Futebol

Castan: 'Mesmo com esses 14%, só dependemos da gente'

Depois de retornar de lesão na coxa com o pé direito, ao ser escalado entre os titulares na vitória por 2 a 0 sobre a Ponte Preta, em São Januário, pela Série B do Campeonato Brasileiro, Leandro Castan concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (1°), no CT Moacyr Barbosa, e abordou, dentre outros assuntos, o dia a dia com o técnico Lisca e as chances de acesso do Vasco á elite do futebol nacional. Além disso, o capitão também comentou sobre a necessidade de se ter disciplina nos treinamentos e dedicação com todos os compromissos do clube na temporada.

“Eu sigo o trabalho dele faz tempo. Joguei junto com o Marcio, auxiliar dele, no Barueri. No passado recente, o Lisca sempre foi muito especulado aqui no clube. A gente teve, assim, um contato informal. Agora, trabalhamos juntos. A relação é muito boa. Ele me surpreendeu positivamente. Se fala do “Lisca Doido”, mas algumas pessoas não olham que é um grande treinador. Deu para ver essa semana que ele teve tempo para treinar. Ficou claro. Jogamos muito bem na última rodada, o time colocou tudo em campo o que ele treinou com a gente. Ele realmente conhece de futebol”, afirmou o zagueiro em relação ao comandante.

“Já falei várias vezes que o Vasco foi fundamental para a minha retomada, era um momento difícil da minha carreira, e o Vasco abriu as portas. A gratidão é para sempre. Acho que a gente está se dedicando muito, é claro que, às vezes, o resultado não tem mostrado isso, mas nós faremos de tudo. A matemática não é importante agora. Mesmo com esses 14%, só dependemos da gente. Tem mais uma final contra o Brasil (de Pelotas). É pensar jogo a jogo, passo a passo e pés no chão. Não temos tempo para errar, mas saber que vamos dar o máximo. Essa mescla de juventude e experiência no final vai dar muito certo. Nesse jogo já mostrou Andrey e Caio Lopes fazendo gols, e eles precisam muito desse apoio de vocês “, completou, sobre as possibilidades de retorno à Primeira Divisão.

Ao ser questionado acerca dos jovens que fazem parte do plantel, Castan tratou do tema da disciplina e dos garotos Juninho e MT, que passaram a integrar o grupo Sub-20 nas semanas anteriores. “Nosso desempenho não é bom, precisamos melhorar e queremos melhorar. Essa semana de trabalho foi muito boa para nós. E isso faz o futebol mais bonito: ter tempo para trabalhar. Essa mistura de meninos com experientes é o nosso grupo, mas com mais jovens. Acho que a gente tem que ter disciplina. Não me vejo com babá, de ficar orientando um e outro. A diretoria tem total respaldo nosso porque aqui não estamos brincando, não estamos num parque de diversões. Juninho e MT sabem onde erraram e onde têm a melhorar. Os outros, acho que entenderam o recado através deles”, finalizou.

O Vasco segue a preparação para encarar o Brasil de Pelotas, na próxima sexta (3), às 19h, em São Januário, pela 22ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O Gigante da Colina ocupa a décima colocação da tabela de classificação, com 31 pontos, e pode enconstar de vez no G-4 da competição de bater os gaúchos, no Rio de Janeiro.

Confira outros trechos da entrevista coletiva concedida por Leandro Castan:

Diferença entre Série A e B

“A grande diferença que eu vejo é a qualidade técnica. Na Série A, tem mais qualidade. Na B, o jogo é mais rápido e físico. Eu joguei duas Série B. Uma com o Atlético-MG e outra com o Barueri. Vejo diferença daquele tempo com agora. Hoje, o futebol está mais rápido e mais físico. Evoluiu muito taticamente, todo mundo sabe se defender e atacar. Os treinadores são mais preparados, ficou muito igual. Na Série A, estão os principais jogadores. Mas tem uma rapaziada de muita qualidade na Série B também”

Preparação física

“Eu continuo trabalhando muito forte aqui. Nesta temporada, a comissão que aqui está tem muita qualidade. Se eu falar o nome de um, pode gerar ciúme. O Daniel e o Luiz, a rapaziada da preparação física. Ficam na academia, têm feito um trabalho excelente. Tem me dado suporte. Fiz 15 jogos seguidos, quarta e domingo e me sinto bem fisicamente. Tive essa pequena lesão, saí de três jogos. Já voltei bem, joguei o jogo todo”

“Então, não preciso fazer nada em casa. Faço tudo aqui no clube. Chego cedo e vou embora quase à noite. Treino muito forte. Os números são bons, mas eu divido isso com a rapaziada. Ninguém joga sozinho. Eu tive uma experiência negativa no ano passado, até falei em entrevista para a Globo.com. Um certo período, no ano passado, eu morri e não conseguia mais jogar. Quem erra uma vez, não pode errar duas. Tenho me preparado muito melhor e sei o que tenho de fazer para jogar em alto nível”

Relevância no time

“Sei da importância que tenho no time e no clube, mas não me considero tão importante assim. Acho que sou mais um nesse mecanismo que é o futebol, ninguém joga sozinho. Esses números são até ilusórios. Sei que sou capitão do time, que a rapaziada me olha diferente, mas sem eles eu não seria nada. Não só um jogador faz diferença, todos podem ajudar, mas se todos não estiverem na mesma sintonia nada vale”

Foto: Rafael Ribeiro/Vasco



 

Fonte: Super Rádio Tupi