Confira análise de pontos fortes e fracos de Vasco e Fluminense
Técnico e jogadores do Vasco não gostam de ouvir que são a quarta força do Rio de Janeiro. Ao menos em comparação com o Fluminense, adversário da semifinal do Campeonato Carioca, o time está em desvantagem. A análise do GLOBOESPORTE.COM vê o Tricolor em vantagem na maioria dos tópicos: sistema ofensivo, sistema defensivo, faltas e jogadas ensaiadas e no duelo entre os treinadores. O Vasco leva a melhor nas opções no banco de reservas, devido aos desfalques do rival, e ainda há empate entre os goleiros Fernando Henrique e Tiago.
O Flu também é visto como favorito pelos comentaristas Paulo Cesar Vasconcellos, Alex Escobar, Lédio Carmona e Marcelo Barreto.
Confira abaixo os pontos fortes e fracos dos dois times:
Goleiros - Pontos fortes
Contestado por parte da torcida, Fernando Henrique tem tido um ótimo começo de temporada, com defesas salvadoras e poucas oscilações. Reflexo apurado em bolas altas e à queima-roupa. Tiago tem reflexo quando fica cara-a-cara com o adversário e sabe cobrar falta e pênati - o que pode ser um diferencial em caso de empate. Foto: Editoria de Arte
Goleiros - Pontos fracos
Fernando Henrique ainda mostra deficiências na saída do gol, bolas rasteiras e chutes de longa distância. Tiago Tem falhado em saídas do gol pelo alto e espalmado bolas para a frente em chutes de longe.
* Quem leva a melhor: empate
Sistema defensivo - Pontos fortes
Maior ídolo do time, Thiago Silva é considerado pelos tricolores como o melhor zagueiro do Brasil por sua técnica e capacidade de antecipação. Luiz Alberto completa o companheiro, principalmente com boa presença nas bolas aéreas. Jorge Luiz tem velocidade e qualidade no combate direto ao adversário. E os números são favoráveis: somando-se as partidas das Taças Guanabara e Rio, o time tem a defesa menos vazada, ao lado do Botafogo (15 gols).
Sistema defensivo - Pontos fracos
Junior Cesar e Gabriel sobem demais e sobrecarregam o contestado Ygor, já que Conca e Thiago Neves apenas cercam na frente e Arouca não tem mostrado o mesmo poder de marcação de antes. É o ponto fraco do time (Vasco). Num esquema 3-5-2, ao menos um dos zagueiros precisaria saber sair jogando. O meio-campo costuma deixar buracos na frente da defesa, o que Lopes tenta corrigir escalando Eduardo como líbero. E o time dá sustos com freqüência nas bolas levantadas em sua área.
* Quem leva a melhor: Fluminense
Sistema ofensivo - Pontos fortes
Cícero e Washington formam uma dupla mortal nas cabeçadas. Além disso, o centroavante tem ótima presença de área. Conca e Thiago Neves se dividem na armação e nos chutes a gol. Os laterais chegam sempre - Junior Cesar pela lateral, e Gabriel mais pelo meio. A principal peça vascaína é Morais, que se movimenta pelo campo todo e tem ótima visão de jogo. Outras armas são as cabeçadas de Alan Kardec, que ainda precisam ser mais bem aproveitadas, e a velocidade de Wagner Diniz pela lateral direita.
Sistema ofensivo - Pontos fracos
De três tenores, o Flu corre o risco de não ter nenhum. Depois de perder Leandro Amaral e Dodô, agora é Washington que pode ficar fora ou ser obrigado a atuar no sacrifício devido a uma entorse no tornozelo. A equipe depende da movimentação de Morais e Wagner Diniz. Sem eles, fica quase estática, sobretudo pela escalação de Edmundo e Kardec, juntos, na frente. E falta o apoio pela esquerda, onde Calisto dificilmente chega à linha de fundo.
* Quem leva a melhor: Fluminense
Faltas e jogadas ensaiadas - Pontos fortes
O Flu está bem servido nos tiros livres. Thiago Neves é o maior especialista, mas Conca também se apresenta, Thiago Silva e Cícero chutam forte e até Washington arrisca suas cobranças. A principal jogada ensaiada tricolor é a bola aérea, jogada que tem sido mortal em 2008, com Washington, Thiago Silva, Luiz Alberto, Cícero e Ygor. Na entrada da área, há dois bons cobradores de falta: Leandro Bomfim e Tiago, embora o goleiro esteja devendo ultimamente. Para as bolas levantadas na área, o time conta com a altura e a impulsão de Alan Kardec, Jorge Luiz e Eduardo.
