Confira trechos da entrevista de Léo Gonçalves para o Só dá Vasco

Em entrevista concedida ao programa de rádio “Só dá Vasco” na última Terça-feira, 24 de maio, após uma reunião da Junta Eleitoral do CRVG com as chapas envolvidas na disputa pela administração do Club entre 2011 e 2013, o presidente da Cruzada Vascaína e candidato a presidente do Vasco, Leonardo Gonçalves, saiu em defesa dos sócios do Vasco da Gama, em especial àqueles admitidos através do atual programa de sócios entitulado “O Vasco é Meu”: “NÃO VAMOS ADMITIR QUE NENHUM DESTES SÓCIOS DO PROGRAMA ‘O VASCO É MEU’ FIQUEM DE FORA DA VOTAÇÃO!”, bradou

Sem titubear, Leonardo mostrou que a Cruzada Vascaína foi contra as propostas da situação e do grupo de oposição que tem como seu principal mentor Eurico Miranda:

“O parecer da Cruzada ontem foi optar pelo recadastramento, portanto, contrário ao que foi levado pelas chapas da atual gestão (Roberto Dinamite) e que a chapa de Pedro Valente. A única chapa que concordou com a nossa proposta foi a chapa “Seremos Campeões”, de José Henrique Coelho”, afirmou.
O presidente do grupo e candidato ao cargo máximo do Vasco ainda ressalta um destaque negativo da reunião:

“Queria falar da atitude lamentável tanto da situação quanto do grupo de oposição de Eurico Miranda terem inscrito mais de uma chapa. Não vi sentido nisto. Não é ilegal, pois o estatuto faculta isto, mas acho imoral… Estas práticas têm que ser combatidas no Vasco. Este é um dos motivos a Cruzada estar aí para o Vasco”, condenou.

Ainda sobre o comparecimento dos membros desta reunião com a junta, Leonardo enfatizou que deveriam ir todos os subscritores das chapas e, também, o candidato a presidente do Club, até por incentivo à democracia. Além disso, Leonardo Gonçalves aproveitou para contextualizar o pedido de recadastramento dos sócios do Vasco da Gama feito na reunião:

“Até para ser justo no nosso posicionamento, eu quis ter uma oportunidade de ouvir do Dr. Olavo (presidente da Assembléia Geral) se ele tinha ciência da data de fim de mandato da atual gestão e também se ele estava ciente que para que se cumprisse os prazos estatutários para se realizar o pleito sem causar transtornos, que esta reunião deveria estar acontecendo há 2 ou 3 meses atrás. Ele afirmou que sim, para as duas perguntas e justificou que havia uma dificuldade com a existência de dois cadastros de sócios (o antigo e o do programa ‘O Vasco é Meu’). Imagino que a dificuldade não pode ser técnica. A dificuldade tem que ser de identificar estes sócios e o que está acontecendo por trás. Ao meu ver, se tem esta dificuldade toda, esta lista devia estar sob suspeita – até por observar o número de impugnações realizadas pelo candidato José Henrique Coelho. Eu não tive condição nenhuma de impugnar nada, pois nunca tinha participado de um processo eleitoral e, portanto, não tive lista prévia dos sócios. Os dois pedidos que fiz da lista de elegíveis e votantes para o departamento de comunicação social, de responsabilidade do Vice Presidente Peralta, foram negados, não sei porquê (se fiz um antes de inscrever a chapa e outro depois). Me assustei com o número de impugnações feitas pelo meu concorrente – mais de mil e seiscentas. E, ainda, no dia 14 ou 15 de abril, eu tinha lido uma carta do presidente do Conselho de Beneméritos (Eurico Miranda) ao presidente da Assembléia Geral (Olavo Monteiro de Carvalho), narrando as irregularidades estatutárias que os sócios do programa “O Vasco é Meu” têm, pois o estatuto, no artigo XIV, salvo engano, diz que os sócios tinham que preencher proposta estatutária… Condição esta que nenhum destes sócios atendem hoje. A posição da Cruzada é que não vamos admitir que nenhum destes sócios do programa ‘O Vasco é Meu’ fiquem de fora da votação! O problema é que nem as coisas simples a atual diretoria consegue realizar. Um dos motivos da nossa candidatura é este. Se eles não conseguem realizar nem as coisas simples, que dirá as complicadas. Nossa candidatura está aí também para que não haja nenhuma hipótese dos sócios do programa ‘O Vasco é Meu’ sejam alijados deste processo eleitoral. Há que se obedecer ao estatuto, então o melhor seria efetuar o recadastramento dos sócios para ter eleições limpas. Queremos eleições limpas no menor prazo possível. Esta é uma briga que a Cruzada Vascaína vai comprar. Sempre tive (logo, a Cruzada) a mesma postura.”.

