Confira o discurso de homenagem do Diretor de Patrimônio Histórico à filha d
Confira o discurso feito por João Ernesto, Diretor de Patrimônio Histórico, no último sábado (17/07), em homenagem à filha adotiva do goleiro Barbosa, Tereza Borba:
17 JUL 2010
Prezado Presidente Roberto Dinamite,
Prezada Sra. Tereza Borba,
Senhoras, Senhores.
Serão simples as minhas palavras nessa cerimônia, bem ao contrário do que foi a carreira do homenageado do dia, Moacyr Barbosa, o maior goleiro brasileiro de todos os tempos. Uma carreira espetacular.
Falar de Moacyr Barbosa significa nos remeter a um dos mais brilhantes períodos desse Clube, por ele tão amado. Discorrer sobre Barbosa é voltar no tempo, tempo que muitos de nós não viveu, infelizmente.
Entretanto, muitos conhecemos deste tempo, pelo relato dos nossos pais e dos nossos avós. Época que ficou registrada nos jornais e revistas. E é por meio destes registros que consolida-se mais um orgulho do vascaíno: Barbosa era, é, e sempre será unanimidade. Será sempre lembrado como o maior goleiro brasileiro de todos os tempos.
Nascido em março de 1921, em Campinas, SP, Barbosa deu seus primeiros passos no futebol como ponta-esquerda. Por vias transversas, foi para o gol e já no Ypiranga, da cidade de São Paulo, Barbosa brilhava intensamente.
Sua fama sob as balizas rapidamente chegou ao Rio e os homens do Vasco não tardaram em contratá-lo.
Chegou aqui em 1945 e logo viu-se que seria titular. Contudo, em um treinamento, ao defender os sempre portentosos disparos efetuados por outro ídolo vascaíno, Lelé, Barbosa teve sua mão direita fraturada, o que o impossibilitou de atuar em boa parte da invicta campanha de 1945, o primeiro Campeonato Carioca do Expresso da Vitória.
Conquistou também os Cariocas de 47, 49, 50, 52 e 58.
Barbosa, ídolo não só pela plasticidade de suas defesas, como também pelo arrojo aos pés dos adversários, o que lhe valeu uma fratura na perna direita, em choque com um atacante do Botafogo, em 1953.
Ídolo, sobretudo, pela simpatia com que tratava a todos. Sempre com sorriso nos lábios, atendia de crianças a idosos, sorriso que diminuía um pouco quando lembravam do Campeonato Mundial de 50.
Quiseram imputar a ele, a culpa pela derrota no jogo final. Não os vascaínos, mas os anti-vascaínos. Uma grande injustiça.
Nós, vascaínos, lembramo-nos dele com um dos responsáveis pela conquista do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões, Santiago do Chile, 1948.
Sem suas espetaculares e arrojadas defesas, não teríamos alcançado o lugar mais alto do pódio da principal competição futebolística das Américas.
Barbosa, craque inesquecível, o que fizermos em sua memória será sempre muito pouco perto do que fez por nós.
Vascaínos, recebemos hoje a Sra Tereza Borba, sua filha do coração, acompanhada do marido e do filho.
Tereza acolheu Barbosa nos seus últimos anos de vida, ele que nos deixou em abril de 2000.
Barbosa já estava sem sua amada Clotilde, havia algum tempo.
Hoje, Tereza nos entrega parte da memória esportiva construída pelo grande ícone vascaíno, o que muito lhe agradecemos.
Todavia, o maior legado deixado por ele foi o exemplo de profissional ao longo dos 15 anos em que esteve nesta Casa.
Barbosa, Vascaíno, Campeão dos Campeões, Super-SuperCampeão, o nosso eterno Muito Obrigado!
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