Futebol

Como foi a sexta-feira de Payet em São Januário

A presença de Dimitri Payet em São Januário ontem (18) foi bem mais que uma apresentação oficial. Ao lado da esposa e dos empresários, o francês pôde já viver um pouco o ambiente do estádio, fincado ao lado da comunidade Barreira do Vasco.

Após conceder entrevista coletiva num cenário totalmente temático, que contou com gastronomia francesa, música típica e grandes painéis com suas fotos, o meia se dirigiu para almoçar no "Restaurante Almirante", conhecido popularmente por quem frequenta como "Restaurante do Seu Artur", em alusão ao dono do estabelecimento situado dentro do clube.

Numa mesa mais reservada do local, Payet almoçou arroz de polvo. Sua esposa optou pelo "bacalhau ao Vasco da Gama", que é assado ao forno no azeite e acompanha batatas, cebolas, pimentão vermelho, ovo cozido e azeitona. Já seu empresário francês quis logo se ambientar ao Brasil e escolheu feijoada.

Após a refeição, dezenas de crianças moradoras da Barreira do Vasco o aguardavam no gramado e gritaram de forma ensaiada um "bonjour, Payet!" ("bom dia, Payet", em francês). O jogador atendeu a todos com sorriso no rosto e muita simpatia. Do lado de fora, uma extensa faixa o saudava em frente a entrada principal de São Januário: "Bienvenue à la Barreira do Vasco, Payet!" (Bem-vindo à Barreira do Vasco, Payet!).

"Primeira coisa que fiz quando começaram as conversas foi buscar na internet como é o ambiente do estádio. E vi que é excepcional. Quando cheguei ao aeroporto, entendi porque é excepcional. Estádio mítico e gigantesco, construído pelos torcedores há quase 100 anos. É um estádio difícil para os adversários ganharem", disse Payet.

Payet 'estudou' Vasco

Um dos pontos que mais chamaram a atenção na entrevista coletiva de Payet foi seu conhecimento sobre a história do Vasco. Falou sobre Roberto Dinamite, Romário, Edmundo, Juninho Pernambucano, a construção de São Januário com a ajuda dos torcedores e o histórico de luta contra o racismo.

O UOL apurou que o departamento de Comunicação do clube fez uma espécie de mini apostila didática e bem diagramada contando detalhes da história do Cruzmaltino. O arquivo, ao qual a reportagem teve acesso, foi enviado diretamente para Payet, que fez questão de estudar todo o conteúdo e se encantou com o que leu.

"Por que escolhi o Vasco? Porque sei que é um gigante e não só no Brasil, mas muito conhecido na França. É um clube lendário e histórico. Conhecemos a história de Romário, Edmundo, Juninho Pernambucano, Dinamite e tem uma questão além, da luta do Vasco contra o racismo. Foi algo que pesou na minha escolha", declarou.

Payet alavanca sócios e venda de camisas

O departamento de Marketing do Vasco aproveitou a euforia com a chegada de Payet para lançar um cupom de desconto tanto para adesão quanto para renovação dos planos de sócio. O UOL apurou que mais de cinco mil pessoas haviam utilizado o cupom "PAYET10" para estas opções até o início da tarde de ontem (18).

Na megaloja de São Januário o movimento também era grande e diversas pessoas compraram e personalizaram a camisa cruzmaltina com o nome do francês e o número 10, que ele utilizará. O Vasco, porém, não soube precisar em números quantas camisas haviam sido vendidas após a contratação do meia.

Payet estará no Maracanã, e Vasco corre para regularizá-lo

O Vasco pretende apresentar Payet aos torcedores antes da partida deste domingo (20), contra o Atlético-MG, às 11h, no Maracanã. Os ingressos foram esgotados em menos de 24h e a torcida prepara uma grande festa, com direito a mosaico.

Em paralelo, a diretoria corre para regularizar sua documentação o quanto antes, num processo demorado que envolve o consulado francês. Mesmo assim, os dirigentes estão otimistas em resolver toda a burocracia até o fim da semana que vem.

"Não estava em nenhum clube, a parte física precisará ser melhorada. Não sei se estou pronto para o jogo de domingo, mas assim que possível a minha vontade é entrar logo em campo", disse Payet.

Fonte: UOL Esportes