Futebol

Colunista destaca postura de Eurico para CBF usar árbitro de vídeo

O gol de braço de Jô foi a desmoralização do Brasileiro.

Diante da chacota nacional com a confirmação do gol absurdo, mesmo tendo além do árbitro Elmo Resende e do bandeira Cristhian Passos, um auxiliar a dois metros do lance, Eduardo Valadão, todos de Goiás, a entidade não teve outra saída. Resolveu instituir o árbitro de vídeo já a partir da próxima semana.

Há um personagem importantíssimo nesta mudança de postura. Eurico Miranda. O presidente do Vasco ficou revoltado com o lance que prejudicou profundamente o seu time. Cobrou a CBF e o comando da arbitragem no país.

Foi a gota d'água.

Eurico Miranda é muito bem relacionado e esteve empenhado, com seus contatos políticos, a proteger Marco Polo del Nero, na CPI do Futebol levada à frente por Romário, no Senado. Integrantes da Bancada da Bola ligados ao presidente vascaíno foram fundamentais para bloquear o relatório do senador ex-jogador.

Marco Polo ficou em dívida com Eurico.

O presidente já está sendo severamente questionado pelo desprezo de Grêmio e Santos pelo Brasileiro, pela obrigatoriedade de jogar a Libertadores, e facilitado a conquista do Brasileiro pelo Corinthians. Gremistas e santistas cansaram de escalar times reservas e perder partidas que poderiam vencer, se atuassem com sua força máxima.

Del Nero já estuda limitar o número de jogadores inscritos no próximo Brasileiro. Entre 25 e 30 jogadores, para forçar os times a entrarem com seus elencos mais fortes. A TV Globo também está favorável à medida. Para tentar valorizar o principal torneio do país.

A cobrança de Eurico e o gol de Jô acabaram com a desculpa esfarrapada. A CBF alegava que não havia dinheiro para colocar o árbitro de vídeo. A CBF, com receita de mais de R$ 647 milhões, de repente descobriu como arrumar uma maneira de utilizar as câmeras para acabar com os lances duvidosos. Utilizar recursos da TV Globo, que usa as câmeras necessárias em todos os jogos da Série A. E tem produzido as imagens que têm desmoralizado o Brasileiro. Como o gol de braço de Jô.

A decisão já está tomada.

A Globo colocará suas câmeras à disposição.

Haverá uma reunião amanhã. Deverá ser sacramentado também o uso nas etapas finais da Copa do Brasil. Os clubes deverão aprovar a decisão da entidade. E concordar em não entrar juridicamente contra a medida. Cobrando os jogos nos quais foram prejudicados, como o Vasco, de Eurico Miranda, ontem.

O número de paralisações será definido também amanhã.

Quanto a Jô, a pressão está enorme, pela falta de fair play.

A diretoria corintiana decidia no começo da tarde se colocaria ou não um vídeo do jogador justificando o gol com o braço. Havia muita divisão entre os dirigentes. Há o medo de expor o jogador.

Há uma crítica do presidente Roberto de Andrade. Ele não se conforma porque, Jô, apesar de substituído, não foi para os vestiários. Lá poderia tomar banho, analisar com calma o lance, perceber que todos viram seu toque de braço. E confirmar que realmente a bola bateu no seu braço. Não mudaria nada. O que complicou foi a entrevista do atacante garantindo não saber se a bola foi empurrada para as redes com o braço.

Jô está preocupado com a cobrança de fair play.

E com medo de ter acabado com sua última chance de disputar a Copa.

Tite elogiou e muito Rodrigo Caio por ter salvo Jô de suspensão da semifinal do Paulista, acusando ter chutado o goleiro Renan Ribeiro. E não o corintiano, como acreditou o árbitro Luiz Flávio de Oliveira, tendo inclusive dado o terceiro amarelo. Com a postura do zagueiro são paulino, o cartão foi anulado.

Tite destacou a honestidade do gesto. E que gostaria de trabalhar com atletas dessa índole na Seleção.

Jô ao se calar diante do gol de braço, fez o contrário.

Perdeu a oportunidade de ser elogiado no mundo todo.

E ainda obrigou a CBF a usar o árbitro de vídeo.

A mensagem é clara.

Para evitar 'espertezas' como a de Jô...

Fonte: Blog do Cosme Rimoli