Colunista revela histórias de Arthur Sendas no Vasco
O brutal assassinato do empresário Arthur Sendas enluta o Vasco, o esporte carioca e o Rio. Autêntico gentleman, ele chegou a ser vice-presidente do clube de seu coração e, mesmo depois que se afastou da colina (enojado com as brigas políticas internas), manteve vínculos com o futebol, lançando, através da própria empresa, a Supercopa Sendas, competição que reunia milhares de jovens carentes, entre 13 e 16 anos, e além de ser base de um belo projeto social servia como peneira para o Sendas Esporte Clube (também criação sua), que começou disputando as divisões de base do Rio e, ano passado, já foi campeão da Série C.
Tive o prazer de conhecer Arthur Sendas na festa do 40o aniversário de seu filho Nelson meu amigo e companheiro de MBA no Insead, em Fontainebleau, na França.
Em sua bela casa no Alto da Boa Vista, ele me recebeu com cortesia e, talvez preocupado com possíveis rusgas com os muitos convidados vascaínos (face às minhas críticas ao ex-deputado, então presidente do clube), fez questão que eu me sentasse ao seu lado, passando a apresentar-me a todos como um querido amigo da família.
Estivemos juntos ainda outra vez, na sede das Sendas, quando ele me falou, com entusiasmo, do centro de treinamento de 45 mil metros quadrados que estava concluindo em São João de Meriti (base do Sendas Esporte Clube) e também me mostrou, com orgulho, o primeiro caminhão da empresa até hoje conservado na garagem da firma, como relíquia.
Assim era Arthur Sendas. Um homem gentil e inteligente, de conversa agradável e que se mostrava sempre preocupado com o futuro, sem esquecer do passado. O tipo de pessoa que faz diferença. E, com certeza, fará muita falta.
Antes mesmo de conhecê-lo, Sendas foi co-personagem de divertido causo que contei aqui, há alguns anos.
Aconteceu no vestiário do Vasco, quando um dirigente pediu a Edmundo que autografasse uma camisa para o empresário:
Mas o Arthur dele é com H advertiu.
E o Animal nem pestanejou, rabiscando com garranchos: Ao Hartur Sendas, com um abraço do Edmundo.
Folclore? Nada disso.
Com bom-humor (outra de suas qualidades), o próprio Sendas fez questão de me mostrar a tal camisa, no dia em que o visitei em sua empresa em São João Meriti, confirmando a história.
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