CEO do Maracanã fala sobre relação com o Vasco
Um Maracanã com luz de LEDs, com gramado de última geração e museu referência no país do futebol. Com 20 anos de gestão pela frente, o Consórcio Fla-Flu prepara plano comercial para dobrar a arrecadação com patrocinadores e promover vida no estádio fora dos horários de jogos, com restaurantes e cafés durante o período de visitação.
Na última sexta-feira, o ge foi ao Maracanã entrevistar o diretor geral do estádio, Severiano Braga. Engenheiro civil mineiro, o CEO de 58 anos trabalhou no Mineirão entre 2011 e 2015 e no Nilton Santos nos tempos de olimpíadas de 2016, pelo Comitê Olímpico Brasileiro.
Confira na entrevista de Severiano Braga ao ge os principais pontos de operação e planejamento da gestão do Maracanã para o início dos 20 anos de concessão.
ge: O Consórcio Fla-Flu acabou de assinar o contrato com o Governo do Rio de Janeiro. Estão em fase de transição do modelo temporário para este longo de 20 anos?
Severiano Braga: — A gente está aqui desde abril de 2019, nas concessões provisórias, em nome de Flamengo e Fluminense. Agora estamos fazendo as alterações contratuais, passando todo mundo para ter contrato com a SPE. Como o nosso contrato com o Governo tinha essa virada, porque a TPU (Termo de Permissão de Uso) perdia o valor assim que houvesse vencedor, isso valia para também nos nossos contratos. Caso a gente saísse, o contrato era rescindido. Caso a gente continuasse, a gente fazia aditivo contratual, alteração contratual. É o que a gente está fazendo.
Qual tamanho do corpo de funcionários do Maracanã hoje? Vai aumentar?
— A gente tem aqui equipe própria de umas 50 pessoas. Mas eu tenho meus terceirizados, porque no dia a dia tenho que ter limpeza, segurança, apoio de engenharia, de hidráulica, de elétrica, de manutenção do ar condicionado, de TI. Então eu tenho tanto funcionários nossos da SPE quanto terceirizados para dar suporte e manter estádio no dia a dia e fazer jogo quando precisar. O bom do Maracanã é que tenho jogo quarta e domingo, quarta e domingo, quarta e domingo. Estamos sempre em constante uso.
- Sempre em constante manutenção também. Mas vai aumentar (o número) porque na torre de vidro (Rua Professor Eurico Rabelo), aquela da foto da Marta, vamos fazer o futuro museu do futebol do Maracanã. Ali tenho uma grande intervenção para fazer. O museu do futebol é uma obra prevista em edital, que é uma das obrigatórias. Essas obras obrigatórias temos que fazer no Maracanã e no Maracanãzinho e vão custar algo em torno de R$ 140 milhões.
Qual é a ideia para esse museu do Maracanã?
— Hoje a gente tem o tour do Maracanã, que é muito bem visitado (Nota da redação: média de 30 mil visitantes mensais, com previsão de aumento para quase 40 mil a partir do quinto ano de contrato). O tour vai fazer parte do museu também, num pacote. Eu tenho agora um prazo que do edital (para fazer o museu), não necessariamente eu tenho que seguir a risca, mas o que está escrito é o seguinte: eu tenho seis meses agora para fazer todo o planejamento físico, financeiro e tal, aprovar isso no Governo, todo o meu planejamento das intervenções obrigatórias.
Para quando fica a inauguração do museu?
— Eu tenho três anos de prazo para inaugurar o museu. Só que o museu é um item que vai me dar rentabilidade para poder pagar minhas contas aqui. Vou estudar junto com a equipe que eu vou trazer de planejamento uma maneira de antecipar, porque eu tenho que calibrar. Quero trazer receita para dentro o mais rápido possível. Mas eu tenho que ver se eu tenho fôlego para trazer essa receita, para poder gastar dinheiro. Eu vou ter que investir para buscar na frente depois com o museu. Então eu vou equilibrar essa balança.
— Mas a nossa intenção é inaugurar o mais rápido possível, vai ser o museu mais importante que vai ter no Brasil. Você vai ter o museu do futebol no Maracanã. A gente quer entregar um projeto fantástico. Eu sei que tem outros estádios que têm os seus museus, mas o museu do futebol do Maracanã vai ser outra coisa.
