Futebol

Com a cruz de malta no peito, tudo é possivel!

Não, não é possível. O Vasco é campeão da Copa do Brasil, disputa o Brasileirão na contra-mão do que faz a maioria quando leva a Copa e ainda não está tentando se livrar da Sulamericana. Pior do que isso? Lidera o Brasileiro com o Corinthians e está nas semi da Sulamericana.

Não satisfeito em buscar, está chegando. E ontem o que mais repeti vendo a história ser escrita foi “não é possível”.

Time titular faltando 5 rodadas no Brasileirão com 3 clássicos por vir? Não é possível… É um sonho ou algum clube se tocou que ninguém morre jogando duas vezes por semana?

A bola rola, o tal do Universitário não a encontra. O Vasco deita, rola, finge de morto e faz 1×0.

Bola na área e o mediocre atacante deles bate de primeira por cobertura… Não é possível que ele tentou fazer aquilo. Mas fez.

Juninho, experiente, se joga na área pra simular um pênalti. Porque não chutou? Não é possível que tenha preferido cavar do que tentar o gol…

Fim de primeiro tempo, empurra-empurra.

Na volta Diego Souza expulso. Não, não é mais possível.

Dois minutos depois o time dos caras dá um chute sem vergonha da entrada da área, bate no Dedé e entra. 2×1, acabou.

O Vasco tem que fazer mais 4 gols em 45 minutos pra conseguir a vaga. Não é possível.

Bola na área, Elton de cabeça, 2×2. Correria, pega a bola, volta correndo, aquela cena toda, mas…. não era possível.

Dedé resolve, então, virar atacante. Não satisfeito em ser o melhor zagueiro do país disparado, desafiou a lógica e partiu.

Virou ponta direita. Recebeu, cruzou, entrou. O goleirão aceitou, é verdade. Mas aquele 2×1 contra de minutos atrás agora era um 3×2 que ainda deixava esperanças.

Faltam 2. Mas será possível?

Pressão, caldeirão fervendo, torcida em pé, time vibrante e os peruanos assustados.

Aos 27, o candidato a atacante conquista a posição. De cabeça, Dedé faz 4×2 e o Vasco precisa de apenas um gol para conseguir o impossível.

Eu, confesso, em pé diante da TV, repetia em voz alta: “Não é possível…. “.

A senhora Perrone passava pelo quarto sem entender muito bem que euforia era aquela e eu tentava explicar: “O Vasco tá quase…. Não é possível, não é possível!”.

E aos 37, Dedé desvia, Alecsandro empurra, o Vasco torna o impossível real.

Tá, eu confesso sem medo! Gritei gol e não fui só eu. Conheço alguns que não tinham nada com isso e que também se envolveram com a virada a este ponto.

Em 45 minutos o Vasco conquistou 4 gols, a torcida, a vaga na sulamericana e qualquer sujeito que estivesse na frente da TV sem ser flamenguista, tricolor ou botafoguense.

Estes, convenhamos, tem anti-corpos suficientes pra não se envolverem.

Era possível.

O Vasco dava outra aula de vontade, ousadia e vergonha na cara. Quantos ali entregariam no 2×2 só pra não sair da competição perdendo?

Quantos iam querer levar a Sulamericana a sério já tendo a vaga?

Porque só pro Vasco título é título e dane-se a tal da vaga?

Porque o Vasco está sendo tão mais ousado, inteligente e corajoso do que os outros ao disputar tudo que tem pela frente?

E se perder o Brasileiro por causa da Sulamericana e, talvez, ficar sem os dois? Dirão os comentaristas de resultado que não valeu a pena?

Valeu, já valeu.

O ano de 2011, seja com título de Sulamericana ou não, com Brasileirão ou não, já é do Vasco.

Eu pensei que “não era possível” um clube trocar o ódio que o país todo sentia em virtude do seu ex-presidente por simpatia.

Pensei que o Vasco estivesse eternamente rotulado pela lamentável postura do Eurico que fez do clube o mais odiado do país.

Hoje, não. Com Roberto, com Ricardo, com essa postura e sem pisar em ninguém por estar em cima, o Vasco reverteu também esta imagem.

Sim, o Vasco é o time da virada. O Vasco é o time do amor.

Duvida? Cai dentro do Caldeirão pra ver se não vira sopa…

Extraido do Blog do Rica Perrone


Agradecemos ao nosso colaborador Marcelo Osório, do site VascoOnline pelo envio da matéria.

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Fonte: Blog do Rica Perrone