Confira outros trechos da coletiva de Ricardo Sá Pinto
O técnico Ricardo Sá Pinto chegou ao Rio de Janeiro na última quinta-feira (15) e conheceu São Januário, tendo seu primeiro contato com o grupo de jogadores na sexta (16). Após andar pelas instalações do estádio, conversar com os atletas e funcionários, o novo comandante participou de uma entrevista coletiva transmitida pela Vasco TV e falou sobre os objetivos e ambições que tem no Gigante da Colina.
- Quero muito ajudar o Vasco, quero ajudar a torcida a ser feliz. Me sinto em casa - disse Sá Pinto, antes de comentar o apoio do torcedor nas redes sociais e a recepção que teve no aeroporto Santos Dumont, quando desembarcou na Cidade Maravilhosa:
- Isso é fundamental. Isso temos de ter em todos os jogos. Senti que há compromisso dos jogadores. Isso é meio caminho andado.
Ricardo Sá Pinto viaja com a delegação para Porto Alegre, onde o Cruzmaltino encara o Internacional, neste domingo (18). No entanto, quem comandará o time na beira do campo será o auxiliar Alexandre Grasseli. A tendência é que o português faça sua estreia diante do Corinthians, na quarta-feira, em São Januário.
- Ainda antes de chegar ao Vasco, senti esse carinho pelas minhas redes sociais. Eu recebi muitas mensagens de incentivo, elas me mostraram que eu seria uma boa alternativa. O clube foi fundado por portugueses, isso diz muito. O carinho foi realmente muito importante na minha decisão. O que eu sinto isso desde que cheguei. Faz dois dias, foi lá no aeroporto, eu ouvi, li, me sinto em casa. Quero muito ajudar o Vasco, quero ajudar a torcida a ser feliz. Somos muitos.
CONFIRA OUTROS TRECHOS DA COLETIVA
CONSULTOU OUTROS PORTUGUESES QUE TRABALHARAM NO BRASIL?
Sim, falei. O campeonato é talvez o mais competitivo do mundo. Está recheado de grandes equipes, quase todos já foram campeãs do torneio. A diferença entre vitória, empate e derrota é o detalhe. É por um jogador estar inspirado ou não, por exemplo. O equilíbrio é muito grande. Sempre acompanhei o Vasco, sempre ambicionei trabalhar aqui. E não hesitei. A pandemia não me assustou, mas eu sei que não terei muito tempo para trabalhar. Há que se trabalhar uma ideia de jogo, eu não consigo diferenciar o processo defensivo do ofensivo. Então, não temos tempo. Vamos jogar já e sabemos da importância dos pontos. Temos muito trabalho pela frente, espero que os jogadores assimilem a minha ideia e que unidos a gente possa fazer com que o Vasco possa progredir e obter bons resultados.
ESTARÁ EM PORTO ALEGRE?
Não vou faltar. Serei mais um torcedor, vibrando para a gente buscar os três pontos. Foi isso que disse ao Alexandre e aos jogadores. Quero deixar isso público: ele tem feito um bom trabalho, foi campeão do sub-20. Vamos todos apoiá-lo para que possamos ganhar.
CAMISA AUTOGRAFADA POR ROMÁRIO
Jogamos contra na Espanha, penso eu. Sempre foi um dos jogadores que admirei e que me identificava pela qualidade que tinha e pelas decisões que tomava. Era um jogador diferente, um dos melhores do mundo. Tive um amigo meu que jogava com ele aqui, o Dominguez. Um dia disse "Zé, gostaria muito que mandasse um abraço ao Romário se puder arranje uma camisa dele". Não tive a oportunidade na Espanha (de trocar a camisa), mas arrumei aqui através dele (de Dominguez). Ele me trouxe essa camisa com dedicatória.
SÃO JANUÁRIO
Me sinto em casa, e isso se deve a esse gente fantástica desde que cheguei. Assim espero me sentir sempre. Agora com os resultados e com as coisas a correrem bem, será assim. Mas não é surpresa.
PORTUGUESES NO BRASIL
Certo que tivemos três aqui. Augusto Inácio, Jesualdo Ferreira e o Jesus. Houve quem ficasse mais tempos do que outros, mas é majoritariamente reconhecido o valor do técnico português. Exijo sempre a mim primeiro, para depois exigirem de mim.
A responsabilidade não é só no Brasil e no Vasco, é em todo lado. Tenho trabalhado mundo afora e conquistado coisas importantes. Na Liga Europa, conseguimos ser a melhor equipe. Conseguimos vencer o Wolverhampton, que tem 10 vezes o nosso orçamento, conseguimos vencer o Besiktas. Ganhamos uma Taça da Liga.
PERÍODO PARADO APÓS SAÍDA DO BRAGA (POR)
Saio de um Braga a fazer um excelente trabalho, e esse tempo me ocupei a ver futebol ora de visualização de jogos, ora em leituras inspiradas em grandes treinadores, como é Bielsa, Guardiola e Mourinho, com quem tive a oportunidade de estagiar duas vezes.
Participei de congressos e convenções. Ocupei o tempo assim, mas sempre com vontade. Tive algumas propostas, algumas do Oriente Médio, outras da Europa, mas o convite do Vasco era um sonho antigo que eu tinha e não hesitei. O risco está sempre em nossa profissão. E ainda mais quando é observado de cerca de 35 milhões de apaixonados, então farei de tudo para satisfazê-los.
MODELO DE JOGO
A ideia de jogo que quero logicamente é que a equipe saiba defender, saiba atacar... E para saber defender é preciso estar organizado. Dentro da organização defensiva que temos, há várias formas. Sabemos interpretar esses momentos e preparar a equipe para esses momentos, onde entra o lado estratégico. Sobre transições, quando ganhamos a bola é saber ligar o jogo para dar soluções, não perdermos logo e podermos continuar com a posse.
Algumas vezes vamos ser mais verticais, em outras explorar o lado contrário. Ensinar a equipe a poder solucionar e a chegar na área adversária. Quando perdermos a bola, temos que estar sempre equilibrados e não deixar que o adversário pense que pode nos surpreender.
Em organização ofensiva, queremos que a equipe entenda quando pode jogar atrás. A equipe precisa entender os ritmos do jogo. No Brasileirão, existe uma perda constante, existe a pouca paciência com a bola, mas em todas as equipes. Claro que há condicionantes aos adversários. Há equipes que têm mais paciência com a posse. Gostaria de melhorar o não saber de entender o ritmo do jogo e a questão da posse de bola.
Fonte: vasco.com.brMais lidas
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