Cássio relembra morte em Itaguaí: "Para mim dói muito ainda"
Raphael Zarko
O ex-lateral do Vasco Cássio é o único treinador remanescente das cinco categorias da base do clube. Vencedor de dois Cariocas como técnico - um no Infantil, outro no Mirim -, ele carrega para sempre a lembrança da morte do garoto Wendel, no dia 9 de fevereiro no mesmo CT de Itaguaí inaugurado ontem. Foi ele quem socorreu e levou de carro o garoto até o hospital, onde chegou sem vida.
- É um assunto que até hoje não consigo falar. Para mim dói muito ainda. Eu que fui lá em Minas, vi o garoto, conheci a família antes de trazê-lo... É muito duro - lembra Cássio, que parou em 2002 no América e saiu do núcleo do Vasco em Santa Cruz, onde vive, para estágio no clube, antes de passagens por Artsul e CFZ.
Com a segunda promoção no Vasco em quatro anos, Cássio é considerado revelação em São Januário. No juvenil, ele acompanha Matheus Índio, de 16 anos, principal promessa do clube, com contrato até 2015.
- Sou técnico dele há três anos e a evolução é muito grande. Esse garoto só não vai chegar longe se Deus não quiser - diz Cássio, que compara o estilo com um jogador da sua geração.
- É um meia inteligente, bate com as duas pernas, tem passe muito bom. É como um Bismarck canhoto.
Após dois cursos de treinador, Cássio cursa o 6º período de Educação Física e busca inspiração no estilo do ex-técnico Nelsinho Rosa e nas táticas de Vanderlei Luxemburgo. Os tempos que viveu na Alemanha - jogou no Stuttgart três anos - também serviram para trazer uma característica europeia para seus treinamentos.
- Tento implementar a dinâmica de jogo do profissional, mas adaptada à categoria - conta Cássio, que tem um sucessor na lateral-direita. O filho Cássio Augusto, de 15 anos, é titular do time infantil do Vasco.