Política

Casaca "retifica" matéria do jornal "O Lance"

Engana-se quem pensa que Eurico Miranda está fora do tabuleiro político do futebol carioca. A prova disso é que a briga entre Fluminense, Vasco e Ferj teve como maior beneficiário o ex-mandatário cruz-maltino, que atualmente é “consultor” dos clubes de menor investimento. Como? Graças a “coincidências” favoráveis à imagem dele diante da torcida.

Eurico ganhou força política em uma briga sem sentido e cuja origem é obscura. Se o Fluminense já tinha começado a vender os ingressos para o clássico no Maracanã desde o início da semana, não havia a menor condição de fazer o clube recuar e mudar a posição da torcida tricolor na arquibancada, o que ainda custaria o desrespeito ao contrato assinado com o consórcio. O clube alegou risco de sanções na Justiça, caso fosse de encontro ao acordo. (1)

Os argumentos defendidos pelo Fluminense já tinham sido, internamente, entendidos pela Ferj, reconhecendo que o encontro de quarta-feira, com três horas de duração, teve grande dose de inutilidade. A briga também é instigante porque, para a Polícia Militar, foi até melhor a inversão ter se confirmado. (2)

De forma astuta e curiosa, Eurico apoiou Roberto Dinamite em uma queda de braço que não poderia ser vencida. Resultado: o atual mandatário vascaíno saiu queimado com a torcida por não ter conseguido manter o espaço ocupado historicamente contra o Flu.

Eurico Miranda tem o presidente da Ferj, Rubens Lopes, como aliado. O trânsito na Ferj é livre. E não foi diferente na quarta-feira, justamente no dia da reunião que “definiria” a questão do posicionamento das torcidas.

O ex-presidente do Vasco, que também é virtual candidato à presidência do clube, deu as caras com seu estilo característico: suspensórios e charuto. Ele negou interferência sobre os dirigentes a respeito do tema, mas não se privou de dar opinião aos jornalistas:

- Isso é uma p… babaquice!

Do carro, observou o protesto de membros das organizadas vascaínas em frente à Ferj. E até “negociou” com eles.

- Manda eles saírem da frente do portão – foi a ordem de Eurico, transmitida pelos seguranças da Ferj e prontamente obedecida.

Se não é o dono do tabuleiro, Eurico Miranda ainda mexe algumas peças.

Fonte: Lancenet
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Comentários do Casaca!

1) Se não havia, como justificar o documento abaixo?

Documento FERJ – 16 – 07 – 2013

Curiosa a preocupação do jornal “O Lance” quanto a contratos assinados e respeito ao torcedor.

No ano de 2006, a venda de ingressos para a partida Vasco x Fluminense, válida pelo Campeonato Brasileiro, e marcada para São Januário, dia 30 de abril, domingo, após decisão do STJD a favor do Vasco, começou numa terça-feira, 25 de abril.

NETVASCO – 25/04/2006 – 20:17 – Ingressos para Vasco x Flu já estão à venda

O torcedor do Vasco já pode garantir seus ingressos para o clássico de domingo contra o Fluminense em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro.

O clube colocou à venda 17.500 entradas, mais 2.500 para a torcida do Fluminense. Os ingressos podem ser encontrados na sede de São Januário a partir desta terça-feira, dia 25. As bilheterias ficarão abertas diariamente das 9h às 17h.

O Vasco conseguiu na CBF, através de decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a mudança do local dos clássicos em que o clube tem mando de campo. Os três serão realizados em São Januário, contra Fluminense, Flamengo e Botafogo.

Fonte: GloboEsporte.com

Após a venda de milhares de ingressos ter sido feita para o clássico Vasco x Fluminense, a partida, na sexta-feira, 28 de abril, foi marcada para o Maracanã dois dias depois (menos de 48 horas) naquela oportunidade. Como se vê, através da notícia abaixo, há sempre a condição de fazer o clube recuar, mesmo que todos os órgãos esportivos competentes (e não apenas o clube) sejam a favor. Basta vontade política, uma decisão polêmica e um pouco menos de indignação da mídia com uma mudança que desrespeita, como desrespeitou em 2006, até mesmo o estatuto do torcedor e que também teve por parte do jornal um sutil juízo de valor, a partir de uma declaração pinçada por um dentre muitos que poderiam emitir opinião a respeito, numa questão abstrata.

Abaixo as duas notícias veiculadas pelo diário:

NETVASCO – 28/04/2006 – 17:59 – Juíza põe clássico no Maracanã; Eurico diz que vai recorrer

A juíza Maria da Penha Nobre Victorino, da 3ª Vara Empresarial, deferiu nesta tarde um pedido da Polícia Militar e confirmou a realização do clássico de domingo entre Vasco e Fluminense para o Maracanã, retirando a partida de São Januário, conforme inicialmente previsto.

O número da ação é 2006.001.055242-0. O Vasco tentará ainda recorrer da decisão nesta sexta-feira. O presidente do clube cruzmaltinho, Eurico Miranda, não gostou da notícia.

- Não se muda o local do jogo em cima da hora. Há toda uma estrutura preparada para a realização do jogo em São Januário. Não fomos notificados oficialmente ainda, mas o Vasco vai recorrer de qualquer decisão neste sentido – disse Eurico.

