Confira os motivos que fazem do Vasco o líder do Brasileiro
Líder isolado com Campeonato Brasileiro, com 12 pontos, o Vasco é o único time com 100% de aproveitamento na competição. Neste domingo, em Pituaçu, a equipe dirigida por Cristóvão Borges derrotou o Bahia por 2 a 1, gols de Juninho Pernambucano e Diego Souza Júnior descontou. O iG selecionou sete motivos que fazem os cruzmaltinos estarem no topo da tabela.
Manutenção do elenco O grupo é praticamente o mesmo há um ano e meio. Com a chegada da comissão técnica liderada por Ricardo Gomes, vieram em seguida Diego Souza, Alecsandro e depois Juninho Pernambucano. O meia não estava na conquista da Copa do Brasil, mas fez parte da campanha do vice-campeonato brasileiro de 2011. Esta mesma equipe foi semifinalista da Copa Sul-Americana. Este ano, tropeçou no estadual e foi eliminado nas quartas de final da Libertadores com um gol no penúltimo minuto. Ainda assim, é um grupo forte, sem dúvidas na escalação e que já tem uma forma de jogar.
Grupo banca Cristóvão Com o AVC de Ricardo Gomes, o auxiliar Cristóvão Borges assumiu a equipe no fim de agosto de 2011 em uma emergência. Levou o time à fase final do Brasileirão com chances de título e este ano manteve o bom ambiente. A eliminação no estadual começou a abalar o prestígio do treinador. Na vitória de 2 a 1 sobre o Lanús, da Argentina, na Libertadores, o torcedor não suportou a troca de Felipe por Fellipe Bastos e hostilizou o técnico. Xingado de burro e aos gritos de fora, Cristóvão, o técnico deixou o campo de hoje escoltado pelos jogadores, que fizeram questão de protegê-lo numa manifestação de apoio ao comandante. Internamente, Cristóvão mantém ótimo relacionamento com o grupo, que a todo custo vai evitar sua saída nos momentos agudos de crise.
Confiança na diretoria Pela segunda vez no ano, os salários no Vasco atrasaram. No começo da temporada, os jogadores boicotaram a concentração em quatro oportunidades. Há duas semanas, o assunto veio à tona novamente, já que os vencimentos caminhavam para o terceiro mês de atraso e alguns atletas estavam há nove sem receber os direitos de imagem. Apesar do desconforto, publicamente os jogadores sempre deram voto de confiança à diretoria. Um dos líderes do grupo, o atacante Alecsandro afirmava nos tempos de crise que a palavra do presidente Roberto Dinamite merecia crédito.
Esta é uma diretoria inteligente, que tem um convívio diário com os jogadores. E é representada pelo maior ídolo do clube, uma pessoa em quem a gente confia. Deposito todas as minhas fichas nele. Se ainda não regularizou é porque não deu ainda.
Juninho Pernambucano domina a bola pelo Vasco. Foto: AE
Mudança de esquema na defesa A chegada de Rodolfo, sem ritmo de fora de forma, somada à lesão do zagueiro Dedé, expôs a defesa do Vasco. O setor passou a ser o mais criticado do time. No entanto, com a entrada de Nilton ao lado de Rômulo dando proteção à zaga, o time passou a sofrer menos gols e o técnico Cristóvão Borges encontrou a melhor formação para a equipe. O treinador atribuiu à entrada do voante a grande mudança do time. E olha que Nilton entrou na equipe sem ninguém esperar, na sofrida classificação nos pênaltis contra o Lanús, na Argentina, ao barrar ninguém menos que Felipe.
Grupo unido Há um ano e meio não há história de crise de relacionamento no elenco do Vasco. Na época de Paulo Cesar Gusmão, ele e Carlos Alberto não se davam. Depois, o meia brigou com o presidente Roberto Dinamite e foi dispensado do clube. Fora isso, o único mal-estar que ocorreu foi no começo da atual temporada. Um dos motivos do salário atrasado dos jogadores foi que o clube investira na compra de 50% dos direitos de Bernardo. O meia, hoje no Santos, não estava se enquadrando. Problemas com indisciplina contaminaram o ambiente dele com os líderes do grupo. A pedido dos jogadores mais experientes, Bernardo acabou sendo dispensado. Depois, não houve mais problema. Nem quando o treinador saca Felipe ou Juninho do time o ambiente fica carregado.
Novo posicionamento de Alecsandro Com a saída de Elton para o Corinthians, Cristóvão Borges conversou separadamente com Alecsandro. Prometeu ao atacante não tirá-lo da equipe no intervalo caso a bola não entrasse, mas com uma condição: que o camisa 9 ficasse exclusivamente dentro da área. O treinador acreditava que a saída de Alevsandro para buscar a bola comprometia seu rendimento, já que nem sempre ele estava perto do gol para finalizar. A conversa surtiu efeito. E como. Em 2011, o atacante balançou a rede 13 vezes em 39 partidas. Só este ano, porém, já foram 20 gols em 30 jogos. O jogador é o artilheiro do Brasileirão ao lado de Herrera e Vagner Love, com quatro gols.
Volta de Eder Luis O Vasco sofreu um duro golpe nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro de 2011. Eder Luis fraturou o pé esquerdo e custou a se recuperar. Somente há dois meses que ele voltou sem sentir a lesão. Precisou readquirir a forma e ganhar confiança. Até tudo isso acontecer, o técnico Cristóvão Borges testou Diego Souza adiantado, William Barbio, deu chance para o Jovem Romário das divisões de base. Mas o time só acertou com a volta do camisa 7, repetindo a dupla com Alecsandro.
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