CBF cria guia médico para o retorno das atividades do futebol
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou neste sábado um guia médico de sugestões protetivas para o retorno às atividades do futebol em meio à pandemia do novo coronavírus.
Elaborado pela Comissão Médica Especial da CBF, o documento seguiu as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB), e tem como objetivo principal:
"Sugerir a implementação de medidas de proteção para o retorno das atividades dos clubes do futebol brasileiro, seguindo rigorosamente as práticas de segurança e assistência para atletas, membros das comissões técnicas, funcionários e colaboradores".
A CBF diz ainda que o processo é dinâmico e "irá requerer atualizações contínuas, na medida em que novas normativas do Ministério da Saúde e da literatura especializada com evidências científicas comprovadas sejam publicadas".
Ainda de acordo com o guia, "o planejamento do retorno prevê que as atividades sejam precedidas de medidas internas de segurança e higiene. A gestão do clube deverá planejar as ações que deverão ser executadas em todos os setores administrativos e nas estruturas internas onde ocorrerão as atividades de treinamento".
Além disso, a CBF propõe que a retoma das atividades seja em cinco fases: preliminar, de treinamentos individuais ou em pequenos grupos, de treinamentos coletivos, de competições e de acompanhamento.
Na fase preliminar, os clubes ficam responsáveis por coordenar as ações de medidas protetivas antes do retorno efetivo em seus locais de trabalho, seguindo as normas estabelecidas pelas autoridades de saúde locais. Os respectivos departamentos médicos devem solicitar a aquisição de testes, sejam moleculares ou sorológicos, para serem aplicados nos atletas, membros das comissões técnicas e funcionários, além de monitorar familiares e contactantes próximos.
Já na fase seguinte, de treinamento individual ou em pequenos grupos, os jogadores e membros da comissão devem chegar ao local de trabalho por meio de condução própria e não estarão liberados para usar o vestiário – deverão chegar, portanto, devidamente uniformizados e retornar a sua casa imediatamente após as atividades.
Assim que chegarem aos centros de treinamentos, todos devem ter a temperatura aferida, de preferência, ainda dentro do veículo. Se alguém apesentar temperatura superior a 37,5º não poderá adentrar ao local.
Seguindo para a terceira fase, de treinamentos coletivos, o guia diz, primeiramente, que: "a retomada de competições, sejam Campeonatos Estaduais ou Campeonatos Brasileiros das 4 séries na modalidade masculina, 2 séries na categoria feminina e Copa do Brasil, ocorrerão em concordância com as normas estabelecidas pelas autoridades de saúde locais. Como não há previsibilidade para a determinação da data de retomada das competições, os treinos coletivos técnico-táticos com todo o grupo devem ser precedidos, obrigatoriamente, de um período de treinamento físico".
Os clubes deverão manter os protocolos anteriores: de realização e monitoramento de testes, aferição de temperatura, uso de máscaras, não abertura dos vestiários e higienização de todo material de treino.
"No treinamento coletivo, o período de aquecimento deverá respeitar a distância mínima de 1 metro entre os atletas e membros da comissão técnica. Os aquecimentos que precedem o treinamento coletivo normalmente são realizados com bola e muitas vezes com enfrentamentos, servindo como ferramenta de aprimoramento técnico, em consonância com o treinador".
Sobre a fase de competições, o documento não prevê datas e diz que "a dinâmica da epidemia certamente influenciará no período de treinamento mínimo necessário para um retorno seguro às competições. Ajustes na tabela de jogos podem ser necessários para acomodação das datas disponíveis para a disputa das partidas".
Além disso, "todas as partidas agendadas serão realizadas sem a presença de público, com acesso restrito ao campo de jogo e vestiários limitado aos funcionários essenciais à administração do estádio, atletas das duas equipes e respectivas comissões técnicas, além de equipe de arbitragem, delegados da partida e controle de doping".
Além disso, o comparecimento e a participação da imprensa nos jogos deverá ser regulamentado em reunião por videoconferência. Os estádios também devem estar equipados para seguir as recomendações das autoridades sanitárias.
Por fim, a fase de acompanhamento prevê que seja "necessário orientar o Departamento de Competições das entidades organizadoras dos campeonatos sobre a possibilidade de remarcações e alterações da tabela de jogos, resultando em numa tabela dinâmica das partidas".
Semanalmente, os clubes também deverão avisar, casa hoje, os novos casos positivos para o banco de dados da Comissão Médica e de Combate a Dopagem da CBF. Os dados serão mantidos em sigilo e serão utilizados em uma publicação futura, de cunho científico, para disseminação de conhecimento entre as entidades profissionais.
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