Torcida

Confira bastidores de reunião que apontou setores do Maracanã

A bola nem rolou, mas a reunião que definiu a localização das torcidas no Maracanã teve ingredientes de uma partida disputada. No início, o encontro na sede da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) foi apenas entre Roberto Dinamite, Peter Siemsen e Rubens Lopes, presidentes de Vasco, Fluminense e Ferj, respectivamente.

De um lado, Lopes e Dinamite tentavam convencer Siemsen de que o melhor caminho seria manter o esquema tradicional de divisão de público, com os vascaínos ocupando o lado à direita das cabines de rádio. Do outro, o presidente tricolor mantinha-se irredutível. Peter alegou que um recuo seria um suicídio político, já que o contrato entre clube e a empresa Complexo Maracanã S.A. está longe de ser unanimidade entre diretores, conselheiros e torcedores.

Com a negociação entre os três dirigentes estagnada, Lopes pediu que representantes da empresa, do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE) e do 4º Batalhão da Polícia Militar – que esperavam no auditório – subissem à sua sala. Os novos personagens engrossaram o discurso que defendia a flexibilização da posição do Fluminense.

Irritado com a postura contrária do parceiro comercial, o dirigente tricolor falou até em cancelamento do jogo e rompimento do contrato. Em dado momento, a empresa admitiu que foi inábil na condução do acordo da setorização de torcidas.

Aguardado durante a tarde inteira, o diretor de Competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Virgílio Elísio, só foi localizado após alguns telefonemas. Elísio disse que uma sessão de fisioterapia impediria sua presença na reunião. Sem nenhum posicionamento da CBF, entidade responsável pelo Brasileirão, Rubens Lopes ligou para o presidente José Maria Marin. O cartola deu a entender que o contrato em vigência deveria ser respeitado.

Quando descia ao térreo, um diretor da Maracanã S.A. ironizou o que chamou de \"chiliques do Peter\". Após quase quatro horas de reunião, biscoitos, suco e água foram servidos. Ao fim, todos saíram de barriga cheia, mas ninguém pode dizer que ficou realmente satisfeito.

Fonte: Lancenet!