Aqui no Brasil a grande referência é o do Pacaembu. É algo deste nível?
— A gente quer fazer uma coisa diferente. Porque hoje se tem museu digital. A gente quer que a pessoa sinta o cheiro do Maracanã ali dentro. A gente vai contratar consultores, especialistas em museus para nos dar a diretriz para fazer esse projeto. Tem o do Pacaembu, o do Morumbi, o do Mineirão, cada um tem a sua pegada, mas a nossa a gente quer um negócio diferente.
Essa construção vai ser num período com jogos, no calendário do futebol?
— Tem que ser. A gente consegue fazer. O Maracanã não pode parar para eu fazer essa intervenção. É até por isso que foi dado esse prazo de três anos.
A reforma da cobertura, que foi motivo de um relatório lá atrás, é outra das obrigatórias?
— Bem, o Maracanã é um estádio de Copa do Mundo, ele tem 10 anos de reforma. Foram usados materiais de primeira qualidade aqui. Quando fazemos o relatório na época da pandemia, a gente já começou a fazer as intervenções. Não paramos desde que entregamos o relatório. Estava fechado o estádio, com um risco de queda, então eu peguei essas prioridades e acabei com elas todas. Hoje, todo dia tenho profissionais na cobertura do estádio, tirando parafuso, apertando parafuso. Tirando parafusos oxidados, qualquer ferrugem que tiver em cima, a gente está mexendo, nas passarelas, no telão do Maracanã, a gente reapertou todos os quatro telões também. Como temos essa permissão de 20 anos, a nossa intenção é incrementar também esse sistema, esse trabalho lá na cobertura, acelerar esse trabalho aí.
Alguma chance de mudar a cobertura? Porque é uma tecnologia alemã, que é cara.
— Não, dá muito trabalho e gasta muito dinheiro. Vou manter essa que está aí. Então, de reforma estrutural não tem (o que fazer) e eu também nem posso fazer porque a fachada é tombada. O que a gente quer fazer é, por exemplo, (trocar) a iluminação do Maracanã, que é uma iluminação que não é em LED e a gente quer fazer essa iluminação em LED. A cobertura do Maracanã hoje tem aquela luz colorida, mas eu quero fazer ela diferente, acende uma, acende outra, aqueles efeitos especiais que hoje eu não consigo fazer.
Como o Botafogo faz no Nilton Santos?
— A gente quer fazer uma coisa similar a essa. E também gera economia na conta de energia. Na parte de tecnologia, a gente quer dar uma atualizada, porque hoje os sistemas de TI (tecnologia de informação), a cada dois, três anos tem uma novidade. Então a gente quer deixar mais coisas automatizadas. Às vezes o torcedor não enxerga algumas coisas novas, como na parte de tecnologia, mas o LED ele vai enxergar
Entre os investimentos, há previsão de pintura do estádio também.
— Sim, está no edital e vamos fazer uma pintura no estádio todo. Hoje, tudo funciona no Maracanã. Banheiros, ar condicionado, som, telão, ar condicionado do Maracanãzinho. Quando a gente chegou aqui em 2019, vários equipamentos não funcionavam.
Mas houve um momento em que bebedouros não funcionavam, alguns problemas de limpeza, de cadeiras quebradas...
— Isso acabou. Mas todo jogo eu tenho, no mínimo, umas 80 cadeiras quebradas. Não importa (o resultado)... Porque o torcedor assiste o jogo em pé na cadeira. E aí se ele fica em pé, o outro fica e fica todo mundo em pé na cadeira. Então a cadeira quebra todo o jogo. Também uma ou outra porta de banheiro.
Um dos relatórios na licitação falava em operação deficitária quando o público fosse menor do que 22 mil pessoas. Qual a conta para o estádio se pagar?
— Eu tenho uma estrutura mínima para abrir o Maracanã, então a partir do momento que você vai aumentando o público, essa estrutura aumenta. Exemplo, 500 pessoas trabalhando, vou fazer jogo com 10 mil, 20 mil, 30 mil pessoas, eu tenho essas 500 pessoas. Se eu passar para 40 mil, eu vou aumentar, sei lá, 510 pessoas, 550 pessoas. Ou seja, o incremento de mão de obra não é tão proporcional ao público que vai subir, entendeu? Então hoje, eu gasto no Maracanã para fazer um jogo, normalmente, é o que está lá no borderô: R$ 1 milhão para jogar no Maracanã, porque você tem aluguel, conta de consumo e operação. Só que a operação, desde que a gente assumiu, ele já é considerado o estádio mais seguro do país. Você não vê confusão dentro do Maracanã. Você vê uma briguinha ou outra, porque a pessoa não gosta do Mário, não gosta do Landim...
