Comentarista exalta Dinamite: "Merecia um carinho maior"
Poucos jogadores foram (e são) tão sacaneados e subvalorizados na história do futebol brasileiro quanto Roberto Dinamite. Com 1.110 jogos com a camisa do Vasco entre 1971 e 1989 (e 702 gols pelo clube), o artilheiro merecia um carinho maior. Um reconhecimento frequente. Um aplauso constante e eterno para quem tem tanta história, marcas, feitos e até gentileza dentro e fora de campo. Para refrescar a memória de quem trata Bob Dinamite como um qualquer.
1. Foram 752 gols em 1.180 gols jogos em toda a carreira. Média: 0,64
2. É o jogador que mais fez gols fez na história do Campeonato Brasileiro: 190 gols
3. É o jogador que mais fez gols na história do Campeonato Carioca: 279 gols
4. Foi artilheiro de dois Brasileiros: 1974, 1984
5. Foi artilheiro de três estaduais: 1978, 1971, 1985
6. 20 gols em 38 jogos pela Seleção. Média de 0,52
7. Fez 3 gols em 6 jogos de Copa do Mundo. Média de 0,50
8. Maior artilheiro em São Januário: 184 gols
9. Dez temporadas como melhor jogador do Vasco
10. Poucos jogadores fizeram mais gols de falta do que Roberto.
11. Zico já disse que foi o atacante com que melhor se entendeu dentro da área em jogos da seleção brasileira.
12. O mesmo Zico que vestiu e jogou com a camisa do Vasco na despedida do Dinamite. Zico é grande demais e sempre viu Bob como um amigo, jamais como inimigo.
13. Depois de curta passagem pelo Barcelona, Roberto voltou ao Vasco e, no primeiro jogo no Maracanã, contra o Corinthians, chutou cinco bolas e fez cinco gols (nenhum de pênalti).
Roberto não era um cracaço. Não era Zico, Falcão, Sócrates, Careca, Tostão, Romário, Reinaldo… Tinha menos técnica. Mas, da sua geração, foi o melhor e mais letal centroavante de área. Fazia gols em quilos. Fez golaços. Marcou pencas de falta. Raramente perdia pênaltis. Era um craque na arte de decidir.
Roberto merecia mais reconhecimento. Até mesmo da CBF. Fez três dos 10 gols do Brasil no Mundial de 1978 e ainda sofreu um pênalti. Precisa de mais carinho do Vasco, que, num pecado inconcebível, deixou que ele fosse para a Portuguesa de Desportos em 1989 e, em seguida, jogasse no Campo Grande. Foi dispensado como um qualquer.
Virou presidente. Foi mal. Não deu certo. Mas não camufla dois fatos irremovíveis. O mau dirigente que foi não apaga o fato de ser o maior jogador e ídolo da história do Vasco. O segundo: Roberto completa hoje 66 anos. Ainda há tempo de ser tratado com respeito, honra, carinho e reverência eterna por tudo que fez em campo. Ainda é possível corrigir esse lapso de desprezo à história e ao ser humano.
Parabéns, Bob.
Como dizia Waldir Amaral, “Dinamite, a vocação do gol”.
Obrigado por tudo.