Fonte: Lancenet

NETVASCO – 29/04/2006 – 11:17 – Alteração de local do clássico contraria Estatuto do Torcedor

A decisão da juíza Maria da Penha Nobre Victorino, da 3ª Vara Empresarial, viola o prazo estipulado pelo Estatuto do Torcedor para alteração do local de jogos e para início da venda de ingressos. Porém, o advogado Luís Fernando Marin (membro da comissão de esportes da OAB-RJ, especialista em Direito Esportivo e Direito do Consumidor) explicou que, neste caso, o direito à segurança foi sobreposto aos demais. Marin afirmou que a decisão foi tomada em função de incidentes já ocorridos no estádio de São Januário, tornando evidente o risco de se realizar um clássico no local. Diz que toda a confusão foi criada por quem insistiu em marcar o jogo para São Januário.

Luís Fernando afirma que existem dois direitos do torcedor a serem aplicados no caso: o de saber dos detalhes (como horário, local, venda de ingressos, etc.) do jogo com no mínimo 72 horas de antecedência e o direito à segurança.

- Se um dos dois tiver de ser sacrificado por causa do outro, acredito que a segurança está em primeiro lugar e o risco é justificado exatamente por essas ocorrências anteriores e pela posição da Polícia Militar.

Os incidentes a que o advogado se refere são a queda do alambrado do estádio em 2000, na final da Copa João Havelange, contra o São Caetano, e as brigas que ocorreram quando o clássico contra o Flamengo, pelo Brasileiro do ano passado, foi marcado para o local.

Marin ressalta que o torcedor que já comprou ingresso terá de ter direito a reembolso ou troca do bilhete, o que está estipulado na sentença judicial. Ele afirma que, posteriormente, o torcedor que sentirse lesado pela alteração poderá entrar com uma ação na Justiça baseada no Estatuto do Torcedor.

- É uma irresponsabilidade marcar este jogo para São Januário. Na minha opinião, os dirigentes do Vasco vieram no peito e na raça marcando o jogo para o estádio deles e alguém mais consciente e ponderado tomou a decisão certa.

Fonte: Lance

OBS: O título da matéria na ocasião foi escolhido (aliás bem escolhido) pelo site Netvasco

Em tempo: todos sabemos que o direito à segurança se sobrepõe ao da informação ao torcedor, mas a justificativa dada de queda do alambrado seis anos antes e briga em outro clássico (Vasco x Flamengo), para validar a tese, além do esquecimento de que naquele mesmo estádio Vasco x Fluminense, cinco meses antes, haviam se enfrentado sem qualquer tipo de problema, torna obscura de vez a questão.

2) Na própria quarta-feira, um documento foi enviado à CBF, comprovando que a questão estava longe de ser resolvida.

Documento – FERJ – 17 – 07 – 2013

Foi opção do próprio Vasco, após documento assinado por seu presidente, não só encerrar a discussão na quinta-feira, 18/07 (antes do pronunciamento da CBF e para surpresa do diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio), como também abrir mão da carga total de ingressos para o Vasco, solicitando apenas 10% do total, ao invés dos 50% que lhe eram de direito.

Vasco recusa ingressos do Fluminense e pode levar clássico do returno para Brasília

A guerra entre Vasco e Fluminense continua nos bastidores por conta da inversão do posicionamento das torcidas no Maracanã. Além da campanha aberta para que os torcedores não compareçam ao estádio no próximo domingo, às 18h30, em partida válida pela 8ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Cruzmaltino protocolou na Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) um ofício no qual se recusa a dividir a carga de ingressos com o Tricolor das Laranjeiras.

O documento assinado pelo presidente Roberto Dinamite foi entregue no final da manhã desta quinta-feira. Nele, consta a posição oficial do Vasco sobre o clássico. O clube solicita apenas 10% da carga para exercer o direito total de mandante no confronto pelo 2º turno, dia 9 de outubro. A ideia dos dirigentes é levar o clássico para Brasília e lucrar com a renda integral.

Desta forma, o Fluminense será detentor da renda no duelo do próximo domingo e também vai arcar com as despesas para a realização da partida no Maracanã. São 60 mil ingressos colocados à venda para o confronto. A cota de 6 mil (10% para o visitante) é a desejada pelo Vasco. Até a última quarta-feira, os cruzmaltinos compraram apenas 35 bilhetes, o que fez os dirigentes confiarem no êxito da operação.

Além disso, o Cruzmaltino usa as palavras do presidente Roberto Dinamite e promove o boicote dos torcedores ao clássico. O pedido da diretoria é para que os vascaínos não compareçam ao jogo e protestem apenas do lado externo.

“Já consideramos a operação do clássico como 90% dos ingressos para o Fluminense e 10% para o Vasco. Protocolamos um documento oficial e que já foi passado para a CBF. Nossa torcida nem sequer vai comprar quatro mil ingressos. No segundo turno será dessa forma. O Vasco apenas cumpre o regulamento”, afirmou o vice-presidente de patrimônio do Vasco, Manuel Barbosa.

A Ferj, através de sua assessoria de imprensa, confirmou que recebeu o documento do Vasco, protocolou e enviou para a CBF, que dará a posição final sobre a partida do segundo turno. Porém, como o prazo até o jogo é curto, todo planejamento de segurança e venda de ingressos do clássico está mantido como se o duelo tivesse torcidas divididas.

Procurado pela reportagem, o diretor de competições da CBF, Virgílio Elíseo, se mostrou surpreso com a atitude do Vasco, mas considerou legítima a iniciativa. “Sinceramente, ainda não sei se isso é viável. É um caso inédito. Não lembro de pedirem essa troca na divisão em outra oportunidade. Vou esperar o ofício para ver que decisão tomar”, encerrou o dirigente.

Fonte: UOL

Equipe Casaca!

Fonte: Casaca!