Futebol

Colunistas se rendem ao talento de Dedé e pedem sua permanência

Por: Fernando Calazans

NÃO PERCA A ELEGÂNCIA. Do lado oposto ao dos jogadores citados, está Dedé, ídolo do Vasco. Ou melhor, do lado de cima. Bem acima. Por causa de suas atuações cada vez melhores e por causa, vejam só, de sua... regularidade. De seu padrão. Alto padrão.

Dedé defende, desarma, passa, avança, tabela, faz gol. Não falta fazer nada. Olhem que coisa admirável: neste futebol de bumba-meu-boi, Dedé só dá chutão em última instância. Quando não há outro caminho para um zagueiro. Um zagueirão. Mas há que fazer uma ressalva: Dedé levou cartão logo no início, bem no início, dos dois últimos jogos. Ainda assim, prosseguiu até o fim, pendurado, mas jogando bem, sem fazer faltas. Resolvendo a parada. Aí chega o ponto em que preciso fazer uma pergunta a ele.

Dedé: por que levar cartão amarelo logo no início dos jogos, hein? Há necessidade disso? Ou melhor: você tem necessidade disso? Dedé anda abusando de duas coisas: uma falta de cartão no início e reclamações contra o juiz. Não precisa de uma coisa, nem de outra. Ricardo Gomes e Cristóvão Borges bem que podiam dizer isso a ele. Além de tudo descrito ali em cima, Dedé é um zagueiro que joga com elegância. Neste ponto, e em outros, lembra exatamente o... Ricardo Gomes. Só falta parar de ficar nervosinho e reclamão, para se aproximar mais ainda do Ricardo. Se eu tivesse autoridade, diria apenas isso para Dedé: não perca a elegância, porque a bola você já não perde.

Por: Renato Maurício Prado

Fica, Dedé! Assim como o Santos fez com Neymar, o Vasco tem que arrumar meios de manter Dedé até a Copa de 2014. O zagueiro se tornou um símbolo deste time heroico e sua venda, após temporada tão espetacular, seria uma ducha fria em São Januário. Não sei se o Gigante da Colina vencerá o Brasileirão e/ou a Sul-Americana. Mas já ganhou um ídolo. Que não o deixe sair.

Continuo a achar que a divisão de foco (e de esforço físico), na reta final, é um grande risco que os vascaínos correrão. Mas já não me arrisco a duvidar que as duas conquistas serão impossíveis. Deste Vasco, que deu um baile no Botafogo, no domingo (2 a 0 foi pouco), pode se esperar tudo. Principalmente depois que Ricardo Gomes voltou a frequentar a concentração, alegrando todo mundo e aumentando ainda mais a motivação do grupo.

Em tempo: Cristóvão foi muito bem no clássico, armando um esquema que reforçou o meio-campo sem diminuir o poder de ataque — ao contrário. E foi inteligente ao poupar Juninho Pernambucano, que só entrou no finalzinho, pois estava esfalfado após a vitória épica sobre o Universitario do Peru.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)

Fonte: Jornal O Globo