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Como estão os adversários do Vasco a duas semanas da Série B

Por mais que a rivalidade fale alto na hora de um clássico e que a oportunidade de levantar um troféu, ainda que de consolação, não seja de todo ruim, Botafogo e Vasco começam a decidir a Taça Rio neste domingo, às 11h05, no Nilton Santos, devendo se preocupar mais com o desempenho dos outros 18 times da Série B deste ano do que necessariamente vencer o duelo local.

Passado o treino de luxo que se transformou o Estadual, as duas equipes terão pela frente uma edição que promete ser das mais disputadas da história da Segunda Divisão, com três clubes grandes do país (além da dupla carioca, o Cruzeiro), cinco campeões brasileiros diferentes (Coritiba e Guarani se juntam ao trio) e alguns adversários que fazem bom começo de temporada.

Talvez o principal deles seja o Avaí. Entre todas as equipes da Série B, é a que tem o segundo melhor aproveitamento de pontos até aqui, atrás apenas do Náutico. O time treinado por Claudinei Oliveira está bem vivo na disputa pelo título do Catarinense, competição que conta com um time da Série A — a Chapecoense —, outro da Série B — o Brusque — , além de outras equipes fortes no cenário local, como Figueirense, Criciúma e Joinville.

Na Copa do Brasil, o time avançou à terceira fase com duas vitórias — o Vasco teve uma vitória e um empate e o Botafogo foi eliminado ainda na segunda fase.

A equipe de Marcelo Chamusca, inclusive, começou a despertar maiores desconfianças justamente depois da queda diante do ABC, time que está na Série D do Brasileiro. A partir daí, atuações pouco convincentes em sequência acenderam o alerta a respeito do que o time pode fazer na Segunda Divisão. Conquistar a Taça Rio em cima do Vasco pode valer ao menos para isso: mudar a percepção que hoje é dominante.

— Queremos vencer a Taça Rio para mostrarmos para o nosso torcedor que estamos preparados para a Série B — afirmou o meia Romildo ao site do Botafogo: — É bom para termos uma noção do nível da competição. Vejo o Botafogo evoluindo.

Trabalho duradouro

Pesa para o alvinegro e para o Vasco o trabalho ainda curto de seus treinadores, contratados depois do rebaixamento de ambos para a Série B. Chamusca treinou o Botafogo em 15 partidas e Marcelo Cabo esteve à frente do cruz-maltino em apenas 13. O bom para os cariocas é que a média entre outros times da competição também é baixa.

Quem consegue ser exceção à regra pode surpreender, ao menos no começo do campeonato. É o caso do Brusque. Assim como o Avaí, a equipe está na briga pelo título catarinense, com um diferencial: Jerson Testoni está à frente da equipe desde 2017. O aproveitamento de pontos da equipe é de 60%, superior ao da dupla carioca. A equipe vem da Terceira Divisão e é raro um recém-promovido conseguir ir bem logo de saída. Mas não faltará entrosamento para isso.

Ter um padrão tático mais claro, uma base titular já definida são pontos importantes que ainda faltam para o alvinegro de Chamusca e que Marcelo Cabo acelerou para conseguir em São Januário. O Vasco deve ter Ernando de volta hoje e com isso escalar força máxima, uma formação que já é a favorita do treinador desde o começo de abril.

— Cada dia que passa estamos nos entrosando mais com as ideias de jogo dele — afirmou Leandro Castan ao site oficial do Vasco: —Sabemos que ainda precisamos melhorar muito, mas estamos cada vez mais próximos da excelência.

Via de regra, Botafogo e Vasco deveriam se preocupar com as equipes que caíram para a Série B com eles — Coritiba e Goiás. Mas ambos vivem situações bem diferentes neste início de temporada. Os paranaenses têm um início razoável, parecido com o dos cariocas — mexeram no elenco, trouxeram técnico novo, o paraguaio Gustavo Morínigo, e somam até agora 55% de aproveitamento.

Operário merece atenção

Já o Esmeraldino sofre demais: tem o pior aproveitamento de pontos entre os times da Série B, foi eliminado da Copa do Brasil e caiu ainda nas quartas de final do Goiano. A temporada mal começou e já houve troca de técnico, com Pintado sendo contratado no lugar de Gláuber Ramos.

O Cruzeiro, de tradição enorme, parece melhor em relação ao ano passado, mas ainda não empolga. O trabalho de Felipe Conceição é recente, vale frisar. Assim como o Vasco, que ganhou respaldo ao vencer o Flamengo, a Raposa gerou boa expectativa ao vencer o Atlético, mas não avançou à final do Mineiro.

Ponte Preta e Guarani não foram longe no Paulista, mas vale ressaltar o alto nível do Estadual que jogam. Entre os times que disputaram a Segundona do ano passado e que estiveram próximos de subir, o Operário-PR dá sinais de que novamente estará na briga pelo acesso. A equipe lidera o Campeonato Paranaense e também tem um trabalho um pouco mais longo, de Matheus Costa, contratado em outubro de 2020.

Fonte: Agência O Globo