Futebol

Clubes cariocas têm enfrentado percalços nos bastidores

É rapaziada, não anda nada fácil. As boas notícias até tentam, mas sempre aparece algum novo assunto que arrasa tudo.

Então vamos por partes, como diria meu velho amigo Jack…

Vasco

A volta do Reizinho de São Januário foi a grande notícia desta semana. Mesmo após sair no final de 2012 cuspindo marimbondos contra Dinamite e seu staff, Juninho Pernambucano retorna ao clube de forma triunfal. Porém, eu me questiono:

• Com quais condições físicas ele volta?

• Saiu em dezembro reclamando da então situação do clube, porque retornar agora quando a instituição está em um péssimo momento financeiro e político?

• Vai soltar a velha bravata que ganhará apenas um salário mínimo?

Desculpe-me torcedor vascaíno, mas esses questionamentos precisavam ser feitos. Dois meses de salários em atraso e uma luta gigantesca para obter as certidões negativas com o objetivo de confirmar o acerto com três novos patrocinadores.

E conforme antecipei na sexta, Autuori arrumou as malas rumo ao São Paulo. Segundo meu grande amigo Júlio César do site FutDados, o treinador teve um rendimento menor do que o Gaúcho.

Dorival Júnior chega credenciado pela sua primeira passagem no clube. Sabemos bem que passado não é referência para o presente.

Porém, começou bem: já solicitou rapidamente o despacho de Carlos Alberto para bem longe. Vamos aguardar até porque, é semana de clássico contra o Flamengo e uma vitória acalmariam as coisas por um tempo.

Flamengo

Porém, o clube da Gávea também precisa de uma vitória a qualquer custo. Além da necessidade de afirmação de Mano Menezes no comando e, para sair do Z-4, os garotos da base voltaram e pedir passagem.

Na vitória de quarta-feira por 2 x 0 diante do Asa de Arapiraca pela Copa do Brasil, Adryan teve um desempenho muito bom e Nixon, que havia sido completamente esquecido pelo Jorginho, entrou e foi peça fundamental na vitória: deu passe para o gol de Marcelo Moreno e fez o segundo que garantiu a vitória.

Também convivendo com atrasos nos vencimentos, vem correndo na busca de reforços. Vem insistindo com Emerson Sheik, deseja o zagueiro Leandro Castán, ex-Corínthians e atualmente na Roma-ITA e, também com o lateral-esquerdo André Santos do Arsenal-ING.

Segue também sondando o mercado na busca de alguma sobra em algum lugar do universo interplanetário.

Outro desafio da diretoria é quanto ao acerto com o grupo que administra o Maracanã para sediar os jogos no estádio.

As condições propostas não foram aceitas pelo clube e um duelo deve se arrastar pelos próximos dias.

Fluminense

Problema este que o Fluminense não enfrentou. O presidente assinou esta semana o acordo que levará o clube das Laranjeiras a sediar os jogos no estádio pelos próximos 35 anos. O convênio inclui pontos que, na minha modesta opinião, em longo prazo podem não ser vantajosos para o clube.

Possui parada duríssima hoje, contra o Internacional no Moacyrzão. Já sem Thiago Neves, vendido, Abelão deve manter a mesma escalação da partida do clássico do último domingo. Deco treinou bem e pode ser a grande surpresa no banco de reservas, ou até mesmo na vaga de Rhayner.

Botafogo

O Botafogo manteve uma semana tranquila. Preparou-se com afinco para o duelo diante do Grêmio na Arena tricolor. O objetivo maior é manter as boas atuações e também continuar na liderança do campeonato. Alex, já regularizado, pode ser a novidade, mas no banco de reservas.

P.S.:

Ilustres torcedores, não estranhem se quando vocês comprarem ingressos para o Maracanã, vier a seguinte observação:

Para frequentar a Arena Maracanã, é indispensável o uso dos seguintes trajes:

Acesso para os camarotes: Traje de gala
Acesso para as arquibancadas: Passeio completo

Jogos Inesquecíveis

Eu estava no Maraca naquela noite de 24 de março de 1993. Era despedida de Roberto Dinamite. Lá fui eu com os amigos Fernando e Alexandre acompanhar a última partida deste grande atacante vascaíno.

Confesso que esperava uma grande festa do mesmo nível que foi a do Zico. Infelizmente, a torcida vascaína não compareceu em grande número. O velho Maracanã estava com público pequeno e morno.

