram no Mundial sub-17?

“Espero melhorar a cada dia mais. Agora é pensar nos campeonatos que disputarei com o Vasco e nunca tirar o olho do Mundial. Não sei se garanti minha vaga no Mundial, mas fiz tudo o que eu podia fazer e mais um pouco. Vou trabalhar bastante para jogar no Mundial, caso eu seja convocada, melhor do que eu atuei no Sul-Americano”.

Que mensagem você deixaria para o torcedor vascaíno?

“Espero que neste ano o Futebol Feminino se saia melhor do que no ano passado. Espero que essa linda torcida que o Vasco tem apóie mais o Futebol Feminino. Podem ter certeza que sempre que eu estiver no Vasco, vou honrar essa camisa, pois é meu time de coração, Um beijo para todos que fazer parte torcida vascaína”.