Houve aquela briga maior no Brasil e Argentina da Copa América.
— É, mas dias antes nós fizemos um Fluminense x Boca em que o leste e o oeste eram misto. E não houve problema. A torcida do Fluminense que ficou no leste ou no oeste encostou mais para o sul. A torcida do Boca encostou mais para o norte, que foi o local destinado, e nós não tivemos problema. Ali, (no Brasil x Argentina), foi uma faísca que caiu ali naquela hora e que a Polícia teve que assumir para dar aquela apartada.
Existem contratos com fornecedores, patrocinadores terminando?
— Os contratos que tinha em nome de Flamengo e Fluminense estão em vigência, nós vamos trocar para a SPE. Não tem hora que o clube chama o jogador para renovar e antecipar um prazo lá na frente? O contrato do jogador vai vencer em dezembro de 2025, aí você chama o jogador para conversar para renovar até dezembro de 2027. A gente está estruturando essa ideia comercial para ver se faz isso também.
Hoje são quantos patrocinadores? Pode aumentar, dobrar?
— Hoje eu tenho Brahma, Ambev, Coca, Sportsbet.io e SESC. Dá para dobrar. Mas, assim, eu sou mineiro, então o mineiro... Vai devagar. Vai devagar. Mas a gente vai trazer muita novidade aí. Como eu falei, tem coisa que o torcedor vai ver e tem coisa que vai ser estrutural. Mas, voltando, nem Flamengo nem Fluminense até hoje colocaram dinheiro aqui dentro. O Maracanã rodou por si próprio, a gente tem uma vida própria. Quando houve a licitação em 2019 que o Witzel (ex-governador do Rio de Janeiro) fez, a Odebrecht estava devendo, não pagava as contas direito, não tratava os clubes direito, não tratava os torcedores direito. Hoje, Flamengo e Fluminense dão aulas de gestão.
— O estádio está bem mantido, a gente paga a outorga em dia, os torcedores estão satisfeitos. A outorga vai aumentar. A gente colocou: R$ 20 milhões por ano e a gente tem que bancar. Logicamente, a gente fez estudo para poder apresentar essa proposta. Então, hoje você tem o Governo satisfeito porque o equipamento que entregou para Flamengo e Fluminense está bem mantido.
O custo do Maracanã vai diminuir com essa nova operação?
— Essa parte de energia elétrica que a gente vai mexer, que é a parte de luz LED, a gente vai diminuir um pouquinho a conta de energia. Mas a gente tem aqui no Maracanã, numa cidade de muito calor, em todo jogo áreas cobertas com ar condicionado ligado. E ar condicionado é um vilão para comer energia. A gente vai ver, com estudos para frente, de trazer equipamentos que tenham a mesma eficiência que temos hoje em camarotes e lounges, mas que consumam menos energia também. Com relação à economia é isso que a gente está pensando.
O que vocês sabem sobre a possibilidade de se negociar naming rights no Maracanã? O edital é omisso quanto a isso e o Governo também nunca foi claro a respeito do assunto.
— Existem entendimentos diferentes das pessoas dentro da SPE. Tem gente que acha que pode, tem gente que acha que não pode, no Governo do Estado tem gente que acha que pode, tem gente que acha que não pode. Então eu quero levantar essa bola de novo, levantar esse assunto, se pode, não pode e resolver logo.
Vocês já calcularam esse valor?
— Não. Porque não estava escrito no edital. Não deixou nenhuma sementinha, não deixou nenhum cheiro ali que poderia ou não, então a gente nem levantou. Se tiver, vai ser excelente. Mas se não tiver, a gente também está preparado para tocar o Maracanã sem. Eu tenho valor na minha cabeça, mas eu não posso falar porque depois o interessado sabe e pode puxar para baixo.
Existe alguma previsão de mudança em relação ao gramado do Maracanã?