Faltas e jogadas ensaiadas - Pontos fracos
Apesar da força aérea, o Tricolor insiste nas cobranças curtas de escanteio, em dois toques, o que muitas vezes acaba se transformando em um lateral. O problema é quando Edmundo toma a dianteira para cobrar a falta, já que essa nunca foi uma especialidade em sua carreira. E ainda falta tempo de treino para que a equipe tenha jogadas ensaiadas.
* Quem leva a melhor: Fluminense
Banco de reservas - Pontos fortes
Roger é uma espécie de 12º jogador. Sempre que entra, corresponde. Maurício tem se mostrado uma boa opção como volante de bom passe, sendo bastante utilizado por Renato Gaúcho. O rápido atacante Tartá é outra boa possibilidade para o decorrer da partida. A obrigatoriedade de escalar Edmundo e Alan Kardec tem deixado o técnico com dois bons reservas para o setor ofensivo: Alex Teixeira e Jean, úteis para puxar contra-ataque ou furar retrancas. O primeiro ainda pode evoluir, e o segundo tem atuado bem, apesar da falta de ritmo de jogo.
Banco de reservas - Pontos fracos
Os três armadores à disposição são titulares (Thiago Neves, Conca e Cícero). Com isso, o volante David acaba sendo deslocado. Para a função de centroavante, somente o jovem Alan aparece como opção. A defesa não tem boas peças de reposição, seja na zaga ou nas laterais. O volante Souza parece promissor, com bom passe, mas há o risco de escalá-lo em uma partida decisiva.
* Quem leva a melhor: Vasco
Treinador - Pontos fortes
Após insistir com três atacantes, Renato Gaúcho soube acertar o time, que hoje consegue bons resultados mesmo fora do país, pela Libertadores. Suas equipes se caracterizam pelo jogo limpo, de poucas faltas. Tem mostrado evolução em sua curta carreira. Antônio Lopes chegou ao clube mostrando que a sua prioridade é consertar o setor defensivo, claramente o ponto fraco do time. Nem por isso encheu o meio-de-campo com volantes, o que foi outro acerto, preferindo um esquema com três zagueiros.
Treinador - Pontos fracos
[Renato Gaúcho] Por vezes ainda deixa aflorar seu lado vaidoso dos tempos de jogador, o que o faz aparecer mais do que os próprios atletas. Dificilmente assume um erro e tem se mostrado centralizador em suas decisões. Ainda peca por inexperiência. [Antônio Lopes] Conhece bem o clube, mas não o elenco atual. Isso o levou a fazer vários testes no time titular. Poderá colher frutos a médio prazo, mas corre o risco de pagar por isso numa partida decisiva.
* Quem leva a melhor: Fluminense
A opinião dos comentaristas
Paulo Cesar Vasconcellos: "O Fluminense é o favorito por contar com jogadores capazes de fazer a diferença. O Tricolor é em todos os setores superior ao Vasco, que mostra muitas deficiências no meio da zaga. Antônio Lopes é um técnico que gosta da repetição e de horas de treinamento. Renato Gaúcho ainda está em outro estágio, mas tem uma equipe com jogadores que fazem a diferença."
Alex Escobar: "O Fluminense é favorito. Com o time completo, seria muito favorito. Sem o ataque titular, dá um pouco mais de equilíbrio ao jogo. O Vasco fica engessado com Edmundo e Alan Kardec, que precisa sair de sua característica e se movimentar. A zaga não é muito segura, e o goleiro não está em boa fase. Mas o Vasco tem Wagner Diniz e Morais, que resolve se estiver em um bom dia. O Fluminense tem uma boa defesa, um goleiro em bom momento e apoiadores como Conca e Thiago Neves."
Lédio Carmona: "O Fluminense é favorito. Na teoria, é melhor que o Vasco em todos os setores. Tem talvez a melhor defesa do Brasil. O meio-de-campo e o ataque também são superiores. Porém, sem o trio (Leandro Amaral, Dodô e Washington), o ataque tricolor fica mais parecido com o vascaíno. E Renato Gaúcho é um técnico mais moderno do que Antônio Lopes. O Vasco é a grande zebra, mas pode ganhar pela tradição."
Marcelo Barreto: "O Fluminense só não tem mais vantagem pela ausência do ataque titular, o que equilibra um pouco o jogo. A zaga tricolor fica um pouco exposta, mas leva ampla vantagem no setor ofensivo. O Vasco perde em todos os aspectos. Falta qualidade à defesa, e Edmundo ainda não achou um lugar no time. Da forma como tem jogado, prejudica o rendimento de Morais e Alan Kardec. Renato Gaúcho tem mais o grupo na mão, peças melhores à disposição e é um dos técnicos de ponta do Brasil."
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