Cláusula obriga venda de Dedé por proposta de 7 milhões de euros
Como a crise faz morada em São Januário, e o Corinthians bate à porta por Dedé, o Vasco está no paredão. Atualmente, o Mito está fatiado 45% Vasco, 45% Liga Participações & Intermediações e 10% Villa Rio. No ano passado, ao socorrer o clube com a compra do percentual, a Liga fundo de investimento paranaense impôs, no contrato, que uma venda deve ocorrer em caso de proposta de 7 milhões de euros. O valor da aquisição dos 45% desperta atenção: 1,8 milhão de euros R$ 4,9 milhões atualizados.
Exposto num perfil falso do Facebook, com o nome de José Augusto Prestes, presidente do Vasco na década de 20, o contrato já leva a oposição a cobrar uma explicação da diretoria.
A Liga Participações tem dois sócios. O majoritário é Meer Mario Kaufmann, empresário com pouco mais de 30 anos. Com pequena parcela de sociedade está Artur Noemio Grynbaum, presidente do grupo K&G, da marca Boticário. O advogado do grupo é Fernando Carvalho, ex-presidente do Internacional. Há pouco menos de um mês, ele esteve em São Januário, o que alimentou as especulações sobre uma possível negociação de Dedé.
O Vasco é nosso grande parceiro. E estamos juntos com o clube que vem atravessando esse momento difícil disse Meer.
Um mês antes do repasse do percentual, no final de agosto, conforme data do contrato, Dedé havia sido convocado pela primeira vez à seleção brasileira. A Ability Sports, empresa que administra o Villa Rio, pressionava o Vasco para a venda segundo informação de um dirigente , e a Liga \"encampou\" a operação \"Fica, Dedé\".
De posse do contrato, o Jogo Extra tentou contato com o presidente Roberto Dinamite para abordar o assunto, mas ele sempre disse estar em reunião. O agente Fifa Frederico Souza, da Ability, afirmou que não conhecia a Liga, nem Meer Kaufmann, e que não possuía informações sobre a negociação, embora tenha sido teoricamente o credor de 1,8 milhão de euros, quando da venda de parte dos direitos econômicos de Dedé que detinha até o meio do ano passado. O presidente do Conselho Fiscal do Vasco, Hélio Donin, também disse que desconhecia os aspectos do contrato.