Futebol

Cinco motivos para a queda de rendimento da equipe de São Januário

Seis partidas sem vencer, a liderança da Série B em risco pela primeira vez e jogadores determinantes em má fase. Não dá para tapar o sol com a peneira: há alguma coisa errada no Vasco. O que? O time que se impunha e fazia valer a camisa no início da competição não é mais visto em campo e o acesso que era questão de tempo já não é tão certo assim. O GloboEsporte.com tentou dissecar o que tem acontecido em São Januário, que passa pela "conta a ser paga" pela alta média de idade do elenco, a diferença grande entre titulares e reservas, e a zona de conforto pela trajetória tranquila até aqui. A realidade já não é mais essa e é preciso reagir o quanto antes. Sábado, às 16h30 (de Brasília), o compromisso é contra o Oeste, em São Januário, pela 24ª rodada. 

Queda de rendimento de Nenê

É inegável: o principal jogador do elenco caiu de rendimento. O Nenê que fez a diferença no título estadual e no início da Série B, com oito gols em cinco jogos, não tem sido visto em campo ultimamente. Depois de ficar fora do empate com o Tupi e na derrota para o Vila Nova por conta de um problema na coxa, o camisa 10 teve atuação muito ruim contra o Bahia. Individualista, perdeu bolas bobas e cavou muitas faltas não marcadas pela arbitragem. Em determinado momento, foi repreendido por Jorginho, que o mandou "levantar e jogar". Nos últimos 15 jogos, marcou somente quatro gols. Na fase difícil, o Cruz-Maltino carece de seu jogador decisivo.

Elenco heterogêneo

Também é inegável: o Vasco é refém de seus 11 titulares. Não foram poucos os casos em que Jorginho se viu obrigado a trocar o time e os substitutos não estiveram à altura dos donos das posições. Na derrota para o Bahia, Rafael Marques foi muito mal ao entrar na vaga de Luan, suspenso. Jordi também já deixou muito a desejar ao ser escalado no lugar de Martín Silva - diante do Vila Nova, por exemplo, foi afobado na saída em um dos gols. Evander também esteve abaixo do esperado sempre que precisou exercer as funções de Nenê ou Andrezinho, e no ataque o rodízio constante entre Thalles, Leandrão e até Ederson mostra que falta um centroavante de confiança. Com exceção de Pikachu/Madson, Julio Cesar/Henrique e Marcelo Mattos/Diguinho, a discrepância entre titulares e reservas é considerável.

Falta de intensidade

O cenário é repetitivo: o Vasco começa a partida em ritmo mais lento que o adversário, sofre o gol e precisa correr atrás do resultado. Foi assim contra Santos, Tupi, Vila Nova e Bahia. A impressão que se tem é de que o time acredita que a vitória acontecerá naturalmente. Não tem sido assim. A questão não é nem física, nos quatro jogos citados houve melhora de rendimento e esboço de pressão no segundo tempo. É preciso, porém, ter maior intensidade desde os primeiros minutos. A lição foi dada nos últimos jogos: três derrotas e um empate contra um dos piores da Série B.

Comodismo

A falta de desafios parece ter criado um certo comodismo no Vasco. Líder de ponta a ponta da Série B, o time não demonstra a mesma pegada e não se impõe mais como no início da competição. O saldo de 11 gols, porém, mostra que as 12 vitórias não foram conquistadas com facilidade. É preciso voltar a se motivar. Com o topo da tabela em risco e pressionado pelas seis partidas sem vitórias, aí está o desafio que faltava para mudar a postura.

Falta de renovação

 O Vasco começou o ano apostando nas categorias de base. Mateus Pet, Matheus Índio, Andrey, Evander, Kadu, Gabriel Félix, Caio Monteiro e Alan Cardoso foram integrados aos profissionais na pré-temporada em Pinheiral. Desses, somente Evander e Caio Monteiro foram realmente aproveitados. O lateral-esquerdo Alan Cardoso, por exemplo, foi testado contra o Luverdense, foi bem, e nunca mais teve oportunidade. Com um elenco com a média de idade tão alta, a renovação se fazia necessária, mas ficou em segundo plano. De positivo, fica o surgimento do volante Douglas, um dos poucos a se destacar nesta fase ruim. 

Fonte: ge