Conheça a história do jóquei colorado que compete com a camisa vascaína
As rédeas do Campeonato Brasileiro estão longe das mãos do Vasco, azarão no jogo de hoje, às 19h30, contra o Internacional, franco favorito no Beira-Rio. Mas, desgarrando na curva do realismo, há quem aposte num páreo duro: o jóquei Valdinei Gil, de 29 anos, colorado de coração, cruz-maltino por imposição.
Gaúcho de Sananduva e cavaleiro desde 2003, Valdinei, o V. Gil dos páreos, há três meses honra o contrato com o Stud Zeca Vascaíno, de Elói de Souza Ferreira, um torcedor fanático do clube de São Januário que exige de seus cavaleiros o uso da farda especialmente confeccionada em homenagem ao Vasco.
- Sou Inter, mas vou torcer pelo empate, para o patrão ficar feliz. Ele passa mal quando o Vasco perde. Está sofrendo - diz Valdinei, residente em Teresópolis.
Vestir a farda do Vasco tem um preço. O salário no Stud Zeca Vascaíno é de R$ 5 mil mensais. Valdinei tem mais dois contratos: ganha R$ 7 mil para montar os cavalos do Haras Santa Maria, de Araras, e mais R$ 3 mil do Stud Winchester 45. O bom saldo bancário, engordado com as premiações das corridas, compensa as humilhações causadas pela má fase do Vasco no futebol.
- Quando monto, uns caras na arquibancada ficam gritando que vou ficar em segundo. O pior é que de vez em quando eu chego em segundo mesmo (risos) - ironiza o jóquei. — Mas já ganhei com a farda. Acho até que me dá sorte nos páreos.
Bem... Se é que se pode chamar de sorte a queda do cavalo, muito mais dolorosa do que aquela outra a que o Vasco está sujeito no Campeonato Brasileiro.
- Assinei o contrato com o Stud Zeca Vascaíno num sábado e, no dia seguinte, caí. Quebrei a perna e fiquei quase quatro meses parado.
Mera coincidência. Valdinei não usava a farda do Vasco quando caiu, pois competia com um cavalo de outro proprietário. Ele espera que a queda não se repita. Já a do Vasco...
- Acho que já caiu, né? - encerra o jóquei colorado, apostando no rebaixamento como pule de dez.
Fonte: Extra