Política

Chapas se unem para extensão de mandatos, mas com restrições

Enquanto de um lado, os grupos políticos de Eurico Miranda e Roberto Monteiro adiantam que vão lutar contra a prorrogação de mandatos, seus adversários políticos prometem empenho da mesma maneira para impedirem qualquer outra solução que não seja a extensão dos poderes até a eleição de novembro. As correntes de Nelson Rocha, Tadeu Correia e Eduardo Nery defendem a manutenção de Roberto Dinamite, da diretoria administrativa, além dos conselheiros que estão sem mandato desde o último sábado. A "Sempre Vasco", de Julio Brant e Edmundo, preferiu ficar em cima do muro e deixar na mão do Conselho. Apesar do discurso unificado e oposto ao de Eurico e Monteiro - os dois blocos consideram golpe o que o outro lado defende -, a defesa da prorrogação, porém, encontra restrições que pretendem atingir até a continuidade do vice-presidente Antônio Peralta.

Ex-vice de finanças, Nelson Rocha adianta que vai pedir a palavra na reunião da próxima quarta-feira e pretende representar o outro bloco político - dos que consideram a manutenção da atual administração e atuais poderes a única solução viável para o momento. A "Vira Vasco" quer discutir limitações para a continuidade da gestão.

- Nosso entendimento é de que não dá para ser de outra forma que não seja prorrogação. Qualquer outra coisa é golpe. Vamos conversar antes com correntes que pensam da mesma forma e tentar um encaminhamento único para colocar algumas restrições, como por exemplo não deixar que a diretoria negocie atletas do clube nesse período, não assinar contratos até certo limite, entre outras coisas - afirma Nelson.

Mais radical, Tadeu Correia, da chapa "Vasco Passado a Limpo", defende sim uma intervenção, mas na secretaria do clube. Na visão dele, o vice-presidente geral e de comunicações do clube, Antônio Peralta, deve ser afastado do cargo para as eleições de novembro.

- Meu voto é pela continuidade do Roberto até as eleições. Acho que é a solução menos traumática para o momento do Vasco. Como seria uma junta interventora com o Vasco todo dividido, cada um com seus interesses políticos? Não dá para fazer isso. Para mim, intervenção tem que haver é na secretaria do clube. Qualquer pessoa de bom senso tem que defender isso. O Peralta é responsável pelo caos das eleições - diz Tadeu, que coordenou o trabalho da comissão de sindicância e fez uma convocação de mais de três mil associados. Apenas 11% atenderam ao chamado a comissão criada pelo presidente Roberto Dinamite.

O GloboEsporte.com tentou contato com o vice-presidente Peralta neste domingo, mas não conseguiu contato com o dirigente. Na semana passada, depois de receber críticas por motivos semelhantes de outras correntes políticas do clube, o dirigente publicou uma nota oficial no site do Vasco onde dizia que "o clube está empenhado em realizar uma eleição justa, transparente e igual para todos os candidatos. E que vença o que for melhor para a instituição!".

Procurada para comentar a posição oficial do grupo na votação da próxima quarta-feira, a chapa "Sempre Vasco" se esquivou e declarou apenas que "está focada nas eleições e nos projetos que possui para o Vasco. O conselho deliberativo é órgão competente para resolver a questão". Apesar disso, a Cruzada Vascaína, que elegeu 30 conselheiros na cadeira do Conselho Deliberativo em 2011, porém, deve votar também pela manutenção dos atuais poderes no clube.

Além dos candidatos, das chapas e correntes políticas, a influência do presidente da Assembleia Geral, Olavo Monteiro de Carvalho, e de outros grandes beneméritos, como Otávio Gomes, que denunciou a prática eleitoral na adesão de sócios em massa de abril do ano passado e divulgou manifesto pela Chapa Azul a favor da extensão de mandatos, o último candidato a se lançar, Eduardo Nery, da "Vasco Mais que um Gigante", também aprova a continuidade da atual diretoria. Para ele, o tempo a mais pode servir para a diretoria cumprir o recadastramento prometido após o adiamento e acabar com as suspeitas sobre a lista de eleitores no clube.

- Não são dois meses a mais que vão afetar o clube. Eu era a favor do adiamento até por causa da nossa intenção de ver transparência na lista. Ela está muito incompleta e não é confiável - afirma o candidato à presidência do clube.

Fonte: ge