— No fim de 2022, a gente fez a troca do gramado e a implantação da fibra sintética. A gente trouxe aquela máquina da Bélgica e a gente fez a costura do gramado. Mas, por exemplo, em 2019, foi muito usado, mas a gente estava aprendendo a trabalhar com o Maracanã. Aí 2020, uma parte de 2021 houve a pandemia, mas a gente foi utilizando... A gente foi aprendendo, não sei se essa palavra é essa, mas a gente foi conhecendo mais a resposta que o gramado dava ao seu grande uso.
— Você pode ver que hoje (dia de Botafogo x Criciúma), a gente está fazendo o jogo número 63 e o gramado do Maracanã não fica devendo a nenhum gramado do país. "Ah, porque o do Corinthians, porque o do Beira-Rio...". Cara, desculpa. O nosso jogo é o de número 63. Qualquer um desses outros já fez metade do que eu fiz. Então se você for falar em uso e qualidade, hoje o Maracanã é o melhor que tem.
Gramado do Maracanã durante período sem jogos: grama será 100% trocada no fim da temporada — Foto: Divulgação
Mas vão trocar o tipo de gramado?
— A gente está sempre estudando em relação ao gramado. Desde que a gente fez a fibra elástica, a gente não trocou mais parte do gramado. A fibra elástica tem 10% de grama sintética. Agora, o que vou fazer, esperando que vou ter sempre os dois clubes jogando aqui, com 70 jogos por ano e considerando que em 10 meses eu faço 70 jogos e 7 jogos por mês: a gente fez uma parceria com a Itográs, que é a maior empresa de grama que tem no país, e a Greenleaf, que é a melhor empresa de manutenção de gramado que tem no país. Lá em Saquarema, numa fazenda que a Itográs tem de grama, a gente separou lá uma área equivalente a quatro cantos de futebol. E a gente plantou lá dois cantos de futebol em Bermuda Celebration, que é a grama que tem aqui no Maracanã.
— Porém, como a gente está sempre estudando sobre gramado, a gente conversou com o pessoal dos Estados Unidos, que lá têm uma tecnologia de grama plantada no plástico. Você pega uma área, você forra com um plástico especial, coloca areia e faz o plantio da grama em mudas, igual a gente fez aqui na época da reforma. Aí esse gramado, ele vai fechando, ele vai crescendo, vai crescendo. E o pessoal da Carolina do Norte, da Flórida, disse que a Bermuda Celebration é excelente para o Maracanã, mas a gente já tem duas variedades de grama que atendem bem o Maracanã, que estão um pouco mais evoluídas do que a Celebration: são a Bermuda Latitude 36 e a Bermuda Northbridge. Eu vou ter uma reunião para definir qual que vai ser a grama do Maracanã para o ano que vem.
E já vai trocar?
— Então, no final do ano agora, depois que acabar os shows que a gente vai ter, depois do jogo do Zico, eu vou retirar todo esse gramado que está aqui, inclusive com a fibra, e vou trazer um campo zero quilômetro de Bermuda Celebration que está lá na fazenda e vou colocá-lo aqui. Quando for no mês de março, em abril, aí a gente vai monitorando o gramado. Quando começar o frio e houver uma necessidade de uma troca de gramado, eu já vou ter outro campo plantado. Então um eu vou usar em dezembro e o outro eu vou usar em abril. Só que esse que eu vou usar em dezembro, eu vou replantá-lo com uma dessas duas novas espécies de grama, que eu vou escolher ainda.
— Quando for no mês de abril (do ano que vem), eu vou trazer o segundo campo de Bermuda Celebration que está lá. Em setembro (2025), se eu precisar trocar, eu já vou trazer a grama nova (a Bermuda mais moderna). Então eu vou ter sempre dois campos lá, prontos, ou um pronto e o outro em produção, para trazer aqui pro Maracanã.
Mas vocês reconhecem que houve momentos mais críticos do gramado? Críticas até de fogo amigo.
— Tivemos, tivemos. Assim, no jogo são 22 jogadores, aí você tem os reservas que vão entrar. Uns reclamam e os outros não elogiam, né? Então, sim, a gente já teve jogador de Flamengo, de Fluminense, de outras equipes reclamando. A gente, mesmo a gente não achando justa a crítica, a gente sempre quis mexer com isso, né? Por isso que hoje a gente está com esse plano de ter dois gramados prontos para a troca. Mas esse ano, por exemplo, a gente sofreu no início do ano, quando eu tive dois shows no ano passado e, infelizmente, esses shows tiveram o palco (entrando) para depois da pequena área da marca do pênalti.
