Futebol

Clubes debatem divisão por torcida e acenam para a Libra

Um grupo de 25 clubes das Séries A e B se reuniu hoje (16) em um hotel na Zona Sul do Rio de Janeiro e mostrou-se aberto à discussão da fórmula de divisão de dinheiro para aderir à Libra, liga da qual já fazem parte outros dez clubes, entre eles os quatro grandes de São Paulo e três do Rio. Há aproximação entre as partes em alguns pontos em negociações prévias.

Os principais critérios em debate são as receitas destinadas ao engajamento de torcida. Uma comissão de seis times ira se reunir com a Libra - já houve conversas preliminares por meio de Galo e Inter. A comissão será formada pelos cartolas de América-MG, Fortaleza, Fluminense, Atlético-MG, Internacional e o presidente da Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCF), Francisco Battistotti, que é uma voz em nome dos que disputam a Série B.

"Estamos aqui para tentar a união de todos os clubes. Decidimos que vamos à mesa agora com um grupo de seis presidentes para negociar com o outro lado pontos que são importantes, mas caminhamos muito bem hoje", disse o presidente o Atlético-MG, Sérgio Coelho.

Em relação à divisão de percentuais, já houve um avanço nos debates entre os clubes, com a sinalização de alteração do percentual das verbas de TV ficando em 45% (igualitário), 30% (engajamento) e 25% (performance). Esse seria um meio-termo entre as propostas iniciais dos dois grupos. As conversas sobre o assunto aconteceram entre os presidentes de Fluminense, Internacional e São Paulo.

"Não é só a questão do percentual, existem uma série de discussões. A gente não tem um número ainda, a gente tem uma ideia de distribuição melhor. Mas esse número não é fechado, como o número deles não é fechado. Pode ser que a gente, em algum debate técnico, a gente entenda que a limitação do maior para o menor supra a diferença dos 45%, 50% ou 40%", explicou Mário Bittencourt, presidente do Fluminense.

Os clubes contrataram a consultoria das empresas Live Mode e Alvarez & Marsal para contribuírem tecnicamente à mesa quando forem para discussão. Executivos das duas empresas fizeram apresentações no encontro de hoje com simulações de como ficaria a divisão com os critérios da Libra e qual seriam formatos a serem discutidos.

Ainda não há uma data confirmada para um novo encontro entre os clubes para que mais detalhes sejam discutidos, mas o tom é de otimismo. O desejo dos dirigentes do bloco que hoje conta com a maioria dos clubes das Série A e B é esgotar os debates sobre temas que consideram sensíveis antes de assinarem adesão à liga. Eles entendem que qualquer mudança posterior em caso de discordância seria muito complicada, já que o estatuto demanda unanimidade na votação para alguns itens, como a divisão do dinheiro.

"Como fica a simulação (distribuição de dinheiro)? Todo mundo está entendendo bem como vai ficar? Depois que você assina (adesão), não adianta mais. É o momento de aproximar as equipes técnicas. Existe por parte dos clubes que assinaram a formatação da Libra simulações. A gente tem que ver como elas convergem, entender um pouco isso dá conforto para todo mundo", disse Alessandro Barcelos, presidente do Internacional.

A ideia do grupo de clubes é que a proporção máxima entre o clube que mais ganha e o que menos ganha fique em 3,5 vezes. Um ponto é que poderia ser instituído um teto para essa proporção. A Libra também aceita que exista um teto, mas ainda não tem um número fechado.

Há ainda outros detalhes em discussão como garantia de que clubes que têm receitas superiores mantenham a média de arrecadação dos últimos anos. Segundo os clubes de 25 times, isso precisa ser debatido para não manter a diferença atual de divisão de receitas. Ambos os grupos — de 25 clubes e da Libra — concordam que é preciso estabelecer um modelo de transição, a questão é qual o formato dele.
 

Foto: Igor Siqueira/UOLClubes reunidos no Rio de Janeiro sobre a Libra
Clubes reunidos no Rio de Janeiro sobre a Libra

Fonte: UOL