E Zico, junto com Roberto, era o centro das atenções daquela noite. Estaria, pela primeira vez, vestindo a camisa de outro clube em território nacional. E justamente do arqui-rival para alegria de alguns e tristeza de muitos. O gesto foi simbólico para representar um pedido de paz nos estádios.

A preliminar foi marcada por um combinado de ex-jogadores. De um lado, ex-companheiros de Roberto no Vasco e do outro, ex-adversários do camisa 10. Dé, o aranha, estava infernal e sacudiu as redes três vezes. Depois deste couvert, teve as homenagens para os campeões mundiais sub20 Bruno Carvalho, Gian , Yan e Jardel. Eram promessas de grandes craques e tratados a peso de ouro em São Januário. A história de cada um deles vocês já sabem.

Mas finalmente chegou o grande momento: o adversário daquela noite era o então fenômeno do campeonato espanhol, o La Coruña comandado pelo atacante Bebeto. A partida no geral foi muito morna, bem clima de fim de festa mesmo. E foi justamente o tetracampeão que abriu o placar no primeiro tempo. Nando ampliou o placar nos acréscimos da segunda etapa.

Mas o que ficou na memória, foram os inúmeros gols marcados pelo atual presidente do clube.

FICHA TÉCNICA:

24.03.1993 – Vasco 0 X 2 La Coruña.
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).
Árbitro: José Roberto Wright.
Público: 28.926 pagantes – Renda: CR$ 2.780.250.000,00.

Gols: Bebeto, aos 37 min do 1º tempo, e Nando, aos 50, do 2º tempo.

VASCO: Carlos Germano; Pimentel, Jorge Luís, Tinho e Cássio; Luisinho, Leandro Ávila, Zico (Geovani), Roberto Dinamite (Valdir Bigode), Bismarck e William. Técnico: Joel Santana.

LA CORUÑA: Liaño (Yosu); Djukic, Albistegui (Savin), Ribera e José Ramón; Mauro Silva, Nando, Mariano Hoyas e Marcos (Ramón); Fran e Bebeto (Antônio). Técnico: Arsenio Iglesias.

A CARREIRA:

Vasco da Gama: 1.108 jogos, 708 gols, média de 0,64 por partida;
Seleção Brasileira: 49 jogos: 26 gols: média de 0,53 por disputa;
Barcelona (ESP): 8 jogos: 3 gols.
Portuguesa de Desportos-SP: 14 jogos: 11 gols: média de0,79;
Rio Negro-AM: 1 jogo; 2 gols;
Campo Grande-RJ: 14 jogos, sem marcar gols;
Seleção Brasileira de Masters: 4 jogos; 2 gols.
Despedida de Júnior (Leovegildo Lins Gama): 1 jogo e 2 gols.
Total: 1.199 jogos e 754 gols, com média de 0,63 por partida.

Títulos: Campeonato Carioca Juvenil-1971; Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro- 1973; Campeonato Brasileiro-1974; Taça Rio-1974/77/80/81; Taça Brigadeiro. Gerônimo Bastos (3º turno)-1975/88; Taça Guanabara-1976/77/86/87/90/92.Torneio Bicentenário dos Estados Unidos (Seleção Brasileira)-1976; Campeonato Estadual do RJ-1977/82/87/88-92; Troféu Imprensa (SC)-1977; Torneio Cidade de Sevilha (ESP)- 1979; Torneio Triangular de Manaus-1980; Torneio Colombino (Huelva/ESP)-1980; Torneio da Ilha do Funchal (POR)-1981; Torneio João Havelange (MG)-1981; Torneio de Verão do Uruguai-1982; Torneio Quadrangular do Maranhão-1982; Taça Rio- 1984-88-92; Taça Cidade de Juiz de Fora (MG)-1986/87; Troféu Ramon de Carranza (Cadiz/ESP)-1987/88; Copa de Ouro (EUA)-1987; Brasileiro de Seleções (RJ)-1987; Copa Pelé de Masters (Seleção Brasileira-1991) e Copa Rio-1992.

ARTILHARIAS: Campeonato Carioca Juvenil-1971; Estadual-RJ-1978/81/85; Campeonato Brasileiro-1974-84. Além disso, Roberto ainda é o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 190 gols, marcados entre 1971 e 1992; do Campeonato Estadual- RJ com 279 tentos, entre 1972 e 1992, e do futebol carioca, com 708 bolas nas redes, entre 1971 e 1993.

Fonte: Coluna Vitamina F - Futrio