— Ficaram 15 dias da montagem do palco, 15 dias abafando o gramado, a gente não conseguiu recuperar a tempo de fazer o primeiro jogo aqui em fevereiro, aquele Vasco x Flamengo. Então no início do ano a gente sofreu um pouquinho nessa área exclusivamente. Se você olhasse o restante do gramado não tinha problema. Mas, infelizmente, tem pessoas que querem olhar só a parte ruim e dar ênfase a essa parte, ao invés de olhar a outra parte que está boa. Esse ano já ficou acertado com a produção de shows que a montagem do palco vai ser somente na grama sintética que tem atrás do gol na norte. Depois eu fecho para a reforma do gramado.
Queria saber como anda a relação com os rivais. Você recebe o Botafogo e tem o Vasco.
— A relação está boa. O Maracanã não é Maracanã Futebol Clube, né? A relação entre as diretorias é boa, do Flamengo, do Fluminense, do Vasco, do Botafogo, tem rivalidade mais de coisa de futebol. Entre aspas, o Vasco era, junto com a WTorre, concorrente nosso aqui na licitação. Então tinha essa pimentinha aí também, por causa da licitação. Mas, para você ver, os jogos de Flamengo e Vasco e Vasco e Flamengo foram feitos aqui em 50%/50% de torcida. Hoje, o Botafogo vai fazer o jogo contra o Criciúma. Ele veio, sentou comigo, acertamos tudo, está tudo certinho e vai fazer a festa com a torcida dele aqui. Então, o Maracanã, por não ter clube, por não ser um clube, a relação do Maracanã com os quatro grandes do Rio de Janeiro é ótima.
O Vasco vai ficar sem São Januário em breve. Já sentaram para conversar?
— Ainda não. Mas conversar a gente conversa. O que a turma tem que entender é que a temporada começa numa época ruim. Nos três primeiros meses do ano você tem só o regional. Aí quando chega final de abril e início de maio, você tem Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Então você sai de uma curva com poucos jogos e você tem uma curva até agosto e setembro com vários jogos e depois os campeonatos vão acabando. E quando você tem de abril a setembro é a época que a temperatura é mais baixa e nossa grama sente, acaba que o número excessivo de jogos prejudica. Por isso também que a gente está indo fazer essa troca de gramado.
— Se a gente conseguisse um calendário mais linear... porque todo mundo reclama do calendário do futebol brasileiro, mas e o gramado? Muita gente acha que a utilização do gramado são os dois tempos de 45 minutos, e não é só, porque você tem 40 minutos antes com aquecimento, e que é pior do que a própria partida. Porque a pessoa vai naqueles bobinhos que é ruim para o gramado, aquelas trações que o pessoal faz. Mas o Maracanã é para jogar futebol, o gramado está aí, os 22 atletas têm que jogar, então o Maracanã vai entregar sempre o melhor gramado possível.
- Não queremos ficar dando desculpa. Temos aquelas três estações grandes e duas pequenas que colocamos, que auxiliam para a iluminação suplementar do gramado. Agora, outra tecnologia que a gente está estudando é uma que entramos com lâmpada colorida no gramado. Ele melhora a performance do gramado em 40%. É mais uma novidade que a gente já vai ter.
Uma última questão: o Flamengo comprou o terreno do Gasômetro e planeja entregar o estádio em poucos anos. O que pode mudar?
— Aqui para não muda nada. A nossa parte é tocar o Maracanã por 20 anos. Aí, depois, os acionistas, Flamengo e Fluminenses, vão conversando e a gente vai seguir a diretriz que o conselho de administração falar para a gente fazer. Durante cinco anos, por exemplo, eu, a minha turma aqui, ninguém precisa se preocupar com o Flamengo jogando em outro lado. Então a nossa parte é entregar agora, já em 2025, esse modelo de excelência que a gente tem aqui, continuar no nosso modelo de excelência, e mais para frente os acionistas vão conversando.
Para finalizar, tudo isso que a gente conversou aqui, entre despesas e receitas, segue o contrato de 65% para o Flamengo e 35% para o Fluminense?
— Sim, agora vai ser. Na alegria e na tristeza. O Flamengo pode faturar 65%, mas vai gastar 65% também e o Fluminense 35%.
Fonte: geMais lidas
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