Futebol

Confira entrevista com jogador revelado pelo Vasco e com passagem na Venezue

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Por Matheus Laboissière

Nome completo: Marcos Douglas Dias Ventura

Data de nascimento: 13/03/1983

Posição: lateral e meia esquerdos

Clubes na carreira (inclusive divisões de base): Vasco-RJ (1999-04); Olaria-RJ (2003); Ilha Solteira (2006); Atlético PDSVA Gas-VEN (2007); Union Maracaibo-VEM (2008), Horizonte-CE (2009) e Guarani-MG (2010).

Nascido em Boa Vista, capital roraimense, Marcos Ventura foi cedo para o Vasco-RJ, aos 16 anos. Mal sabia ele que a capital carioca seria apenas uma das cidades que conheceria durante sua carreira profissional e que muitas histórias ainda aguardam para serem escritas. Confira, a partir de agora, a entrevista exclusiva que o atleta concedeu ao Plano Tático. Boa Leitura!
Início da carreira

Você nasceu em Boavista, capital de Roraima. Como chegou ao Vasco?

Fui para o Vasco com 16 anos, por meio de um olheiro, Ercir Rosa, que me descobriu em Roraima e me levou ao clube.

Chegou a defender algum clube do estado, mesmo que divisões de base?

Não, apenas joguei várzea em Boavista, com os amigos.
Vasco da Gama-RJ

\"MarcosQuais companheiros você teve naquela época que hoje são conhecidos no Brasil e/ou no exterior?

Vários, com destaque para o meia-atacante Morais (atualmente no Bahia-BA, emprestado pelo Corinthians-SP), Rodrigo Souto (jogador do São Paulo=SP).

Como avalia as condições de treinamento oferecidas pelo clube?

As condições que o Vasco me ofereceu enquanto estive por lá fora muito boas, de primeiro nível. Cresci muito como atleta durante os cinco anos de clube.

Chegou a jogar no profissional, certo? Quantas vezes e por qual competição?

Sim, sob o comando de Alcir Portela (jogador do clube entre 1963 e 1975 e peça importante nos quatro títulos brasileiros do Vasco, 74, como jogador, e 89, 97 e 2000 como auxiliar técnico. Alcir faleceu em 2008), mas não lembro quantas partidas.

\"MarcosVocê disputou um campeonato em Angola, no ano de 2001. Como foi a experiência?

Muito boa, saímos campeões. Eliminamos o Santos que tinha, na época, Robinho e Diego. Jogamos contra o Benfica de Portugal, foi um campeonato de alto nível.
Olaria-RJ

O seu primeiro clube profissional foi o Olaria? Foi emprestado para lá?

Sim, fui pra adquirir experiência e foi um período bastante proveitoso para mim, pois era minha primeira experiência como profissional.

No ano de 2003, o Olaria disputou a Série C do Brasileirão? Você jogou quantas partidas?

Dos dez jogos do Olaria naquela Série C, participei de seis.

Quais foram as dificuldades encontradas durante a competição? (estádio, estrutura do clube etc.)

Foram muitas, porque a competição contava com boas equipes, sendo o Olaria uma delas. O clube tinha boa estrutura, pois o Vasco ajudava, o que era muito positivo para o elenco.

Ficou quanto tempo no clube carioca? Porque não ficou mais? O que houve?

Fiquei por três meses (agosto a dezembro de 2003) e deixei o clube de volta ao Vasco quando terminou meu contrato (o Olaria disputou a última partida pela Série C em 26 de outubro daquele ano).
Ilha Solteira-SP

Você passou pelo clube paulista em 2006, quando o Ilha Solteira disputou a 2ª Divisão (4ª). O clube não foi bem, ficando em penúltimo, ao marcar apenas sete pontos em 12 jogos. A que se deveu, em sua opinião, a má campanha?

O clube tinha sérios problemas de estrutura, com poucos jogadores no elenco, grande parte das categorias de base do clube.
Venezuela

Como surgiu o convite para você no jogar no Atlético PDVSA, da 2ª Divisão da Venezuela?

Por meio de um jogador brasileiro que atuava na Venezuela. Ele pediu minha contratação aos dirigentes do clube.

O clube era da estatal do petróleo nacional de mesmo nome. Em que o governo venezuelano influenciava o clube?

Influenciava algumas decisões sim, mas dava estrutura de qualidade também. Era um clube muito bom para se jogar.

\"FotoSabe-se que a Venezuela atravessou momentos difíceis nos últimos anos. Havia racionamento?

Sim, de vez em quando faltavam leite e açúcar. Mas, fora isso, foi um país muito bom de se viver, nos dois em que morei lá.

Você passou por alguma situação constrangedora/engraçada na Venezuela e gostaria de nos contar?

Sim, várias, mas uma muito engraçada era na hora de comemorar os gols. Brasileiro que balança as redes na Venezuela tem que sambar. No estádio toca samba, aí não tem jeito (risos).

A população gosta do presidente Hugo Chávez ou apenas obedece sem questioná-lo? O que pôde observar?

O Hugo Chávez tem apoio de muita gente no país, mas também é odiado por várias pessoas. O país é bem dividido quanto a isso.

O clube, fundado em 2005, acabou pouco tempo depois. O Atlético PDVSA já dava sinais de que fecharia as portas enquanto esteve lá?

Sim, porque, enquanto estava lá, apareceram alguns empresários querendo comprar o clube, que era do estado.

