Confira entrevista com Daniel Gonçalves, fisiologista do Vasco
O Rolando a Bola desta semana trás um grande profissional da fisiologia. Daniel Gonçalves trabalha no Vasco da Gama e vem se destacando em uma função que mais cresce no mundo esportivo. Daniel fala sobre técnicas científicas no auxílio ao jogador de futebol. Com vocês, Daniel Gonçalves, fisiologista do time de profissionais do Vasco da Gama. Boa leitura!
FutRio: Daniel, fale sobre ao que é fisiologia e sua importância.
Daniel: A fisiologia é o estudo dos órgãos e sistemas do corpo humano aplicado às atividades físicas. Estuda o funcionamento do corpo humano.
FutRio: E qual sua função na comissão técnica?
Daniel: É fazer as avaliações físicas, ver como os atletas estão se comportando avaliando velocidade, força, resistência, também faz as avaliações de percentual de gordura composição corporal, e, consequentemente, traça isso para o treinador, para o preparador físico, para que haja um trabalho individualizado para que juntamente com esses dois profissionais, eles conduzam e direcionem o treinamento para que não fiquem só nas ações coletivas e tenha treinamentos individualizados também a ponto de melhorar a performance dos atletas.
FutRio: Sua função como peça de engrenagem em uma comissão técnica é fundamental para o bom andamento da equipe?
Daniel: Sem sombra de dúvida, ainda mais em um período de início de campeonato, de pré-temporada, de Inter temporada. A função de fisiologista ela é potencializada porque se destina a um período de avaliações a bateria de testes e consequentemente todo o período do ano ele está monitorando os treinamentos através de frequências cardíacas, através de distancia percorrida através de GPS. Tem monitoramento através da enzema creatina acnase, que é uma enzima pra ver desgaste muscular.
FutRio: E como se verifica essa enzima?
Daniel: Através de uma gota de sangue esse resultado dá em três minutos e aí sim a gente consegue ver quais atletas estão em condições ou estão fadigados; e essa interação com o treinador e o preparador físico é constante no direcionamento desse treinamento.
FutRio: Há quanto tempo você trabalha no Vasco da Gama?
Daniel: Eu estou no futebol profissional do Vasco da Gama há dez anos exercendo a função de fisiologista. Também ocasionalmente exercendo a função de preparador físico trabalhei em algumas ocasiões de 2008 a 2012, sempre procurando ter essa visão para deixar a equipe em um ponto alto de performance.
FutRio: Há futuro para clubes que não possuem trabalho de fisiologista?
Daniel: O clube que não aposta no trabalho científico vai ficar para trás, isso é inevitável. Você pode até não ter a figura do fisiologista, existem clubes que não tem. Em Portugal mesmo não tem a figura do preparador físico, são treinadores adjuntos, porém são profissionais com a formação científica e formação acadêmica; são profissionais com educação física com essa visão para o aprofundamento até mesmo em fisiologia.
FutRio: E qual sua visão para a fisiologia no Brasil?
Daniel: A visão de futuro é que os profissionais de fisiologia e preparação física é terem cada vez mais a necessidade de conhecimento das atuações de dentro de campo. O trabalho dentro das quatro linhas e aplicar esses conceitos científicos de forma prática. Acabou o período do fisiologista ficar só dentro de laboratório ou preparador físico que dá só treinamento físico e não auxilia o treinador nas situações técnico-táticos, isso também acabou. Mas, aquele clube que não destinar profissional para área científica e acadêmica ficarão para trás e perderão espaços importantes futuramente.