O Só dá Vasco pediu ao candidato para esclarecer aos Vascaínos sua posição quanto a realizar o pleito em 28 de junho ou cumprir o estatuto, prorrogando oficialmente a data do pleito – a suposta contradição foi exposta usando uma comparação entre a postura de Leonardo na reunião da Junta eleitoral a uma entrevista concedida ao diário Lance!, concedida antes. O presidenciável tratou de deixar tudo bem claro:

“Bom, o Lance! não falou que eu era favorável a eleições no dia 28 de junho. O Lance! falou que eu não era rígido em relação aos 60 dias. De fato, eu (quando digo eu, digo a Cruzada), não sou rígido quanto a estes 60 dias. Relatei ao Alexandre (repórter do Lance!), que não ia entrar nesta migalha, na picuinha de dois dias a mais ou a menos. Não estamos aqui para trazer problemas e sim solução. Agora, a gente não abre mão de eleições limpas. Queremos um recadastramento, onde participem membros de todos os poderes do Clube e se possível das chapas. Se esta lista demorar um pouco ou não, não faremos disto um carnaval ou mesmo um problema. Não vamos criar problema com isto. Entendemos que o estatuto tem estes 60 dias. Os 60 dias não são figurados como sem importância, pelo contrário, por servirem para fazer campanha. Porém a Cruzada já está em campanha há bastante tempo. Estamos no nosso caminho há três anos. Os sócios do Vasco já conhecem a Cruzada. Para nós seria ideal que a eleição fosse em 28 de junho, pois toda nossa estratégia era (e é) para isto, não mudou. O candidato José Henrique dizia que procurava outdoor para a campanha dele e não deve ter encontrado, pois nós já tínhamos comprado e, infelizmente, a diretoria do Club, num ato de profunda cafajestagem (não tem outra palavra para isto) e numa postura totalmente antidemocrática vetou nosso outdoor (propaganda simples, apenas falando da nossa chapa, contratado por quatro ou cinco quinzenas – o que era suficiente para uma propaganda em frente a São Januário até a data da eleição). Agora, não podemos ir para uma eleição com uma lista com grande possibilidade de impugnação dos sócios do programa ‘O Vasco é Meu’ (a gente não admite que eles não participem do pleito). Inclusive, quando falei em recadastramento, nem o Jayme ‘pulou’ e nem o José Henrique ’pulou’. Quem ’pulou’ foi o presidente do Conselho de Beneméritos (Eurico Miranda), alegando que o estatuto não prevê isto e o Presidente da Assembléia Geral (Olavo Monteiro de Carvalho), que afirmou que não faria este recadastramento em hipótese nenhuma. Queria deixar claro então, aos Vascaínos, somente a quem não interessa o recadastramento: a chapa da situação e a chapa de oposição liderada por Eurico Miranda”.

Quando indagado sobre o motivo de ter pedido este recadastramento antes, a resposta foi igualmente clara:

“Porque não faz sentido citar recadastramento se a lista estivesse coerente e ninguém tivesse questionado a legalidade da mesma. Este questionamento de legalidade da lista foi feita primeiramente em 14 de abril naquela carta do Eurico ao Olavo. Ali eu vi que algo tinha que ser feito para defender o pessoal contestado (sócios do programa ‘O Vasco é Meu’). Quando saiu a lista e vimos que a lista estava toda furada, aí que é que foi o momento de se falar sobre isto.”

O entrevistador pediu para Leonardo se posicionar sobre realizar o pleito em 28 de junho ou cumprir o estatuto. No caso de um posicionamento pelo cumprimento do estatuto, o interlocutor perguntou se Leonardo seria favorável a continuidade de Roberto Dinamite como presidente interino até que seja possível a realização do pleito. Confira o posicionamento do candidato da Cruzada Vascaína:

“A partir do momento que se tenha uma lista de sócios limpa, depois de um recadastramento, a eleição pode ocorrer até em um dia depois. A Cruzada não vai inviabilizar nada. A Cruzada está no processo para ajudar e não para atrapalhar. Na minha cabeça deveriam sentar-se a mesa os poderes do Club, os membros da chapa e se chegar a um consenso (posicionamento idêntico tem o candidato José Henrique Coelho). Tudo que é feito dentro do Club é muito melhor que na justiça. Acho que uma continuidade do Roberto seria incentivar um prêmio à incompetência. Se a justiça indicar que o Roberto vai continuar, a Cruzada vai acatar. Podemos contestar (discordar), mas não descumprir a decisão da justiça (exatamente o mesmo pensamento quando a mesma justiça determinou que Eurico Miranda fosse presidente interino após a irregularidade do pleito de 2006). Podemos fazer o seguinte também: que o Club continue governado pela diretoria que aí está, mas que a parte de eleição fique a cargo de uma comissão interventora. Minha preocupação é com o futuro do Vasco. Creio que esta administração ficar aí fazendo besteiras como tem feito por mais um mês ou dois não vai ser isto que vai arruinar de vez o Club…”.

Quando indagado se o ex-presidente Calçada seria um bom interventor para conduzir este processo eleitoral do Club, caso necessário, Leonardo concordou:

“Creio que quanto a unidade de comando, toda administração, mesmo aquelas que têm um presidente, como o Vasco e a Cruzada, temos a pessoa que lidera, que dá a voz final, mas temos as demais pessoas participando e influenciando as decisões. Não vejo porquê ter a comissão e não ter um líder. Em relação ao nome do presidente de honra, Antônio Soares Calçada, não vejo (a Cruzada) objeção nenhuma, já que ele tem inúmeros serviços prestados para o Vasco durante sua história seria mesmo um bom nome.