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Cinco anos após ser eleito, Dinamite prepara reformas no Vasco

A política no Vasco da Gama sempre teve um só nome: Eurico Miranda. Expressão máxima do cartola brasileiro, o advogado esteve envolvido nas decisões do clube por quase 40 anos. Contudo, num dia 28 de junho como o atual, o poder passou de mãos em São Januário. Em eleição polêmica e contestada, o maior ídolo cruz-maltino, Roberto Dinamite venceu pleito contra o situacionista Amadeu Pinto da Rocha.

Com a passagem de bastão, novos tempos se instalaram na Colina Histórica. Se com Eurico os problemas eram sempre postergados e o inadiável era negociado com o talento e o bom trânsito que o cartola sempre teve nas entidades do futebol, com o ex-jogador ao Vasco passou a encarar a dura realidade de dívidas e penhoras, conforme o novo presidente anunciou assim que foi anunciado vencedor da eleição.

“Temos que projetar não para três meses, mas para três anos de trabalho para termos um Vasco forte e campeão. O primeiro passo é ser realista e olhar o Vasco de frente”, afirmou Dinamite ainda no calor da conquista.

O primeiro passo, contudo, foi para o buraco. Após receber o clube na 9ª colocação no Campeonato Brasileiro, Roberto, que sempre fazia questão de alertar para a “herança maldita” deixada pelo antecessor, acabou vendo a nau vascaína naufragar e, em apenas cinco meses de mandato, teve que conviver com o doloroso rebaixamento para a Segunda Divisão após derrota por 2 a 0 para o Vitória, em São Januário.

Da inexperiência que marcou seu caminho inicial no clube, Dinamite passou, pouco a pouco, a descobrir os meandros do posto que ocupa. Entre erros e acertos mil, o presidente completa seu sexto ano à frente do Vasco – o ex-jogador foi reeleito em 2011 – com apenas dois títulos conquistados (Série B 2009 e Copa do Brasil de 2011) e a oportunidade de iniciar uma nova virada nos rumos do Vasco.

Asfixiado financeiramente e convivendo com o constante temor de uma penhora sobre transações ou a cobrança inesperada de uma dívida milionária batendo a porta, como a que cortou a água do clube em meados do ano passado, o Gigante da Colina vem tendo seguidas conversas com representantes da Fazenda Nacional e planeja obter em breve as Certidões Negativas de Débito (CNDs). Com os documentos, o clube ficaria liberado para assinar patrocínio com a Caixa Econômica Federal, que já fez proposta ao clube, assim como a montadora Nissan.

Além disso, é internamente que o Gigante da Colina pode dar um salto digno de suas tradições. Há alguns meses, um grupo de notáveis do clube tem trabalhado em cima de uma nova proposta de estatuto, não atualizado desde 1979. E entre as novas regulamentações do documento estão previstas eleições diretas e extinção da reeleição para o cargo de presidente, maior controle dos gastos, com restrição dos empréstimos feitos pelo clube e restrições ao emprego ou relações comerciais do Vasco com parentes de dirigentes.

Com tais atos, que deve ser postos para apreciação dos conselheiros cruz-maltinos em breve, Dinamite tem a chance de mostrar que mais do que uma mudança de nomes, a política do Vasco realmente irá mudar após sua passagem pelo comando do clube.

Fonte: Yahoo Esporte Interativo