\"MarcosNa 2ª Divisão da Venezuela, o Atlético PDVSA enfrentou o Caracas B, que terminou o grupo Centro-Oriental na liderança. O Caracas B aparentava ter estrutura?

Sim, é um dos clubes de mais estrutura na Venezuela, tinha bons jogadores, mesmo sendo o time B.

Vi que um jogador, Jeancarlos Brito, foi um dos artilheiros da competição, com 13 gols. O que pode falar dele? É brasileiro?

O Brito é venezuelano (está atualmente no Centro Ítalo Venezolano, que disputa a 2ª Divisão do país). Dava algumas assistências para gols dele, fazia os meus também, que era mais de bola parada e chutes de fora da área.
Unión Maracaibo

Como você saiu de um clube desconhecido (PDVSA) para o Unión Maracaibo? Como aconteceu a transferência?

Meu treinador do PSVSA Gas, Felix Hernandez, foi contratado pelo Maracaíbo. Foi ele quem pediu a minha contratação, o que aceitei prontamente.

Você disputou a fase preliminar da Copa Sul-Americana de 2008, contra o América de Cali-COL. Qual foi o sentimento ao disputar uma competição internacional?

A melhor possível, jogo em que toda a América viu, assim como minha família também. A mídia esportiva do país colombiano também me elogiou muito na partida que fiz em Cali (derrota de 4×2 para o América, após empate em 0×0, na Venezuela).

\"FotoO que você pode dizer do futebol venezuelano nos anos em que esteve lá e hoje? A que se deve, em sua opinião, a evolução da seleção nacional em termos de resultados?

Hoje o futebol local tem bons jogadores, muitos deles estrangeiros, argentinos e colombianos, principalmente. Tanto a 1ª como a 2ª divisões são campeonatos duros de se jogar, tem que ter força. Mas foram dois anos muito bons lá, gostei imensamente.

Há jogadores que foram companheiros nos clubes venezuelanos e que hoje defendem a seleção do país?

Há o Giancarlo Maldonado (atacante de 28 anos, atualmente no Chivas USA-EUA, jogou no Unión Maracaibo entre 2003 e 2006. Disputou 48 jogos pela seleção e marcou 19 gols) e Daniel Arismendi (atacante de 28 anos, atualmente no Deportivo Anzoátegui, da Venezuela. Tem 24 jogos e nove gols pela seleção e atuou no Unión Maracaibo em 2004, 2005, 2007 e 2008).
Horizonte-CE

O que o levou a largar o futebol venezuelano e assinar com o Horizonte, da 1ª Divisão do Ceará? O que procurava indo para o interior do estado?

O treinador do Horizonte-CE à época, Argeu dos Santos (que já treinou Barras-PI, Baré-RR, Botafogo-PB, Ríver-PI, entre outros), foi quem me levou para lá. Nosso time era muito forte e solto, sem medo de jogar, e isso foi bom. Obtivemos bons resultados (3×0 no Ferroviário-CE, e 2×2 com o Fortaleza-CE, ambos fora de casa) e no final faltou pouco, porque o elenco não tinha peças suficientes.

\"VenturaAs campanhas do Horizonte no 1º e no 2º turnos foram bastante diferentes (5º colocado no 1º turno, fora das semifinais pelo saldo de gols; último colocado, com quatro empates e cinco derrotas em nove jogos). A que se deveu essa discrepância, em sua opinião?

O principal motivo para isso foram as lesões de alguns jogadores do nosso time, que prejudicou muito, pois não havia muitas peças de reposição.
Guarani-MG

Qual era o objetivo do clube antes do começo do Módulo II?

O desafio imposto pela diretoria foi sempre o de voltar ao Módulo I em 2011, o que, graças a Deus, foi alcançado.

\"DireitoQual a comparação que você, em nível de dificuldade, entre o Campeonato Cearense da 1ª Divisão e o Mineiro do Módulo II?

O nível de salários, que era maior no Ceará, somente isso. A qualidade das equipes era parecida.

Como estão as condições no estádio do Guarani, o Farião? Você acha que ele tem condições estruturais de sediar jogos da 1ª Divisão de MG?

O estádio, assim como o clube, necessita de investimentos. Mas a cidade de Divinópolis é muito boa, a população dá seu apoio. Muita coisa ainda tem de ser mudada e espero que a diretoria possa fazer isso.

Qual foi a maior dificuldade sua durante a competição? Em algum momento achou que o título estava perdido?

O nosso time era superior aos demais, era muito. Perdemos na hora certa (3×2 para o Itaúna, na primeira rodada da Segunda Fase da competição) e quando acertamos, o time foi bem até o título.
Salários

Todos os clubes pelos quais passou pagaram o que foi prometido e na data certa?

Futebol tem muito isso, especialmente no interior brasileiro. Não vou falar os clubes que atrasaram alguns pagamentos, mas sim, que temos Deus, que nos supre. Há bons e maus dirigentes, mas a vida é assim.
Futuro

Você se manteve no elenco do Bugre para o Mineiro de 2011?

Ainda estou esperando definição do planejamento do clube para o Campeonato Mineiro do Módulo I. Espero voltar para Divinópolis, pois tive boa passagem pelo Guarani, onde ganhei títulos.

Com 27 anos, o que ainda almeja na carreira? Qual competição você tem o sonho de disputar?

Gostaria de defender as cores de um grande clube nacional, pela Série A do Campeonato Brasileiro.
Lances



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Crédito fotos: arquivo pessoal do atleta

Fonte: Plano Tático