Comandante do BEPE comenta brigas na arquibancada de SJ
Ano novo, velhas práticas. Mesmo com apenas três jogos realizados em São Januário em 2020, os lamentáveis episódios de violência dentro e fora do estádio em ano eleitoral foram constatados na vitória do Vasco por 1 a 0 sobre o Oriente Petrolero (BOL), ontem (5), pelo jogo de ida da primeira fase da Copa Sul-Americana.
A pancadaria na arquibancada aconteceu pouco depois do apito final, quando xingamentos ao presidente do clube, Alexandre Campello, foram ecoados em alto e bom som. Minutos após a manifestação, um clarão se abriu atrás do gol, onde fica situada a torcida "Guerreiros do Almirante". A Polícia Militar agiu rápido para coibir.
Por meio de nota oficial (veja abaixo), a "GDA" alega também ter sido atacada do lado de fora do estádio, inclusive citando agressões à mulheres e menores de idade.
Os episódios ocorreram justamente no jogo em que a Polícia Militar voltou a liberar instrumentos e faixas desta torcida, após ela se adequar às exigências do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (Bepe).
Muitos acusam um grupo de dissidentes da maior organizada do clube - e que está suspensa pelo Ministério Público - de terem feito as agressões.
Comandante do Bepe, o tenente-coronel Silvio Luiz não trabalhou na partida entre Vasco e Oriente Petrolero, mas admitiu que o problema é recorrente em ano eleitoral do clube.
"Todo ano eleitoral do Vasco é a mesma coisa. Grupos que apoiam à diretoria entram em confronto com os que são oposição", declarou ao UOL Esporte o oficial, que tem se esforçado para coibir estes transtornos.
A Guerreiros do Almirante foi criada em 2006 e é inspirada nas "barras" argentinas. O fato de não utilizarem uniformes e adotarem outras práticas fazem com que seus líderes rechacem o rótulo de "organizada", embora as autoridades policiais a considerem legalmente desta maneira.
Problemas acontecem há anos
Quem frequenta São Januário sabe que, em ano eleitoral, o clima é tenso no estádio. O ambiente pesado de violência e ameaças se aguçou, principalmente, nas últimas duas eleições, quando o ex-presidente Eurico Miranda venceu uma e perdeu a outra para a oposição.
Agressões no setor social e nas dependências internas de São Januário foram recorrentes, sendo que algumas envolvendo próprios funcionários e conselheiros do clube. Muitos dos casos foram parar na delegacia com registros de ocorrência e a imprensa também foi alvo de ameaças em alguns episódios. Nenhuma ação efetiva para coibir, no entanto, foi feita.
A próxima eleição do Vasco acontecerá no fim deste ano e o ambiente político também está longe de ser dos mais tranquilos. Na penúltima reunião do Conselho Deliberativo, por exemplo, um conselheiro chegou a dar um tapa no rosto de outro.
Fonte: UOL EsporteMais lidas
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