CBF considera absurda tentativa de virada de mesa no Brasileiro
O movimento liderado pelo Coritiba e apoiado por outras equipes para alterar a classificação do Brasileirão na Justiça é visto como absurdo pelo departamento de competições da CBF. Baseados em um artigo que limita o número de transferências de jogadores, os times tentam retirar pontos de Ponte Preta, Portuguesa e Criciúma, o que poderia alterar o rebaixamento ao final do torneio.
A articulação, que conta com Fluminense, Vasco, Internacional foi divulgada em reportagem do site ESPN.com.br e confirmada ao UOL Esporte por dirigentes dos clubes envolvidos. Entretanto, o diretor de Competições da CBF, Virgílio Eliseo, considera os argumentos desses clubes sem cabimento e não vê possibilidade de punição em tribunais.
Coritiba, Fluminense e Vasco dizem que Portuguesa, Criciúma e Ponte feriram o regulamento do Campeonato Brasileiro por terem em seus elencos mais de cinco jogadores provenientes de outros clubes da primeira divisão. Por isso, querem que esses clubes sejam punidos com perda de pontos.
O diretor da CBF descarta essa punição. Para ele, os clubes só poderiam ser punidos se tivessem usado durante o campeonato mais de cinco jogadores que tivessem atuado, na mesma edição do torneio, por seu antigos times. A restrição está prevista no Capítulo III, artigo 9º, parágrafo único, do regulamento do Brasileirão. Ele afirmou que ela não foi descumprida.
"Não tem cabimento nenhum. A regra, que eu mesmo escrevi, é muito clara", disse Eliseo, ao UOL Esporte. "Se um clube quiser reclamar, pode reclamar. Vai gastar tempo e dinheiro à toa."
Caso a tese dos clubes reclamantes fosse aceita, a zona do rebaixamento do Brasileirão seria composta hoje por Náutico (17 pontos), Ponte Preta (30), Criciúma (37) e Portuguesa (38).
Coritiba, Vasco e Fluminense estariam procurando especialistas em direito do esporte e juntando provas para tentar comprovar as irregularidades. A CBF diz que ainda não recebeu qualquer queixa até o momento.
Na argumentação dos clubes, eles pretendem dizer que a restrição de transferências não se trata trata apenas de uma questão jurídica. O Coritiba, por exemplo, teria dito que deixou de trazer jogadores para reforçar a equipe por causa do regulamento. O Vasco teria deixado de contratar um goleiro no meio da competição por conta da cláusula.
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