Condenação de Eurico Miranda repercute até em Brasília
Brasília Seis anos depois de encerradas as atividades da CPI do Futebol, os senadores que participaram das investigações comemoraram ontem a condenação do presidente do Vasco, Eurico Miranda, a dez anos de prisão. A demora da Justiça chegou a desanimar os principais integrantes da comissão, que ontem fizeram questão de lembrar as declarações dadas à época pelo então deputado, que costumava desdenhar do poder de fogo da CPI, assim menosprezaa os adversários do clube que domina com mãos de ferro.
Até que fim pegaram o Eurico! desabafou o ex-senador Geraldo Althoff, que foi o relator da CPI do Futebol.
Althoff lembrou que a acusação que levou a Justiça Federal a condená-lo por sonegação fiscal o uso de laranjas para movimentar R$274,9 mil, não declarados no Imposto de Renda foi levantada pela CPI.
Fiquei feliz quando vi a notícia, pois tinha convicção de que um dia esse fato iria ocorrer. Existe hoje no Brasil uma tentativa de descaracterizar o Poder Judiciário, mas um dia a Justiça chega e se posiciona de maneira definitiva. Isso é muito bom para o futebol brasileiro disse Althoff, que não conseguiu se eleger deputado e hoje é Secretário de Articulação Nacional dos Democratas (ex-PFL).
O presidente da CPI, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), está fora do país e não comentou a decisão. Mas outros senadores que a integraram classificaram a condenação como um marco para o futebol brasileiro, mesmo com a possibilidade de Eurico recorrer em liberdade.
O recado que fica neste momento para os cartolas é especial. O futebol brasileiro tem que ser administrado por empresas, não pode mais ser meio de enriquecimento ilícito nem de promoção pessoal com objetivo de obter mandato político afirmou o senador Gerson Camatta (PMDB-ES), que disse acreditar na punição de outros dirigentes envolvidos em escândalos.